Friday, September 23, 2005

Conceito do preconceito

Trabalho de opinião
Wellington Alves de Lima

Sistema de Cotas, não é Solução.
É PRECONCEITO.
Conceito
de Preconceito
(Wellington Alves)


Só porque perdi a vista ...
Perdi a identidade....
Meu nome agora é cego
Perdi a mobilidade
Chamam - me aleijado..
Porque vocês me olha distante..
Por que você não diz meu nome?
Por que você me evita ?
Se, somos filho do mesmo Deus
Te sempre triste fim
Se existe um preconceito muito forte
Separando você de mim
Sem passar os tormentos que eu passo
De que serve sonhar um minuto?
Se a verdade da vida é ruim
Se existe um preconceito muito forte
Separando você de mim


Você já sofreu preconceito? Ou discriminou alguém, por sua opção sexual, cor, físico, religião ou pelo lugar de onde veio?




Você sabe o que quer dizer preconceito?
A palavra vem de "PRÉ" e "CONCEITO", ou seja, é um conceito que é formado antes que se saiba do que se está falando. Como alguém pode dizer, por exemplo: "todo o negro é burro", se não conhece todos os negros? Como se pode falar (e falar mal) de uma coisa sem ao menos conhecê-la?




Sistema de Cotas

O racismo é e continuará sendo, por muito tempo, um grande problema no Brasil. Mas não é um problema que vai se resolver, pelo contrário, só piorar, com o sistema de cotas que está sendo implementado em algumas universidades.

A primeira razão é filosófica, e deveria ser a mais importante: não se corrige uma injustiça cometendo outra. Não se purga a falta de termos trazidos negros escravos em navios-negreiros mantendo crianças talentosas fora da escola. Eu posso bem ver um jovem, de qualquer cor que seja, que tirou 9 na prova e não entrou na universidade vendo um outro jovem, de qualquer outra cor que seja, tirando 5,5 e entrando. Preencham as lacunas com as cores que quiserem. Não é justo. A escravidão também não foi justa, mas o jovem que tirou 9 poderia dizer: eu juro que nunca escravizei ninguém! Nunca fui à África laçar pretos, nunca mandei ninguém pro tronco! Eu juro! Deixa só eu estudar Direito, por favor! Eu mereço, tirei a melhor nota!

Caso queiram ignorar a primeira, a segunda razão é a que de fato inviabiliza a coisa: raça não é um critério objetivo ou cientificamente aplicável. Negro, na prática, é quem é visto como negro e, em geral, quem é visto como negro acaba se vendo e se pensando como negro. Nem que fosse na Suíça22 haveria o caos, quem dirá no Rio de Janeiro, pátria da malandragem. Como todo mundo tem algum sangue negro nessa cidade, todo mundo vai poder se dizer negro de consciência limpa. E quem é que vai dizer que não? Vai haver um comitê regularizador? Vocês podem imaginar a festa que a imprensa fará com isso? “Família de Jovem Negro Declarado Não-Negro Processa UERJ” e por aí vai. Pra não falar, claro, dos negros briosos que vão querer passar por seus próprios méritos e não vão se declarar negros. No fim da história, o único jeito será liberar geral. Negro vai ser quem se diz negro e todos, menos meia dúzia de orgulhosos, se dirão negros. Caos.

Caso o governo ignore a primeira objeção e considere que o caos gerado pela segunda é um preço pequeno a se pagar, os próprios negros deveriam se levantar contra essa lei por causa da terceira objeção.

Hoje, quando vejo um médico negro (ou um juiz da Suprema Corte negro) eu penso: taí um herói. Sabe-se lá as dificuldades que esse homem não enfrentou e venceu. Provavelmente deve ser, no mínimo, três vezes melhor do que todos os colegas dela na faculdade de Medicina.

Amanhã, quando eu vir um médico negro, eu vou pensar: será que esse cara é bom mesmo ou será que ele é um médico café-com-leite? Será que entrou na faculdade por mérito ou será que entrou com pistolão?

Se eu fosse um negro inteligente e talentoso, sabendo os obstáculos históricos que a minha raça teve que superar pra ser mesmo considerada gente e sabendo os obstáculos pessoais que eu ainda vou ter que superar em minha vida... Bem, ser rotulado de café-com-leite é a última coisa que eu gostaria. Isso é voltar o relógio no tempo 100 anos.

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