Thursday, August 31, 2006

Poemas aos ventos

A atmosfera que te envolve,
atinge tais atmosferas,
que transforma muitas coisas
que te concerne ou cercam.


E, como as coisas, palavras...
impossíveis de poema:
exemplo à palavra conta
e até este poema senti.


É certo que tua pessoa
não me faz dormir, desperta,
desperto para um sonho e,
em sonho sempre a ti vejo


Sempre debruçada na seda
onde vejo tua silhueta,
e da fresta, a pálida lua
ilumina tua pele nua...


Não há contraste, tua pele
entre a prata luz do luar
e tua macia carne nua,
equilíbrio de cor e sedução.


É certo que a superfície
de tua pessoa externa
de tua pele e de tudo
isso que em si tateia.


Nada tem da superfície
luxuosa, falsa, acadêmica,
de uma superfície quando
se diz que ela é “uma seda”


Não é a ternura da pele
a doçura de teus lábios
que a perpetrar diferente,
mas a veracidade do ser


Mas em ti, em algum ponto,
talvez fora de ti mesma
talvez mesmo no ambiente
que ilumina quando chegas


Tua sedução dominante,
abraça o meu carente ser .
Descortina horizontes.
Faz-me grato tua existência.



Capítulo II



Esqueço métrica e rima
sigo o que instinto ensina
pra dizer de um sonho
Que foi real suponho...

Frente à multidão, eu só
e confuso braço agitado
deixei cair a mão
que repousou macia
entre tua macias pernas,
que desapercebida vinha,.
A confusão me entonteceu,
Devia desculpas,
pelo feliz desatino
não me desculpei
Acordado sonhei...
a maciez tua em mim
mesmo por acidente
pude sentir a intimidade
mesmo sem maldade
como desejei fosses minha.
De repente saio da realidade
para o sonho de tesão
volto-me, puxo-a, beijo-te
e sou beijado, um forte abraço
tua boca encontra a minha
teu corpo junto ao meu
loucura de desejo.
Em seguida logo vejo
você que elegante se afasta
só trombou em mim
e o desejo e sentimentos
foram somente meus.
Tardiamente, perdão senhora...
mas se assim procedo
É que só agora te conheço
mas a muito te espero
serás o beijo melhor de minha vida,
ou talvez o pior... Glória e tormento,
contigo à luz do firmamento subi,
contigo fui pela infernal descida
e do teu susto amargo me alimento
beijo extremo, meu prêmio, meu castigo
batismo e extrema-unção, naquele instante
por feliz eu não morri de castigo
incidente bendito e anseio delirante
perpetua saudade de instante.



Capítulo III



Pedi pra dizer de meus sentimentos
falar de tua importância e anseio,
permitisse ao poeta afoitar
ousadia de poeta é amar


Eu te amo
antes e depois de todos os acontecimentos.
Na profunda imensidão do vazio
e a cada lágrima dos meus pensamentos.


Eu te amo
em todos os ventos que cantam,
em todas as sombras que choram,
na extensão infinita dos campos,
até a região onde os silêncios moram.


Eu te amo
em todas as transformações da vida
em todos os caminhos do medo,
na angústia da vontade perdida
e na dor que se veste em segredo.


Eu te amo
em tudo que estás presente
no olhar dos astros que te alcançar
e em tudo que ainda estás ausente.


Eu te amo
desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
e antes do primeiro riso.
Eu te amo perdidamente
desde a grande nebulosa
amo-te faz tempo, desde agora.



Capítulo IV
Galope do sonhador



Ao olhar mostras a singeleza,
fortaleza sutil e mansa
que debela minha alma.
Açoita meus desejos de macho
égua me conduz a galopes
agarro tuas transas crinas
e tuas ancas em açoites.
Assim, atira-me no abismo,
caio de tua garupa.
A letargia que reprimi
fortalece e conflita
fortalece o homem
e conflita espera.




Capítulo V
Crime e castigo de um sonhador



Escuta-me e assim saberás,
o que o amor exprime,
e ao meu desejo clama.
Amo-te e tocar-te é crime,
se não por ação,
mas por aspiração.
Sou criminoso.
És vítima indefesa
de um potencial criminoso,
por mais que tenha remorso
deixar o crime não posso.
Quanto mais te vejo
maior é o meu crime,
mais ardente meu desejo.
Desejo consumir teus beijos,
deitar minha mão sobre teus seios,
fazer-te minha,
entrar nas tuas entranhas....
....................................................
Tua ausência, meu castigo.
Perdoa meu delito,
aquieta-me no teu colo,
deixa que meu coração repouse
junto a teu peito.
Assusta o temor que me aniquila
sufoca minha boca
com tua boca.
Como castigo, mate-me,
mate-me de prazer
antes que eu morra de desejo.










Analogia


Meu doce, mel
Ricamente embrulhado
(elegante vestis).
Papel alumínio revestimento interno.
(Lingerie intima e transparente).
Visão de agradável estima
Faz salivar, abundante enzima.
Desembrulho cuidadosamente
(Tiro lhe as vestis).
Deixo a mostra à cobertura de chocolate.
Tua pele banco,
(chocolate lacta).
A auréola rosada de teu peito
Chocolate ao leite.
Tua calcinha acetinada
Ultima invólucro.
Amostra um bombom
Recheado de passa e leite de moça
Do recheio um néctar
A forma do bombom, majestosa, impar.
Mordo gentil e maliciosamente
Beijo tua boca
Lá o sabor com emoção
Dentro na camada mais profunda
Encontro mel e creme goiaba.
Tua gruta, a casa de chocolate
Maria de Joãozinho
E eu, Joãozinho de Maria.
O fadário a impossibilidade instantânea
Mas com Joãozinho e Maria
Venceremos a bruxa.
Água meus netinhos.
Azeite, senhora velha.









Cobriras minha face de rosas,
Enquanto meu corpo ainda cálido
Com ansiedade e sofreguidão
Esperam fechar o esquife
Retalharão minhas atitudes,
E no inventario de nefasto
Justiçarão meus atos
Palhaços hipócritas
Esquecidos da própria sorte
Piedosos infames
Esquecem de reverenciar
para em conforto próprio
exaltar minha partida.

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