Friday, September 26, 2008

fermentado de laranja

siurop



Vinho de Laranja


Ingredientes:
10 xícaras de caldo de laranja
5 a 7 colheres (sopa) de açúcar

Modo de Fazer:
Lavar a laranja, descascar e espremer.
Juntar o açúcar ao caldo, misturar bem com uma colher de pau e deixar em repouso em um recipiente de vidro, louça ou plástico, em local fresco, coberto com um pano durante 60 dias.
Quando aparecer uma espuma branca, tirar com cuidado para não misturar no suco. Repetir essa operação sempre que for necessário.
Após 60 dias, coar em coador de pano e filtrar com chumaço de algodão ou coador de papel.
Engarrafar e deixar envelhecer no mínimo 3 meses depois de rotulado.


VINHO DE LARANJA


Ingredientes

10 xícaras (chá) de caldo de laranja (de preferência bem ácidas)
8 xícaras (chá) de açúcar


Modo de Fazer

Descasque as laranjas, extraia-lhes o caldo, coando e misturando o açúcar mexendo bem para que derreta por inteiro. Coloque a mistura em litros, deixando dois dedos abaixo do gargalo (sem encher), cubra-os com um pano fino e deixe-os descansar em local arejado e fresco. Examine os litros com frequência e sempre que encontrar alguma borra ou crosta, o vinho deve ser limpo e transferido novamente para outro litro. Deixe-o engarrafado no mínimo por 50 dias, passado este tempo, filtre-o em papel apropriado e coloque em litros esterilizados, arrolhe e guarde. Quanto mais velho melhor, quando servido.
OBS: Seu paladar lembra o do vinho moscatel.





PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO VINHO DE LARANJA
Marcos L. Corazza, Dina G. Rodrigues e Jorge Nozaki* Departamento de Química, Universidade Estadual de Maringá, Av. Colombo, 5790, 87020-900 Maringá - PR
*e-mail: jnozaki@cybertelecom.com.br
Recebido em 26/1/00; aceito em 27/11/00


PREPARATION AND CHARACTERIZATION OF ORANGE WINE. A simple method of home made preparation and physical-chemical characterization of orange wine was investigated. Saccharomyces cerevisiae was used as inoculum for wine-making by fermentation. Chemical compositions related to the aroma components seems to be very similar between grape and orange wines.
Keywords: fermentation; orange wine; chemical characterization.


INTRODUÇÃO
A citricultura é a mais recente alternativa agrícola da região noroeste do Estado do Paraná, e o município de Paranavaí é o maior produtor de laranjas da região. A produção atual é de 125 mil toneladas anuais, com expectativas de produção de 210 mil toneladas em 2001. A Paraná Citrus e a CITROCOP são as responsáveis pela transformação da laranja e a exportação do suco e seus subprodutos como o óleo essencial e o d-limoneno1.
Os óleos essenciais são óleos voláteis que são retirados das cascas das frutas cítricas e, tem aplicações variadas nas indústrias farmacêuticas e alimentíceas. O d-limoneno é uma fração oleosa, sendo considerada uma das mais puras fontes de terpeno monocíclico. Outro subproduto importante da laranja é o farelo de polpa cítrica ou farelo de casca de laranja. Este farelo é obtido por meio do tratamento de resíduos sólidos e líquidos remanescentes da extração do suco. O farelo da polpa cítrica peletizado é utilizado como complemento de ração animal na pecuária, tendo boa aceitação como insumo na ração de bovinos2.
O cultivo da laranja em escala comercial, no Estado do Paraná, está restrito aos terrenos arenosos da região de Paranavaí e, quanto ao reaproveitamento dos subprodutos da laranja, são necessários estudos para que esta atividade seja economicamente rentável para a região. Por outro lado, a citricultura e especialmente os seus subprodutos, constituem-se em uma das mais importantes atividades econômicas no Estado de S. Paulo, a maior produtora do país, conforme os dados da Tabela 1.


OBTENÇÃO DO VINHO
O vinho é uma bebida alcoólica fermentada por difusão, que é obtido genericamente pela fermentação alcoólica de um suco de fruta natural madura, principalmente a uva (Vitis vinífera). Admitem-se, tradicionalmente, que o nome vinho seja reservado só para a bebida proveniente da uva. Para bebidas produzidas por fermentação alcoólica que não seja a uva, deve-se indicar o nome da fruta, como no caso atual, o vinho de laranja. Qualquer fruta que contenha níveis razoáveis de açúcar é possível de se produzir um bom vinho, com sabores característicos de cada fruta. Segundo a Legislação Brasileira, os vinhos são divididos quanto à classe em: vinho de mesa, com um teor alcoólico de 10 e 13oGL (graus Gay-Lussac); vinho champanha, contendo de 10 a 13oGL; espumante, entre 7 e 10oGL; espumante gaseificado entre 10 e 12,5oGL; e licoroso, entre 14 e 18oGL, podendo ser tintos, rosados, ou brancos em cada caso. A Legislação estabelece ainda que para os vinhos de frutas a graduação alcoólica esteja entre 10 e 14oGL e, a adição de sacarose poderá ser, no máximo, igual à dos açúcares da fruta3. Existem ainda o vinho de fruta gaseificado, em que se adicionou anidrido carbônico e o vinho de fruta licoroso, cuja graduação alcoólica vai de 13 a 18oGL, este último pode ser doce ou seco3.
Em geral, as operações envolvidas no processo de fabricação de vinhos são: extração e preparo do mosto; fermentação alcoólica; trasfega; clarificação e conservação. A nível industrial, portanto o mais difundido, estas operações são aplicadas na produção do vinho de uva. Por outro lado, o vinho de laranja não é uma bebida com grande comercialização no Brasil, apesar de ser conhecida há anos a possibilidade de sua fabricação.

FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
A fermentação alcoólica, a mais importante na fabricação do vinho, abrange toda a etapa desde o preparo do inóculo até a etapa de trasfega. No processo de fermentação pode-se distinguir três fases: uma preliminar que é de adaptação da cultura ao meio, outra tumultuosa e, a fase complementar que é o fim da fermentação. A fermentação compreende um conjunto de reações enzimaticamente controladas, através das quais uma molécula orgânica é degradada em compostos mais simples liberando energia. O processo tem início com a ativação da glicose, que recebe em reações sucessivas dois fosfatos energéticos, fornecidos por duas moléculas de ATP (adenosina trifosfato) que se transforma em ADP (adenosina difosfato). A glicose, por sua vez, se transforma em gliceraldeido 1,3-difosfato. Ao final, cada gliceraldeído é transformada em ácido pirúvico. O rendimento é de duas moléculas de ATP para cada molécula de glicose utilizada4.
No geral, a principal reação seria:
C6H12O6 ® 2 CH3CH2OH + CO2 + 33 cal.
Durante o processo fermentativo com o S. cerevisiae as principais variáveis devem ser bem controladas, caso contrário, podem ocorrer variações na composição química do suco pela presença do Gluconobacter oxydans5, variação no conteúdo de ácido ascórbico6, fermentação do citrato, juntamente com a glicose, na presença do L. plantarum com a produção de ácido acético e do vinagre7, 8, 9, etc.
A fabricação caseira do vinho de laranja, utilizando-se frutos que não encontram demanda comercial devido a defeitos nas cascas e tamanhos, foram investigados como alternativa de consumo das mesmas.

MATERIAIS E MÉTODOS
A produção caseira do vinho de laranja consistiu nas etapas abaixo, utilizando-se um fermentador caseiro conforme a Figura 1.


Obtenção e classificação dos frutos
As frutas, da região de Paranavaí-PR., foram classificadas de acordo com o estado de amadurecimento (maturação). Foram escolhidas as frutas sadias, descartando-se as demais.
Extração do mosto
Consistiu em separar o suco do restante da laranja utilizando-se um espremedor de frutas elétrico e, em seguida coado, em um coador manual.
Preparo do mosto (sulfitagem)
Utilizou-se o metabissulfito de sódio a 10% (m/v). Após a aplicação, deixou-se em repouso durante 3 horas, coado, sendo que o mosto fora previamente fervido e resfriado à temperatura ambiente.
Determinação do grau Brix e correção do açúcar
O grau Brix indica o teor aproximado de açúcar no mosto. Assim, um mosto com 10oBrix contém aproximadamente 10% de açúcar. Considerando-se que 2 graus Brix produz aproximadamente 1oGL após a fermentação, a correção foi feita adicionando-se açúcar (sacarose) ao mosto, para a produção alcoólica desejada. As leituras do grau Brix foram feitas em refratômetro (Carl Zeiss), onde cada grau Brix representa aproximadamente 15g de açúcar dissolvido para cada litro de mosto. O aparelho foi calibrado em banho termostatizado a 20oC com água deionizada (oBrix = 0) e, a seguir, foram feitas as leituras das amostras a 20oC.
Correção de acidez
A determinação da acidez total foi feita por titulação volumétrica com solução de NaOH 0,1 mol L-1, e a solução alcoólica de fenolftaleína a 1% como indicador. Foram utilizados em cada titulação 10mL do mosto, diluído a 50mL com água destilada e 3 gotas de fenolftaleína. As correções de acidez foram feitas com soluções de CaCO3.
Preparo do inóculo
Utilizou-se o Saccharomyces cerevisiae na quantidade adequada3,10.
Densidade do mosto
Determinou-se a densidade do mosto pesando-se inicialmente um balão volumétrico de 25mL limpo e seco. Pesou-se novamente o balão contendo água destilada até o menisco. A seguir, lavou-se cuidadosamente com álcool etílico e éter etílico e pesou-se o balão com a amostra do mosto. A densidade do mosto foi calculada pela fórmula D = (w – b2)/(h – b1).
Onde w = massa da amostra; h = massa da água; b2 = massa do balão na segunda pesagem e b1 a massa do balão na primeira pesagem.
Sólidos suspensos
Os sólidos suspensos foram determinados pelas medidas no turbidímetro, em cubetas de vidro (Turbidímetro Micronal B 250).
Grau alcoólico (oGL)
Foram transferidos 200mL da amostra, à temperatura ambiente, a um balão de destilação contendo 10mL de água, e a uma coluna de destilação e esta a um condensador. Foram recolhidos 3/4 do volume inicial pela destilação, completou-se o volume com água destilada na mesma temperatura inicial. Determinou-se a densidade da amostra pelo mesmo procedimento anterior. Para o cálculo do grau alcoólico, utilizou-se uma tabela de densidade x grau alcoólico3.
Trasfega
Foi a transferência, após a filtração, do fermentado já pronto do reator para outro recipiente.
Clarificação
A clarificação do vinho pode ser feita com a bentonita, gelatina, albumina, etc. Utilizou-se neste trabalho a clara de ovo (albumina), na proporção de uma colher de sopa por litro do vinho.
Conservação
Após a filtração e aquecimento em banho-maria a 650C por 20 minutos, o vinho foi resfriado naturalmente e a conservação foi feita engarrafando-se o vinho em frascos de vidro e fechados com rolhas adequadas.

RESULTADOS E DISCUSSÂO
Na Tabela 2 aparecem os dados experimentais do processo de fermentação de 4,5 litros de sucos, correspondentes a 8 kg de laranjas pêras. O Brix foi corrigido a cada 12 h, no início para 15 e depois para 26oBrix. Após 24 h de inoculação, adicionou-se ao mosto já preparado e previamente fervido. As variações de pH, acidez total e densidade ocorridas durante a fermentação aparecem na Tabela 3. Observou-se os decréscimos no grau Brix e a densidade durante a fermentação. A acidez total elevou-se bruscamente somente no início, permanecendo praticamente constante durante a fermentação, portanto, foi suficiente a adição de pequenas quantidades de CaCO3 durante a preparação do mosto.





Conforme se observa na Figura 2, a variação do grau Brix com o tempo de fermentação, existem duas fases distintas. Nas primeiras 28-30 horas a fermentação é tumultuosa, com rápido consumo do açúcar do mosto, ou seja, alta atividade dos microorganismos. Numa segunda fase, menos tumultuosa, observa-se menor atividade das leveduras. Estas variações descendentes do grau Brix coincidem com a diminuição da intensidade de borbulhamento do dióxido de carbono no batoque hidráulico do fermentador (Figura 1). Observa-se ainda que, no final da fermentação, o grau Brix permaneceu em aproximadamente 8, de forma constante. Este fato deve-se, provavelmente, à presença de açúcares não fermentecíveis no suco de laranja.


De acordo com a Tabela 3, a densidade do mosto decresceu durante a fermentação, de acordo com o consumo de açúcar e a produção de etanol no processo fermentativo. A elevação da acidez total foi também muito rápida nas primeiras 24 horas de fermentação, permanecendo então constante, após este período, até o final da fermentação, conforme se observa na Figura 3.


Um dos principais fatores da qualidade de um vinho é a sua composição fenólica. As substâncias fenólicas são reativas em presença de oxigênio, pela transformação de fenóis em quinonas e a polimerização de flavanóides, alterando assim a turbidez, sabor e aroma do vinho11. A remoção dos compostos fenólicos foi uma tentativa para a melhora das qualidades sensoriais de certos tipos de vinhos12. As tentativas mais bem sucedidas foram com a utilização de produtos enológicos como a gelatina, caseína, albumina, carvão ativado e certos polímeros como a polivinilpolipirrolidona (PVPP)12. No caso da produção do vinho de laranja não houve esta preocupação, exceto pela utilização da albumina, em função das suas excelentes qualidades sensoriais.
Na comparação dos vinhos de laranja e uva observou-se certas semelhanças como os graus alcoólico e o Brix. Pelos espectros registrados na região ultravioleta das respectivas amostras, observou-se uma grande semelhança nas absorções em l = 255 e 264nm, indicando inclusive os baixos níveis de compostos fenólicos ou outras substâncias aromáticas. A produção caseira do vinho de laranja poderá ser vantajosa, devido ao baixo custo da fruta e a relativa facilidade de fermentação por leveduras selecionadas. O sabor e a qualidade sensorial do vinho é comparável com o vinho de uvas.


sapote sm (náuatle tzapotl) Bot 1 V sapota-do-peru. 2 Planta esterculiácea (Sterculia speciosa); capote. S. grande: a) o mesmo que uiqué; b) o mesmo que castanheiro-do-maranhão



Tenho pressa o tempo não espera,
Quero viver tudo que poder,
Quero ver sentir falar tudo
Quero ir alem dos horizontes,
Quero escalar a montanha mais alta,
Quero ver o que há do utro lado,
Não posso esperar
A vida é uma e não tem replay.
Viver não é conseguir
Viver é procurarLutar insistir

Thursday, September 25, 2008





Busto de Socrates


Comentário pessoal sobre o busto de Socrates

Tenho a nítida impressão que essa escultura de Sócrates partiu de uma mascara cadavérica isto é uma modelagem de seu corpo sem vida momentos após sua morte, essa idéia esta refletida na forma da barba, amarrotada como se tivesse preparada para evitar aderência com a matéria modeladora, o pescoço apresenta uma inclinação com se estivesse com um apoio de cabeça, a cabeça ligeiramente inclinada para traz, confirma a idéia do encosto de cabeça, o tórax despido contraria os costume do filosofo, uma ligeira inclinação da cabeça demonstra um desequilíbrio com o tórax confirmado que estava o corpo deitado e não de pé com tenta a escultura demonstrar, o tórax de demonstra desidratação cadavérica,


Apologia de Socrates

A Apologia, que se crê ser a mais autêntica de entre as autodefesas de Sócrates conhecidas, põe a personagem principal a falar, longamente com as próprias palavras ele utilizou no julgamento em 399 a. C.. Acusado de impiedade e de corrupção da juventude por Metelo, Ânito e Lícon, o velho educador e filósofo de 70 anos fez um apelo vigoroso à absolvição. O tribunal, composto por 501 cidadãos por votação, consideram Sócrates culpado por maioria de votos 281 contra 220, e condenaram-no à morte. Após um curto período de prisão, Sócrates morre depois de ter bebido a cicuta. De acordo com a tradição, Platão, discípulo de Sócrates e seu maior admirador, estava doente e não pôde assistir ao julgamento, mas as provas apresentadas no texto indicam que ele terá estado presente.

A Apologia começa por uma introdução em que Sócrates explica o seu estilo de discursar. A isto segue-se uma lista de acusações específicas, com referência à sua vida e actividades quotidianas. Responde com alguma profundidade a cada uma das acusações de que é alvo. Depois de relatar a defesa de Sócrates, Platão relata as tentativas do mestre para que seja diminuída a pena que lhe é imposta. Finalmente, Sócrates faz uma censura profética aos juízes por supor que eles vão viver sem problemas de consciência depois de pronunciarem a sentença de morte.

Na declaração de abertura, Sócrates explica o estilo coloquial que utilizará na sua defesa. Os acusadores tinham avisado os cidadãos para estarem prevenidos, se não quisessem ser enganados pela oratória de Sócrates quando ele tentasse provar a sua inocência. Sócrates insiste que não é um orador nem um retórico. Em vez disso, está acostumado a vestir a verdade com linguagem comum, de modo a que todos possam seguir o seu raciocínio. Conclui que os ouvintes devem julgar a causa e não a sua maneira de falar.

Na sua defesa, Sócrates responde a dois tipos de acusações: a primeira, mais antiga, mais generalizadora, e a Segunda, a acusação do momento, feita pelos três acusadores no tribunal. Teme mais a primeira acusação do que a Segunda, porque não pode enfrentar os acusadores quando refuta simples rumores e insinuações. As queixas contra a sua conduta foram-se acumulando ao longo dos anos: é tido como um «criminoso e metediço, que perscruta o que se passa debaixo da terra e dentro do céu, torna a causa má e ensina a fazerem como ele».

Sócrates declara que as acusações são falsas. Para se defender cita a comédia As Nuvens, de Aristófanes, em que uma personagem chamada Sócrates insinua que pode andar pelo ar. Este cenário tolo, por mais inocente que fossem as intenções, contribui para a sua má reputação. Outro rumor insinua que investiga matérias sobrenaturais, tanto acima como abaixo da terra. Assegura à assistência que nunca se interessou pelas ciências práticas, e embora admire os físicos e se recuse a considerá-los maldosos no seu trabalho, Sócrates insiste que as suas maiores preocupações são a conduta moral e a felicidade da alma.

Depois disto a defesa de Sócrates vai concentrar-se nas acusações específicas do seu principal acusador, Metelo. Interroga Metelo sobre a acusação de que ele, Sócrates, é um demónio, um corruptor da juventude, um ateu que procura criar os seus própros deuses. Devido à amabilidade de Sócrates no interrogatório, Metelo tropeça nas próprias palavras. Torna-se evidente para os membros do tribunal que Metelo não tinha pensado bem nas acusações que fez nem nas suas possíveis ramificações. Quanto ao ateísmo, Metelo volta a confundir-se nas alegações, parecendo acusar Sócrates de ser ateu como de inventar novas divindades.

Chegando a este ponto, Sócrates analisa outra questão importante - deveria mudar o estilo de investigar e de ensinar para afastar a possibilidade de ser executado. Compara a situação com o seu comportamento honroso no campo de batalha quando serviu no exército. Para Sócrates, a morte é preferível à desgraça. Escolhe viver de acordo com a vontade dos deuses, para cumprir a sua missão de filósofo. A verdadeira desgraça seria desobedecer aos deuses para salvar a própria vida. Para Sócrates, esta via estreita conduz à sabedoria, à verdade e ao «maior aperfeiçoamento da alma».

Num resumo simples das suas intenções, Sócrates dirige-se directamente aos Atenienses: «[...] absolvei-me ou não, mas tende por certo que jamais farei outra coisa, ainda que houvesse de morrer mil vezes.» Menciona os outros discípulos que ensinou, os quais, se tivessem realmente sido corrompidos, se juntariam a Metelo e Ânito na acusação. Sócrates gaba-se de que entre os seus alunos se contam alguns dos seus melhores amigos e defensores fiéis. Apontando vários que se encontravam entre a assistência. Mais, recusa-se a exibir a família e a simpatia dela para fazer pender a opinião dos juízes a seu favor. A defesa é a verdade.

Depois da votação, Sócrates mostra-se surpreendido pelos votos a favor dele terem sido tantos. Segundo as leis atenienses, ele poderia propor uma pena alternativa, como uma multa pesada, o ostracismo ou outros métodos de pagar a sua dívida à sociedade. Sócrates rejeita as alternativas óbvias e pede que o tribunal lhe imponha uma sentença em que seja alimentado pelo estado, ele que dedicou toda a vida ao serviço público e à educação da juventude.

À sugestão de que poderia escapar à sentença de morte se concordasse em acabar com as perguntas, que tendem a tornar-se suspeitas e controversas, Sócrates volta a afirmar que não desobedecerá à ordem do deus e que não se calará. Defende, pelo contrário, uma vida de procura da virtude, dizendo que «uma vida sem exame não vale a pena ser vivida». Só pede um favor: que o tribunal tenha olho nos filhos que estão a crescer e os castigue se verificar que eles estão a tornar-se materialistas, pretensiosos ou inúteis.

Completada a sua defesa, Sócrates aconselha o tribunal a não se felicitar por ter livrado Atenas de um perturbador. Não terão paz nem honra por causa da sua decisão, pois a execução de Sócrates fará mais mal aos algozes do que à vítima. Na opinião de Sócrates, evitar a morte é menos importante do que viver sem virtude. A frase de despedida expressa a sua filosofia de vida:

«E agora chegou a hora de nos irmos, eu para morrer, vós para viver; quem de nós fica com a melhor parte ninguém sabe, excepto o Deus.»

Inúmeras são versões
Em princípio, ó atenienses, é legítimo que eu me defenda das calúnias das primeiras acusações que me foram dirigidas e dos primeiros acusadores, e depois das mais recentes acusações e dos novos acusadores. Pois muitos que se encontram entre vós já me acusaram no passado, sempre faltando com a verdade, e esses me causam bem mais temor do que Ânito e seus amigos, embora estes sejam acusadores perigosos. Mas os primeiros são muito mais perigosos, ó cidadãos, aqueles que convivendo com a maior parte de vós, como crianças que deviam ser educadas, procuraram convencer-vos de acusações não menos caluniosas contra mim: que existe um certo Sócrates, homem de muita sabedoria, que especula a respeito das coisas do céu, que esquadrinha todos os segredos obscuros, que transforma as razões mais fracas nas mais consistentes. Estes, ó atenienses, que propalaram essas coisas acerca de mim, são os acusadores que mais receio, porque, ao ouvi-los, as pessoas acreditam que quem se dedica a tais investigações não admite a existência dos deuses. E esses acusadores são muito numerosos e me acusaram há bastante tempo, e, o que é mais grave, caluniaram-me quando vós tínheis aquela idade em que é bastante fácil – alguns de vós éreis crianças ou adolescentes – dar crédito às calúnias, e assim, em resumo, acusaram-me obstinadamente, sem que eu contasse com alguém para me defender. E o que é mais assombroso é que seus nomes não podem sequer ser citados, exceto o de um comediógrafo; porém os outros – os que, por inveja ou por vício em fazer falsas acusações, procuraram colocar-vos contra mim, ou os que pretenderam convencer os outros por estarem verdadeiramente convencidos e de boa fé –, esses todos não podem ser encontrados, nem se pode exigir que ao menos alguns deles venham até aqui, nem acusar ninguém por difamação, e, em verdade, a fim de me defender só posso lutar contra sombras, e acusar de mentiroso a quem não responde. Portanto, vós deveis vos certificar de que existem duas categorias de acusadores: de um lado, os que me acusam há pouco tempo, e de outro, os que já me acusam há bastante tempo e dos quais tenho falado a respeito, e então reconhecereis que devo defender-me destes em primeiro lugar. Ainda mais porque esses acusadores fizeram-se ouvir por vós antes e mais demoradamente do que aqueles que vieram depois.


Defender-me-ei, portanto, ó atenienses, e assim descobrirei se aquela calúnia, que martiriza meu coração há tanto tempo, possa ser extirpada, embora deva fazê-lo em tão curto prazo. E se eu for bem-sucedido, se conseguir acarretar-vos algum benefício com a minha defesa, será excelente para vós e para mim. Bem sei quanto isto é difícil e tenho plena consciência da enorme dificuldade que me espera. Que tudo se passe de acordo com a vontade do Deus, pois à lei é necessário obedecer e defender-se.




Socrates, o filósofo, estava diáriamente na Ágora (sim, os gregos também tinham um Sócrates e ele também era filósofo, embora não jogasse futebol). Alí ele trocava idéias com amigos e pensava sobre as coisas da vida, da política, da ciencia e da religião (naquela época os filósofos eram menos especializados que são hoje).

As sessões de filosofia e a liberdade com que Sócrates falava de todas as coisas, terminaram atraíndo a ira da elite local contra ele. Os gregos acreditavam que havia um estoque limitado de idéias, e que caras como Sócrates já tinham pensado a maioria delas. De fato, a obra de Platão, constituída em boa parte pelos diálogos de Socrates, é mais grossa que a biblia !

Naquela época (399 AC) Atenas vinha passando por tempos difíceis e as críticas repetidas de Sócrates aos governantes e a própria democracia irritavam os poderosos. Um jovem ambicioso chamado Meletus liderou a perseguição ao velho filósofo.

Socrates foi acusado de ser "instrumento do mal, subversor da juventude, que não acredita nos deuses e inventor das próprias divindades". Este é um tipo de julgamento que ocorreu muito ao longo de toda história: uma perseguição religiosa com motivação em mesquinhos interesses políticos.

O julgamento e a execução de Sócrates provavelmente ocorreram na Ágora ateniense. O juri era constituído de 501 jurados (eles levavam a democracia a sério). Ao invés de usar sua oratória eloqüente para defender-se das acusações, Sócrates preferiu questionar a base da acusação contra ele. Talvez tenha sido um grande erro. Ele terminou sendo condenado por uma margem estreita.

Após ser condenado, os Atenienses usavam a democracia mais uma vez para determinar a pena. Sócrates sugeriu de forma irônica uma multa mínima, enquanto que seu acusador pediu a morte. O juri votou novamente e decidiu - por 441 a 60 - que se um homem era culpado, ele deve ser punido [com a morte].

Após o julgamento, amigos sugeriram que Sócrates fugisse. É provavel até que seus inimigos esperassem que ele fugisse e se auto-exilasse. Mas ele preferiu ficar e ser executado. Essa é talvez uma das primeiras execuções exclusivamente por defesa de idéias.
A execução era feita com um veneno chamado sicuta. O carrasco sugeriu que Socrates ficasse quieto enquanto o veneno fazia efeito, para seu fim ser rápido. Se ele ficasse falando, o veneno demoraria mais e seria mais doloroso. Ele então disse: "pois traga bastante sicuta, que tenho muito a dizer". E morreu falando aos 70 anos, como tinha feito em toda a sua vida.

Embora muito afirmem que Este busto, esculpido após sua morte, reproduz as características principais de Socrates, conforme descritas por Platão: um pouco careca, nariz grosso e testa proeminente. Especula-se que, quando criança, o autor desta escultura tenha conhecido Sócrates.Porém podemos observar traços de uma masca fúnebre, a boca entreaberta, o ângulo de projeção do rosto em relação ao corpo, olhos abertos sem o globo ocular, expressão facial serena acentuada rugas na região frontal, posição do tenteado da barba para evitar a aderência do material de moldagem, a altura de queijo autoriza a presunção de um encosto de cabeça. As mascaras fúnebres eram muito usadas no período. Assim de nada invalida o busto só acrescenta autenticidade


Sócrates foi, provavelmente, o maior filósofo de todos os tempos. Ele viveu em Atenas, na Grécia, por volta de 500 anos antes do nascimento de Jesus. Foi a mente mais iluminada do ocidente em sua época, enquanto no oriente, por volta da mesma época aparecia um tal de Buda, que causou uma revolução no modo de pensar e se relacionar com a vida. Durante os seus 70 anos de vida, Sócrates procurou ensinar, através da dialética (diálogos), as verdades espirituais eternas, questionando sempre as falsas tradições da cultura helenística. Acabou despertando ódio e inimizades entre os detentores do poder e da cultura, que o acusavam de estar corrompendo a juventude ateniense. Foi levado a julgamento e condenado à morte pela ingestão de cicuta, um poderoso veneno.

O texto a seguir foi condensado do livro Apologia de Sócrates, escrita por Platão (seu principal discípulo). Ele descreve o julgamento de Sócrates, apresentando a sua defesa e suas considerações finais, após a sentença de condenação.

A DEFESA

A acusação diz: "Sócrates comete crime, investigando indiscretamente as coisas terrenas e as celestes, e tornando mais forte a razão mais débil, e ensinando aos outros". Mas nada disso tem fundamento, pois não instruo e nem ganho dinheiro com isso. Talvez pudessem dizer de mim: "Enfim, Sócrates, o que é que você faz? De onde nasceram essas calúnias? Se suas ocupações não fossem tão diferentes das dos outros, não teria ganho tal fama e não teriam nascido acusações".

Sócrates responde: Acontece que Xenofonte, uma vez indo a Delfos, ousou interrogar o oráculo e perguntou-lhe se havia alguém mais sábio do que eu. Ora, a pitonisa respondeu que não havia ninguém mais sábio. Ao ouvir isso, pensei: "O que queria dizer o deus e qual é o sentido das suas palavras? Sei bem que não sou sábio, nem muito nem pouco." E fiquei por muito tempo sem saber o verdadeiro sentido de suas palavras. Então resolvi investigar a significação do seguinte modo: Fui a um daqueles detentores da sabedoria, com a intenção de refutar, por meio deles, o oráculo e, com tais provas, opor-lhe a minha resposta: "Este é mais sábio que eu, enquanto você disse que sou eu o mais sábio". Examinando esse homem - não importa o nome, mas era um dos políticos - e falando com ele, parecia ser um verdadeiro sábio para muitos e, principalmente, para si mesmo. Procurei demonstrar-lhe que ele parecia sábio sem o ser. Daí veio o ódio dele e de muitos dos presentes aqui contra mim.

Então, pus-me a considerar comigo mesmo, que eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, nenhum de nós sabe nada de belo e de bom, mas aquele homem acredita saber alguma coisa sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber. Parece, pois, que eu seja mais sábio do que ele nisso: não acredito saber aquilo que não sei.

Fui a muitos outros daqueles que possuem ainda mais sabedoria que esse, e me pareceu que todos são a mesma coisa. Daí veio o ódio deste e de muitos outros. E então me aconteceu o seguinte: procurando segundo o critério do deus, pareceu-me que os que tinham mais reputação eram os mais desprovidos, e que os considerados ineptos eram homens mais capazes quanto à sabedoria.

Também procurei os artífices e devo dizer que os achei instruídos em muitas e belas coisas. Eles, realmente, eram dotados de conhecimentos que eu não tinha e eram muito mais sábios do que eu. Contudo, eles tinham o mesmo defeito dos poetas: pelo fato de exercitar bem a própria arte, cada um pretendia ser sapientíssimo, também, nas outras coisas de maior importância e esse erro obscurecia o seu saber.

Dessa investigação, cidadãos atenienses, tanto me originaram calúnias como também me foi atribuída a qualidade de sábio. E totalmente empenhado em tal investigação, não tenho tido tempo de fazer nada de apreciável, nem nos negócios públicos, nem nos privados, mas encontro-me em extrema pobreza, por causa do serviço do deus. Além disso, os jovens, seguindo-me espontaneamente, gostam de ouvir-me examinar os homens. Eles, muitas vezes, me imitam por sua própria conta e decidem também examinar os outros, encontrando grande quantidade daqueles que acreditam saber alguma coisa mas pouco ou nada sabem. Daí, aqueles que são examinados encolerizam-se e, por essa razão, dizem que há um tal Sócrates que corrompe os jovens.

Saibam, quantos o queiram, que por esse motivo sou odiado; e que digo a verdade, e que tal é a calúnia contra mim e tais são as causas.

Cidadãos de Atenas, creio que vocês não têm nenhum bem maior do que este meu serviço do deus. Por toda a parte eu vou persuadindo a todos, jovens e velhos, a não se preocuparem exclusivamente com o corpo e com as riquezas, como devem se preocupar com a alma, para que ela seja o melhor possível. Absolvendo-me ou não, não farei outra coisa, nem que tenha de morrer muitas vezes. Dessa forma, parece que o deus me designou à cidade com a tarefa de despertar, persuadir e repreender cada um de vocês, por toda a parte, durante todo o dia. É possível que vocês, irritados como aqueles que são despertados quando no melhor do sono, levianamente me condenem à morte, para dormirem o resto da vida.


A CONDENAÇÃO

A minha impassibilidade, cidadão de Atenas, diante da minha condenação deriva, entre muitas razões, que eu contava com isso, e até me espanto do número de votos dos dois partidos. Por mim, não acreditava que a diferença fosse assim pequena.

Os meus acusadores pedem, para mim, a pena de morte. Que pena ou multa me merece? O que convém a um pobre benemérito que tem necessidade de estar em paz para lhes poder exortar ao caminho reto? Para um homem assim conviria que fosse nutrido e mantido pelo Estado. Por não terem esperado um pouco mais, vocês irão obter a fama e a acusação de haverem sido os assassinos de um sábio, de Sócrates. Pois bem, se tivessem esperado um pouco de tempo, a coisa seria resolvida por si mesma: vejam vocês a minha idade.

Talvez, senhores, o difícil não seja fugir da morte. Bem mais difícil é fugir da maldade, que corre mais veloz que a morte. Eu, preguiçoso e velho, fui apanhado pela mais lenta: a morte. Já os meus acusadores, válidos e leves, foram apanhados pela mais veloz: a maldade.

Assim, eu me vejo condenado à morte por vocês; vocês, condenados de verdade, criminosos de improbidade e de injustiça. Eu estou dentro da minha pena, vocês dentro da sua.

E estamos longe de julgar retamente, quando pensamos que a morte é um mal. Porque morrer é uma destas duas coisas: ou o morto não tem absolutamente nenhuma existência, nenhuma consciência do que quer que seja; ou, como se costuma dizer, a morte é uma mudança de existência e uma migração deste lugar para outro.

Se, de fato, não há sensação alguma, mas é como um sono, a morte é como um presente, porquanto todo o tempo se resume em uma única noite.

Se a morte, porém, é como uma passagem deste para outro lugar e se lá se encontram todos os mortos, qual o bem que poderia existir maior do que este? Quero morrer muitas vezes, se isso é verdade, pois para mim a conversação acolá seria maravilhosa. Isso constituiria indescritível felicidade.

Vocês devem considerar esta única verdade: que não é possível haver algum mal para um homem de bem, nem durante sua vida, nem depois de morto. Por isso mesmo, o que aconteceu hoje a mim não é devido ao acaso, mas é a prova de que para mim era melhor morrer agora e ser liberto das coisas deste mundo. Por essa razão não estou zangado com aqueles que votaram contra mim, nem contra meus acusadores.

Mas já é hora de irmos: eu para a morte, e vocês para viverem. Mas quem vai para melhor sorte é segredo, exceto para Deus.


Sócrates, filósofo grego (Atenas 470/69 - ed. 399 a.C.)
Sócrates nasceu em uma família rica de Atenas, filho do escultor Sofronisco e da parteira Fenareta. Por um certo período, serviu no Exército, mas passou a maior parte da vida nas praças da cidade e nos mercados, conversando com as pessoas que lá encontrava. quando estava na casa dos 50 anos de idade, casou-se com Xantipa, com quem teve três filhos. As descrições que se fazem dele o pintam como alguém extremamente feio: barrigudo, com olhos esbugalhados e nariz arrebitado. Mas consta que era "agradabilíssimo". Apesar disso, foi condenado à morte por suas atividades filosóficas.
Sócrates foi, provavelmente, a figura mais enigmática de toda a história da filosofia, ele por si só foi um problema filosófico. Não escreveu nada, enquanto a produção literária de seu tempo era abundante; não fez carreira de professor, enquanto inúmeros contemporâneos seus aproveitaram o talento pedagógico, e apesar disso foi um dos filósofos que mais influenciaram o pensamento europeu. Sócrates é conhecido através de Aristófanes, que o denigre sob uma visão caricatural; de Xenofonte, que nos oferece dele uma imagem simplista; e de Platão, que lhe dá uma estatura fundamental na história da filosofia. Mas Platão, seu principal discípulo, ao que parece, teria feito de Sócrates um retrato fiel ou um retrato sublimado por sua devoção e seu própria genialidade? Essa questão ficou insolúvel e somente nos foi permitido extrair os traços comuns dos textos daqueles que o conheceram, sem deixar de lado elementos da visão que a tradição consagrou, que é a que maior influência exerceu no Ocidente. No final dos anos 1980, porém, o jornalista norte-americano Izzy Stone escreveu um livro respeitável e desmistificador a respeito do filósofo grego: O julgamento de Sócrates (1987). Para isso, empreendeu uma pesquisa longa e exaustiva, onde procurou reconstituir o retrato mais fiel possível do Sócrates histórico.
No entanto, no ano de 399 a.C., Sócrates foi acusado de "introduzir novos deuses" (as "vozes interiores divinas" que ele afirmava ouvir na cabeça) e corromper os jovens, além de não acreditar nos deuses venerados. O governo de Atenas foi uma das primeira democracias do mundo. Sócrates, por outro lado, não escondia que acreditava que seria melhor para o Estado ser governado por uma só pessoa, que ele qualificava como "aquele que sabe". Alguns consideravam os pontos de vista de Sócrates uma ameaça à estrutura da vida em Atenas. Preocupado com a influência antidemocrática de Sócrates sobre os jovens aristocratas (entre eles Platão) envolvidos no pensamento socrático, um júri de 501 membros o declarou culpado, por pequena maioria.
Ele poderia ter pedido clemência. Poderia ter salvado a vida concordando em sair de Atenas. Mas, agindo desse modo, Sócrates não teria sido coerente consigo mesmo. Para ele, a consciência - e a verdade - tinha mais calor do que a vida. Assegurou ao júri que agira apenas pelo melhor dos interesses do Estado, mas foi condenado a tomar cicuta. Embora lhe preparassem a fuga de Atenas, preferiu cumprir a sentença. Pouco depois da sentença, bebeu do veneno na presença de amigos e morreu. A democracia fracassava, ao permitir sua condenação e morte - e esse era, quase com certeza, o plano de Sócrates.
A Atenas da época de Sócrates era um importante centro de debates, visitado por todos os grandes pensadores de então. Um desses grupos de filósofos itinerantes era chamado de sofista. Os sofistas ensinavam por dinheiro, ao mesmo tempo que afirmavam que as indagações da filosofia, os enigmas do Universo, jamais seriam respondidas pelo mortal - uma perspectiva filosófica conhecida como ceticismo. Com os sofistas e Sócrates, o centro da reflexão filosófica grega deslocou-se dos problemas cosmológicos para os problemas humanos, particularmente a ética. E, para Sócrates, a virtude se identificaria com o saber: o homem só agiria mal por ignorância.
Assim como os sofistas, Sócrates tinha mais interesse no homem e em seu lugar na sociedade do que nas forças da Natureza. Ao contrário deles, Sócrates jamais recebeu dinheiro em troca de ensinamentos, e se distinguia dos sofistas em um outro aspecto bastante importante. Sócrates não se considerava um "sofista" - ou seja, uma pessoa erudita ou sábia. Tendo encontrado a sociedade ateniense minada pela demagogia e pelas repercussões negativas da desastrosa Guerra do Peloponeso, o filósofo teria se empenhado, a partir dos 40 anos, na reestruturação moral de seus concidadãos. Passou então a viver nas ruas de Atenas ensinando a virtude e a sabedoria. Não aceitava pagamento por isso e tampouco aceitou cargos públicos. Opôs-se aos sofistas, afirmando que o conhecimento é possível e que seu objeto primordial é a própria alma (Sócrates teria se inspirado no adágio do oráculo de Delfos: "Conhece-te a ti mesmo").
Ele achava que o filósofo é aquele que admite não entender inúmera coisas, e que se aflige com isso. Nesse sentido, o filósofo ainda é mais sábio do que aqueles que se orgulham do conhecimento que têm das coisas sobre as quais, na verdade, nada sabem. Sócrates declarou: "Só sei que nada sei".
Consta que um amigo de Sócrates perguntou ao oráculo de Delfos quem era o homem mais sábio de Atenas. O oráculo respondeu que, dentre todos os mortais, Sócrates era o mais sábio. Sócrates ficou pasmo ao saber disso. Procurou imediatamente a pessoa na cidade que, para ele e para todo mundo, era extremamente sábia. Mas quando aconteceu de essa pessoa não dar as respostas satisfatórias a suas perguntas, embora se achasse capaz disso, Sócrates concluiu que o oráculo estava certo. A sabedoria de Sócrates de devia ao faro de ele estar plenamente ciente da própria ignorância.
Embora colocasse em constante dúvida a extensão de seu conhecimento (um método que Descartes usaria cerca de dois mil anos mais tarde). Sócrates achava possível um homem alcançar verdades absolutas acerca do Universo. Ele sentia a necessidade de estabelecer uma base sólida para nosso conhecimento, um alicerce que, segundo ele, estaria na razão do homem. Com essa inabalável crença na razão humana, Sócrates era decididamente um racionalista.
Ele afirmava que era guiado por uma voz interior divina, e que essa "consciência" lhe dizia que ele estava certo. Ele disso: "Aquele que conhece o bem faz o bem". Com isso, queria dizer que o entendimento justo leva à ação justa. E só o justo pode ser um "homem virtuoso". Quando agimos erradamente é porque nada sabemos. Sócrates estava interessado em descobrir definições claras e universalmente válidas para o certo e o errado. Ao contrário dos sofistas, ele achava que a capacidade de distinguir o certo do errado está na razão das pessoas e não na sociedade.
A natureza essencial da arte de Sócrates está em que ele parecia não querer ensinar as pessoas. Pelo contrário, dava a impressão de desejar aprender com aqueles com quem conversava. Em vez de dar aulas como um mestre tradicional, debatia, simplesmente fazendo perguntas - principalmente para começar uma conversa - com se nada soubesse. Ao longo dos debates, em geral levava os oponentes a reconhecer a fraqueza de seus próprios argumentos e, encostados contra a parede, finalmente compreender o que estava certo e o que estava errado.
Partindo da consciência da própria ignorância ("Só sei que nada sei"), utilizava como método não a exposição, mas a dialética (aqui com o sentido de arte do diálogo e da discussão), que podia assumir duas formas distintas:
a ironia socrática, com a qual alegava ignorância em assuntos de que os outros se julgavam profundos conhecedores, apenas para demolir suas opiniões, levando o interlocutor à contradição e, desse modo, a purificar o espírito de idéias falsas e preconceitos. Ao se passar por ignorante, Sócrates obrigava as pessoas a usar o senso comum. Ele não hesitava em agir desse modo na praça da cidade;
e a maiêutica (arte de partejar os espíritos, numa alusão à profissão materna), pela qual Sócrates auxiliava o interlocutor a encontrar a resposta por meio de um trabalho de reflexão; em outras palavras, Sócrates via como sua tarefa ajudar as pessoas a "dar à luz" a compreensão correta, uma vez que o verdadeiro entendimento deve vir do interior. Ele não pode ser transmitido por outra pessoa. E só o entendimento que vem de dentro pode levar ao verdadeiro conhecimento.
A vida e o pensamento de Sócrates fascinaram os filósofos ocidentais e suscitaram uma admiração quase mística em Rousseau, Kant e Hegel, ao mesmo tempo que uma rejeição exemplar em Nietzsche, que via nele o aniquilador do mito em nome da razão.

Dicionario de conceito e definiçoes sociologica

ylvuqr


Meu coração é uma catedral imensa
De muitos altares, onde muitos habitam,
Entre sonhos, poesia e infinitas crenças.























AGRADEÇO



A Poderoso Deus por tudo que sou.
A Mestra Sandra Siqueira de Macedo de saudosa memória, pelo valoroso incentivo.
A minha mãe pela criatura maravilha que é e sempre será.
Aos meus irmãos.







































Homenagem especial



Ao Meu pai: Anastácio Alves de Lima, morrer é deixar de ser lembrado, portanto imortal.

























OFERECIMENTO

A minha esposa: Verônica da Silva Lima, razão de existências

Aos meus filhos:

Wellington Alves de Lima Junior.
Virginia da Silva Lima.
Veshkusca da Silva Lima.
Rômulo da Silva Lima.
Meus rebentos que florescerão no futuro meus frutos (mais adocicados).

Aos meus filhos netos e netos nascidos e ou por nascer,

Lego meu coração poético velho cansado de amar o amor, inominado e impessoal, o qual me deu inspiração para sonhar e transpiração para sofrer a conseqüência dos sonhos.


Dicionário de conceitos e definições
Sociológicas.
Wellington Alves
alvesjuridic@hotmail.com





A


AÇÃO SOCIAL. De forma ampla, pode ser conceituada como todo esforço organizado, visando alterar as instituições estabelecidas. De forma particular, é conceituada pelos autores que utilizam a abordagem da ação na análise sociológica da sociedade, sendo que os principais representantes são Max Weber e Talcott Parsons. Para Weber, a ação social seria as condutas humanas, públicas ou não, a que o agente atribui significado subjetivo; portanto, é uma espécie de conduta que envolve significado para o próprio agente. Por sua vez, Parsons tem como ponto de partida a natureza da própria ação: toda a ação é dirigida para a consecução de objetivos. Um indivíduo (ator), esforçando-se por atingir determinado objetivo, tem de possuir algumas idéias e informações sobre os "objetos" que são relevantes para a sua consecução, além de ter alguns sentimentos a respeito deles, no que concerne às suas necessidades; e, finalmente, tem de fazer escolhas. Outro aspecto é a necessidade de possuir certos padrões de avaliação e seleção. Todos esses elementos ou aspectos de motivação e avaliação podem tornar-se sociais por intermédio do processo de interação (veja INTERAÇĀO). Assim, a ação social é vista por Parsons como comportamento que envolve orientação de valor e como conduta padronizada por normas culturais ou códigos sociais (veja CÔDIGOS).


ACOMODAÇAO. É um processo social com o objetivo de diminuir o conflito entre indivíduos ou grupos, reduzindo o conflito ou mesmo encontrando um novo modus vivendi (veja MODUS VIVENDI). É um ajustamento formal e externo aparecendo apenas nos aspectos externos do comportamento, sendo pequena ou nula a mudança interna, relativa a valores, atividades e significados.



ACULTURAÇÃO. Processo pelo qual, duas ou mais culturas diferentes, entrando em contato contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.


AGREGADOS. Constituem uma reunião de pessoas frouxamente aglomeradas que, apesar da proximidade física, têm um mínimo de comunicação e de relações sociais. Apresentam as seguintes características: anonimato, não-organização, limitado contacto social, insignificante modificação no comportamento dos componentes, são territoriais e temporários. 0s principais agregados são: manifestações públicas (agregados de pessoas reunidas deliberadamente com determinado objetivo); agregados residenciais (apesar dos seus componentes estarem próximos, mantêm-se relativamente estranhos; não há, entre eles, contato ou interação e também não possuem organização); agregados funcionais (constituem uma zona territorial onde os indivíduos têm funções específicas); multidões (agregados pacíficos ou tumultuosos de pessoas ocupando determinado espaço físico).


AGRUPAMENTOS SOCIAIS. Englobam os grupos (veja GRUPOS) e os "quase grupos": agregados (incluindo as multidões), público e massa (veja AGREGADOS, MULTIDÃO, PÚBLICO e MASSA).


ALIENAÇÃO. Processo que deriva de uma ligação essencial à ação, à sua consciência e à situação dos indivíduos, pelo qual se oculta ou se falsifica essa ligação de modo que o processo e os seus produtos apareçam como indiferentes, independentes ou superiores aos homens que são, na verdade, seus criadores. No momento em que a uma pessoa o mundo parece constituído de coisas – independentes umas das outras e não relacionadas – indiferentes à sua consciência, diz-se que esse indivíduo se encontra em estado de alienação. Condições de trabalho, em que as coisas produzidas são separadas do interesse e do alcance de quem as produziu, são consideradas alienantes. Em sentido amplo afirma-se que é alienado o indivíduo que não tem visão – política, econômica, social – da sociedade e do papel que nela desempenha. Processo automação da vontade social do endividou.


ANIMISMO. Consiste na crença de que todas as coisas, animadas ou inanimadas, estão dotadas de almas pessoais que nelas residem; é a crença em seres espirituais, isto é, almas, espíritos e espectros.

ANOMIA. Ausência de normas. Aplica-se tanto à sociedade como a pessoas: significa estado de desorganização social ou pessoal ocasionado pela ausência ou aparente ausência de normas.


ANTINOMIA. Situação em que as normas de um grupo ou sociedade são contraditórias ou opostas entre si.


ANTI-SOCIAL seria um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros, padrão este também conhecido como psicopatia, sociopatia ou transtorno da personalidade dissocial. O engodo e a manipulação maquiavélica das outras pessoas são aspectos centrais neste transtorno da Personalidade, no qual ocorre também violação de normas ou regras sociais importantes. Os comportamentos criminosos ou delinqüências características desse transtorno de personalidade englobam a agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, defraudação ou furto e séria violação de regras.


ANTROPOMORFISMO. É um tipo de pensamento religioso, ou crença, que estende atributos humanos, tanto físicos como psíquicos, à divindade.

ASSIMILAÇÃO. Processo social em virtude do qual indivíduos e grupos diferentes aceitam e adquirem padrões comportamentais, tradição, sentimentos e atitudes de outra parte. É um ajustamento interno e indício da integração sociocultural, ocorrendo principalmente nas populações que reúnem grupos diferentes. Em vez de apenas diminuir, pode terminar com o conflito (veja CONFLITO).


B

BAIRRISMO integração afetiva social ligada a terra, e a valores regionais, (local onde reside ou onde nasceu), muito acentuada entre pessoas de menor cultura,
BOATEIRA, causadora de brigas, também chamada maroca, figura típica de cidades peques de interior, proclamadora de inverdades, motivadora de intriga de marido e mulher...

BUROCRACIA. Organização com cargos hierarquizados, delimitados por normas, com regras específicas de competência e de autoridade, dotados tanto de poder de coerção quanto da limitação desta, onde a obediência é devida ao cargo e não ą pessoa que o ocupa; as relações devem ser formais e impessoais, sem apropriação do cargo que, para ser preenchido, exige competência especifica; todos os atos administrativos e decisões tem de ser formulados por escrito. Da ordem escrita com base legal emana o poder.




C


CASTA. Um sistema de castas compõe-se de um número muito grande de grupos hereditários, geralmente locais, rigidamente unido entre si, disposto numa hierarquia de inferioridade e superioridade; correspondem geralmente a diferenciações profissionais, são impermeáveis a movimentos de mobilidade social (veja

CATEGORIAS. Pluralidade de pessoas que são consideradas como uma unidade social pelo fato de serem efetivamente semelhantes em um ou mais aspectos (Fichter). Não há necessidade de proximidade ou contacto mútuo para que as pessoas pertençam uma categoria social.


CIDADE. É um aglomerado permanente, relativamente grande e denso, de indivíduos socialmente heterogêneos (Wirth).


CIENCIA. É todo um conjunto de atitudes e de atividade racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetos limitado, capaz de ser submetido ą verificação (Trujillo).

CIVILIZAÇĀO. Grau de cultura bastante avançado no qual se desenvolvem bem as Artes e as Ciências, assim como a vida política (Winick). Características essenciais da civilização: as hierarquias sociais internas, a especialização, as cidades e as grandes populações, o crescimento das matemáticas e a escrita (Childo).


CLÃ. Grupo de parentes baseado numa regra de descendência, geralmente medida tanto pela linha masculina quanto pela linha feminina (parentesco através de um dos pais) e numa regra de residência (mesma localidade). Os membros do clã traçam a sua linha de ascendência a partir de um antepassado original, que pode existir somente no passado mitológico: um animal, um ser humano, um espírito ou uma característica da paisagem.

CLASSE SOCIAL. É um agrupamento legalmente aberto, mas na realidade semi-fechado; solidário; antagônico em relação a outras classes sociais; em parte organizado, mas principalmente semi-organizado; em parte consciente da sua unidade e existência, e em parte não; característico da sociedade ocidental a partir do Século XVIII; é multivinculado, unido por dois liames univinculados, o ocupacional e o econômico (ambos tomados no sentido mais lato) e por um vínculo de estratificação social no sentido da totalidade dos seus direitos e deveres basicamente diferentes das outras classes sociais (Sorokin).

COALIZÃO. Acordos tácitos de grupos na busca dos interesses comum.


CÔDIGOS. Representam modelos culturais que exercem determinado "constrangimento" sobre a ação de indivíduos e grupos; são normas de conduta, cujo poder de persuasão ou de dissuasão repousa, em parte, nas sanções (veja SANÇÕES), positivas ou negativas, de aprovação ou desaprovação, que as acompanham.

COMPETIÇÃO. Forma mais elementar e universal de interação, consistindo na luta incessante por coisas concretas, por status ou prestigio; é continua, e geralmente inconsciente e impessoal

COMPORTAMENTO COLETIVO. É um comportamento que caracteriza os componentes dos agregados, especificamente das multidões, e que não se constitui na simples soma dos comportamentos individuais, mas que se configura com um comportamento determinado ou influenciado pela presença física de muitas pessoas, com certo grau de interação entre elas. Apresenta, geralmente (quando a multidão se torna ativa) as seguintes fases: controle exercido pela presença de outrem (modificando os comportamentos individuais); "reação circular" (influência de cada endividou sobre o comportamento do outro e vice-versa); "milling" (movimento de indivíduos, uns em redor dos outros, ao acaso e sem meta); excitação coletiva (o comportamento excitado fixa poderosamente a atenção dos integrantes; sob a sua influência os indivíduos tornam-se emocionalmente excitáveis; a decisão pessoal dos indivíduos é mais rapidamente quebrada); contágio social (disseminações rápidas, impensadas e irracionais de um estado de espírito, de um impulso ou de uma forma de conduta que atraem e se transmitem aos que originalmente se constituíam em meros espectadores e assistentes).

COMUNICAÇÃO. Processo pelo qual idéias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indivíduo, tornando possível a interação social (veja INTERAÇÃO). É fundamental para o homem, enquanto ser social, e para a cultura. Pode dar-se através de meios não vocais, sons inarticulados, palavras (linguagem falada ou escrita) e símbolos.

COMUNIDADE. É essencialmente ligada ao solo, em virtude dos seus componentes viverem de maneira permanente em determinada área, além da consciência de pertencerem, ao mesmo tempo, ao grupo e ao lugar, e de partilharem o que diz respeito aos principais assuntos das suas vidas. Têm consciência das necessidades dos indivíduos, tanto dentro como fora do seu grupo imediato e, por essa razão, apresentam tendência para cooperar estritamente.

COMUNISMO. Como o socialismo (veja SOCIALISMO), o comunismo é mais uma doutrina econômica do que política. Consiste numa filosofia social ou sistema de organização social baseada no principio da propriedade pública, coletiva, dos meios materiais de produção e de serviço econômico; encontra-se unido a doutrinas que se preocupam em formular os procedimentos mediante os quais pode ser estabelecido e conservado. Sob este aspecto, difere do socialismo, por preconizar a impossibilidade da reforma e de a sua instauração em medidas fragmentárias e de caráter lento. Outro ponto de discordância apresenta-se no que se refere ao rendimento: se ambos os sistemas consideram válidos os rendimentos advindos do trabalho (não aqueles, porém, que derivam da propriedade), o socialismo admite que o rendimento seja medido pela capacidade pessoal ou pelo rendimento social manifestado pela competência dentro do sistema coletivo, ao passo que o comunismo aspira suprimir até mesmo este último tipo de competência: o lema comunista é "de cada um segundo a sua capacidade e a cada um segundo as suas necessidades". Nenhum dos países simplificadamente denominados comunistas, atingiram este estágio; ficaram na fase de "ditadura do proletariado" ou "democracia popular". A perestroika, palavra russa que significa reestruturação e que designa a política iniciada por Gorbachev na ex-URSS, marcou o princípio do fim destes regimes.
CONFORMIDADE. Seria a ação orientada para uma norma (ou normas) especialcompreendida dentro dos limites do comportamento por ela permitidos ou delimitados. Desta maneira, dois fatores são importantes no conceito de conformidade: os limites de comportamento permitidos e determinadas normas que, consciente ou inconscientemente, são parte da motivação da pessoa.


CONSCIÊNCIA DE CLASSE. Consiste no fato de dar-se conta ou perceber as diferenças que existem entre a prôpria situação de classe e a de outro indivíduo ou indivíduos. Essas atitudes podem consistir num sentimento de inferioridade ou de superioridade, respectivamente, se os outros pertencem a classes sociais (veja CLASSES SOCIAIS) superiores ou inferiores. Podem dar lugar a um sentimento de oposição ou de hostilidade, ą medida que se percebem as diferenças de interesses, em sociedades que possuem a luta de classes, ou simplesmente um sentimento de afastamento ou reserva, devido ą diferença de usos sociais, costumes e ideologias das diferentes classes.


CONSCIÊNCIA COLETIVA. Soma de crenças e sentimentos comuns ą média dos membros da comunidade, formando um sistema autônomo, isto é, uma realidade distinta que persiste no tempo e une as gerações (Durkheim).

CONSCIÊNCIA COLETIVA. energia envolvente de pensamentos comuns capaz de motivar ações idênticas formando o compartilhamento de uma idéia, como forma de aculturação ( Wellington Alves )

CONSENSO SOCIAL. Conformidade de pensamentos, sentimentos e ações que caracterizam os componentes de determinado grupo ou sociedade (Willians).

CONTACTO. É a fase inicial da interestimulação, sendo as modificações resultantes denominadas interação (veja INTERAÇÃO). É um aspecto primário e fundamental do processo social (veja PROCESSO SOCIAL) porque do contacto dependerão todos os outros processos ou relações sociais. Divide-se em: contactos diretos (aqueles que ocorrem por meio da percepção física, portanto, realizados face a face); contactos indiretos (realizados através de intermediários - com os quais se terá um contacto direto - ou meios técnicos de comunicação); contactos voluntários (derivados da vontade própria dos participantes, de maneira espontânea, sem coação); contactos involuntários (derivam da imposição de uma das partes sobre a outra); contactos primários (pessoais, íntimos e espontâneos, em que os indivíduos tendem a compartilhar das suas experiências particulares; envolvem elemento emocional, permitindo certa fusão de individualidades que dão a origem ao "nós"); contactos secundários (são contatos formais, impessoais, calculados e racionais, geralmente superficiais, envolvendo apenas uma faceta da personalidade); contactos do "nosso grupo" (fundamentados no fenômeno do etnocentrismo (veja ETNOCENTRISMO) com a sobrevalorização da cultura e dos costumes. Há uma tendência para a identificação com os elementos do grupo, mantendo relações baseadas em simpatia, sentimento de lealdade, amizade e até mesmo de altruísmo); contactos do "grupo alheio" (contacto com pessoas estranhas, cuja cultura e costumes são menos prezados. Considerados estranhos, forasteiros, adversários ou inimigos, os sentimentos que eles despertam são de indiferença ou inimizade); contactos categóricos (resultam da classificação que fazemos de uma pessoa desconhecida, baseada na sua aparência física, cor da pele, feições, profissão, etc., de acordo com as características atribuídas a ela pelo "nosso grupo"); contactos simpáticos (baseados em qualidades manifestadas pelos indivíduos e não em características de categorias) (vide CATEGORIAS).

CONTRATO SOCIAL. Norma não escrita formando de um contrato de adesão, submetendo todos os nascido a uma conduta normativa já existem. o temor a crença envolve o homem em uma estrutura de ordenamentos controlador de seus ato de modo a censura os que desrespeitem esta imposição empírica

CONTRATO SOCIAL é a sua liberdade natural e um direito sem limites a tudo aquilo que o tenta e que ele pode obter: o que ganha é a liberdade civil e a propriedade de tudo aquilo que possui. Para não se enganar nestas compensações, precisa distinguir bem a liberdade natural, que não tem outros limites a não ser as forças do indivíduo, da liberdade civil, que é limitada pela vontade geral, e a posse, que não é outra coisa senão o efeito da força ou o direito do primeiro ocupante da propriedade que não pode ser fundamentada a não ser num título positivo.

CONTRATO SOCIAL, "o Estado, em relação a seus membros, é senhor de todos os bens destes por meio do contrato social, que no Estado serve de base a todos os direitos". Mas - de acordo com a lúcida observação de Jean Jacques Chevallier longe de despojar, por esse motivo, os particulares de seus bens, o Estado assegura-lhes, pelo contrário, a legítima posse, a verdadeira propriedade: propriedade-direito que substitui a propriedade-fato do estado de natureza. "Então, sendo possuidores considerados como depositários do bem público, sendo os seus direitos respeitados por todos os membros do Estado e preservados com todas as forças contra o estrangeiros, eles, por uma cessão vantajosa para o público e mais ainda par si mesmos, por assim dizer, adquiriram tudo quanto deram".



o homem sempre tem medo de ser morto ou escravizado e esse temor, em última instância mais poderoso do que o orgulho, é a paixão que vai dar a palavra à razão. (Essa psicologia da vaidade e do medo é, em Hobbes, uma espécie de laicização da oposição teológica entre o orgulho espiritual e o temor a Deus ou humildade.) É o medo, portanto, que vai obrigar os homens a fundarem um estado social e a autoridade política.
O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros. De tal modo acredita-se o senhor dos outros, que não deixa de ser mais escravo que eles. Como é feita essa mudança? Ignoro-o. Que é que a torna legítima? Creio poder resolver esta questão.
Se eu considerasse tão-somente a força e o efeito que dela deriva, diria: Enquanto um povo é constrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz ainda melhor; porque, recobrando a liberdade graças ao mesmo direito com o qual lha arrebataram, ou este lhe serve de base para retomá-la ou não se prestava em absoluto para subtraí-la. Mas a ordem social é um direito sagrado que serve de alicerce a todos os outros. Esse direito, todavia, não vem da Natureza; está, pois, fundamentado sobre convenções. Mas antes de chegar aí, devo estabelecer o que venho de avançar. Wellington Alves

CONTROLE SOCIAL. Conjunto das sanções (veja SANÇÕES) positivas e negativas a que uma sociedade recorre para assegurar a conformidade das condutas aos modelos estabelecidos (Rocher). O controle social pode ser informal (natural, espontâneo, baseado nas relações pessoais e íntimas que ligam os componentes do grupo) e formal (artificial, organizado, exercido principalmente pelos grupos secundários) (veja GRUPO SECUNDĮRIO, onde as relações são formais e impessoais).

CORRUPÇÃO.Destruição de caráter onde a lei do Gerson “tem que levar vantagens em tudo, certas?” Decide as normas da política, não só no Brasil, mais em todo o mundo.

CORRUPÇÃO não é um fenômeno recente, conduto, hodiernamente, a complexidade das relações sociais permite que ela chegue a níveis intoleráveis, vitimizando um grupo cada vez maior de pessoas atingido-as até a longa distância. Para Norberto Bobbio corrupção é como "se designa o fenômeno pelo qual um funcionário público é levado a agir de modo diverso dos padrões normativos do sistema, favorecendo interesses particulares em troco de recompensa 4." Portanto, para ele o "corrupto é o comportamento ilegal de quem desempenha um papel na estrutural estadual".

COSTUMES. Normas de conduta coletiva, obrigatória, dentro de um grupo social. na maioria das vezes uma herança cultural

CRENÇA. Aceitação como verdadeira de determinada proposição, que pode ou não ser comprovada. Tem a possibilidade de ser tanto intelectual (crença científica) como emocional, falsa ou verdadeira. A realidade da crença independe da verdade intrínseca e objetiva de dada proposição (ou a ausência dela).

CRIME .- violação da norma do agir social, crime encontra-se intimamente ligado a relação que o indivíduo estabelece com a sociedade, ou seja como o membro social se sujeita a disciplina necessária à manutenção da coletividade. Nesse sentido, para Hobbes, o criminoso deveria ser julgado pelos seus semelhantes, na medida em que apenas eles saberiam o quanto dos seus interesses egoístas lesaram a manutenção do contrato social (ver contrato Social) e punido da maneira mais exemplar possível, seja com o banimento para as galés ou a execução em praça pública.



CULTURA . - Forma comum e aprendida da vida, que compartilham os membros de uma sociedade, e que consta da totalidade dos instrumentos, técnicas, instituições, atitudes, crenças, motivações e sistemas de valores que o grupo conhece (Foster).

CULTURA DE "FOLK". É pequena, homogênea, isolada; economicamente auto-suficiente e de tecnologia simples; com divisão do trabalho rudimentar e baseada, principalmente, no sexo, parentesco e idade; ágrafa ou com escrita rudimentar e, nesse último caso, constituindo-se em mero complemento da tradição oral; relativamente integrada, com modos de vida intimamente relacionados, e possuindo uma concordância mútua; comportamento fortemente padronizado, em bases convencionais; tradicional, espontânea, não crítica e com forte senso de solidariedade grupal; mudança cultural e social lenta (veja MUDANÇA CULTURAL e MUDANÇA SOCIAL), possuindo formas de controlo tradicionais (veja CONTROLE SOCIAL) e não organizadas, com cunho de espontaneidade, isto é, informais; sociedade familiar e sagrada, com animismo e antropomorfismo (veja ANIMISMO e ANTROPOMORFISMO) manifestos; ausência de mercado, de moedas e do conceito "lucro", com economia baseada na troca (Redfield). Opõe-se ą civilização.


CULTURA DE MASSA. É a divulgação, sem que se possa contestá-las ou debatê-las, de mensagens pré-fabricadas, cuja mediocridade prevê a sua aceitação por pessoas de qualquer nível de conhecimento e idade mental, nivelando "por baixo" as informações, uniformizando o uniforme e sintetizando os lugares-comuns, com a finalidade de tornar a cultura um conjunto semelhante, constante e não questionado.

D

DEGRADAÇÃO SOCIAL: processo de aculturação destruidor de valores nativos, modificando costumes e crenças, no alto amazonas, podemos observar o grande numero de suicidas entre os índios adolescentes em de em ingestão cultural, destruindo crenças e costumes.

DEMOCRACIA. Filosofia ou sistema social que sustenta que o indivíduo, apenas pela sua qualidade de pessoa humana, e sem consideração às suas qualidades, posição, status, raça, religião, ideologia ou patrimônio, deve participar dos assuntos da comunidade e exercer nela a direção que proporcionalmente lhe corresponde.

DESEJO. Expressão de impulsos inatos insatisfeitos; na busca de satisfação, o desejo seria a força motivadora, a base de todas as ações.

DESENVOLVIMENTO. Ocorre como uma inter-relação de contraponto entre a diferenciação (fator de divisibilidade da sociedade estabelecida) e a integração (fator de unificação, em novas bases, das estruturas diferenciadas). Desta maneira, para haver desenvolvimento, é necessário que haja uma integração adequada dos elementos diferenciados, abrangendo as seguintes etapas: processo (qualquer transformação definida e contínua, que ocorra numa estrutura preexistente); segmentação (tipo intermediário entre processo e as transformações da estrutura social); transformação estrutural (surgimento de complexos de organizações e papéis qualitativamente novos); integração (elemento unificador das estruturas diferenciadas) (Smelser).

DESORGANIZAÇÃO SOCIAL. É um estado relativo e, como a estabilidade, existe em diferentes graus. Em toda a sociedade, sempre operam dois conjuntos de forças, os que criam estabilidade e os que produzem instabilidade. Numa sociedade estável há um equilíbrio entre ambos. Quando os últimos se tornam mais poderosos do que os primeiros, ocorre a desorganização social; esta é, portanto, uma perturbação no equilíbrio das forças, o que produz uma desintegração das instituições (veja INSTITUIÇÕES) e um enfraquecimento do seu controlo. A sociedade é, então, envolvida por todos os tipos de problemas sociais (veja PROBLEMAS SOCIAIS) (Koenig).

DESVIO. O comportamento de um desvio é conceituado não apenas como um comportamento que infringe uma norma por acaso, mas também como um comportamento que infringe determinada norma para a qual a pessoa está orientada naquele momento; o comportamento de um desvio consiste, pois, em infração motivada.

DIFUSÃO CULTURAL. Processo de transferência dos traços culturais de uma região para outra ou de uma parte da cultura para outra (veja TRAÇOS CULTURAIS).

DISTÂNCIA SOCIAL. É a medida das diferenças de posições sociais ou status (veja STATUS) entre indivíduos e grupos. Existe pouca ou nenhuma distância social entre pessoas com posição social semelhante ou idêntica e, ao contrário, a distância social revelar-se-á grande entre pessoas com posições sociais diferentes, tendendo a aumentar à medida que essas diferenças forem maiores e mais numerosas.

DIVISÃO DO TRABALHO. Distribuição de seres humanos, pertencentes á mesma comunidade, em ocupações interdependentes e complementares.

DURKHEIM Nasceu 15 de abril de 1858. em Epinai, na Alsácia, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris; indo depois para a Alemanha. Lecionou Sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Morreu em 1917.

E
EDUCAÇÃO. É a ação exercida, pelas gerações adultas, sobre as gerações que não se encontram preparadas para a vida social; tem como objeto suscitar e desenvolver, na criança, um certo número de estados físicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade política, no seu conjunto, e pelo meio especial a que a criança, particularmente, se destina (Durkheim).

EFEITOS PERVERSOS. Efeitos não desejados, e geralmente opostos, de ações intencionais, visando a um objetivo específico.

ELITE. Compreende as pessoas e os grupos que, graças ao poder que detêm ou à influência que exercem, contribuem para a ação histórica de uma coletividade, seja pelas decisões tomadas, seja pelas idéias, sentimentos ou emoções que exprimem ou simbolizam (Rocher).

EMPRESA. Complexo de atividades econômicas, desenvolvidas sob o controlo de uma entidade jurídica (pessoa ou pessoas físicas, sociedade mercantil ou cooperativa, instituição privada sem fins lucrativos e organizações públicas).

ENDOCULTURAÇÃO. Processo de aprendizagem e educação de uma cultura, desde a infância até à idade adulta (veja CULTURA).

ESPAÇO SOCIAL. É uma espécie de universo constituído pela população humana; sem haver seres humanos, ou existindo apenas um, não há espaço social. Sendo assim, o espaço social é totalmente contrário do espaço geográfico, cuja existência de seres humanos é indiferente.

ESTADO. É uma nação politicamente organizada. É constituído, portanto, pelo povo, território e governo. Engloba todas as pessoas dentro de um território delimitado - governo e governados.

ESTAMENTO. Constitui uma forma de estratificação social com camadas sociais mais fechadas do que as classes (veja CLASSE SOCIAL) e mais abertas do que as castas (veja CASTAS), reconhecidas por lei e geralmente ligadas ao conceito de honra.

ESTEREÔTIPOS. São construções mentais falsas, imagens e idéias de conteúdo alógico, que estabelecem critérios socialmente falsificados. Os critérios baseiam-se em características não comprovadas e não demonstradas, atribuídas a pessoas, a coisas e a situações sociais, mas que, na realidade, não existem.

ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL. Diferenciação de indivíduos e grupos em posições (status), estratos ou camadas, mais ou menos duradouros e hierarquicamente sobrepostos. Características: tem caráter social, é antiga, é onipresente, é diversa nas suas formas, tem influência, isto é, as coisas mais importantes, mais desejadas e, freqüentemente, mais escassas na vida humana constituem os materiais básicos, que são desigualmente distribuídos entre os componentes das diversas camadas.

ESTRUTURA DA CIDADE. Consiste num produto da interação competitiva entre as pessoas, as facilidades de mercado, as agências de transporte e de comunicação, os tipos de funções exercidas e a sua localização (Hollingshead).


ESTRUTURA SOCIAL. Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos por um sistema de relações de obrigação, isto é, por uma série de deveres e direitos (privilégios) recíprocos, aceites e praticados entre si, a estrutura social refere-se à colocação e à posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema de relações de obrigação. Por outras palavras, o agrupamento de indivíduos, de acordo com posições, que resulta dos padrões essenciais de relações de obrigação, constitui a estrutura social de uma sociedade (Brown e Barnett).

Diagramação da estrutura social

A estrutura social está sendo alterada, vivemos as corrupções generalizadas, o poder corrompendo o poder mais que nunca, padres pedófilos, governantes na busca de suas guerras pessoais mandam jovens à morte, a política do faça o que eu digo, e, não o que eu faço. Está mais latente que nunca, juizes corruptos e delegados venais são espelhos da contra educarão. ou seja educação ou crime, estado indução criminosa tem origem urbana e nascem nas reuniões festivas de amorais, que na busca de emoções e exibicionismo consomem a droga levando as regiões de miséria a possibilidade de dinheiro fácil, cada papelote comprado financia as armas, crime e prostituição, de pessoa já enlouquecidas pois a muito destruíram seus valores morais pela contaminação

Só a reconquista da ética na formação de outros juízos de valores, poderá mudar este estado de destruição do contrato social. tela corrosão da Personalidade Dissocial, a Personalidade Amoral, Personalidade Anti-social, Personalidade Associal, Personalidade Psicótica e a Personalidade Sociótica. todos nos pecamos (violamos normas moral ) praticamos pequenos delitos (violamos norma do direito, também mentimos e assim, violamos a ética, a diferença entre nos e os políticos corruptos, traficantes do pavão pavãozinho, é apenas ação social que nos envolvi, mantendo valiosa nossos contrato social (Wellington Alkves)

ETNOCENTRISMO. Atitude emocional que sustenta o grupo, a raça ou a sociedade a que uma pessoa pertence, superiores a outras entidades raciais, sociais ou culturais. Esta atitude encontra-se associada ao desprezo pelo estrangeiro ou pelo forasteiro, assim como pelos seus costumes.

EXPECTATIVA DE COMPORTAMENTO. Consiste no que as pessoas ao redor do indivíduo esperam dele, no que se refere à sua conduta em determinadas situações sociais.

F

FAMÍLIA. Grupo social caracterizado pela residência comum, pela cooperação econômica e pela reprodução. A família é constituída pelos pais e pelos filhos.

FAMILIA. agrupamento primário da sociedade, constituída pais e filhos, sob um ordenamento financeiro, podendo ser nuclear, reduzida, ou ampliada estendendo se em duais ou mais gerações
A mais antiga de todas as sociedades, e a única natural, é a da família. As crianças apenas permanecem ligadas ao pai o tempo necessário que dele necessitam para a sua conservação. Assim que cesse tal necessidade, dissolve-se o laço natural. As crianças, eximidas da obediência devida ao pai, o pai isento dos cuidados devidos aos filhos, reentram todos igualmente na independência. Se continuam a permanecer unidos, já não é naturalmente, mas voluntariamente, e a própria família apenas se mantém por convenção.
Esta liberdade comum é uma conseqüência da natureza do homem. Sua primeira lei consiste em proteger a própria conservação, seus primeiros cuidados os devidos a si mesmo, e tão logo se encontre o homem na idade da razão, sendo o único juiz dos meios apropriados à sua conservação, torna-se por sí seu próprio senhor. FILHO É FAMÍLIA DOS PAIS , PAIS NÃO É FAMÍLIA DOS FILHOS ( Wellington Alves ).

FARRA DO BOI: Festejo popular primitivo que ocorre em alguns pontos do sul do Brasil (principalmente no litoral de Santa Catarina) na época da Páscoa, quando os bois são soltos nas ruas e, então, perseguidos e seviciados até a morte pela população participante da "farra". O fim desta prática cruel e estúpida - ou pelo menos sua realização sem o espancamento e sacrifício dos animais - é um dos objetivos buscados por pessoas e instituições envolvidas com a preservação do meio ambiente no país e a sanidade física e mental da população

FATO SOCIAL. É toda a maneira de agir, fixa ou não, susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral numa dada sociedade, apresentando uma existência própria, independentemente das manifestações individuais que possa ter (Durkheim).

FEUDALISMO. Sistema social vigente na Europa Ocidental, aproximadamente entre os séculos X e XVIII, com características políticas, econômicas, jurídicas e militares, particulares. Sob este aspecto, abrange outras regiões que, à semelhança da Idade Média européia, possuíam instituições do estilo feudal (Egito antigo, Índia, Império Bizantino, mundo árabe, Império Turco, Japão, etc.). As características determinantes do feudalismo apresentam: um desenvolvimento extremo dos laços de dependência de homem para homem, com uma "classe" (veja ESTAMENTO) de guerreiros especializados que ocupam os escalões superiores da hierarquia (veja ESTRATIFICAÇÃO) - juridicamente fundamentada; um parcelamento máximo do direito da propriedade; uma hierarquia oriunda dos direitos sobre a terra (proveniente do parcelamento), e que corresponde à hierarquia dos laços de dependência pessoal; um parcelamento de poder público, criando em cada região uma hierarquia de instâncias autônomas que exercem, no seu próprio interesse, poderes normalmente atribuídos ao Estado e, em épocas anteriores, quase sempre da efetiva competência deste. A concepção política baseia-se, portanto, nas relações individuais e na fidelidade entre vassalos e suseranos, com pouca autoridade central, sendo o rei, na maioria dos casos, o mais alto suserano. Economicamente, a terra é o elemento fundamental da riqueza: a sua fragmentação, acompanhada do estabelecimento de laços pessoais, cria o sistema de suserania e vassalagem: quem doa a terra é o senhor feudal ou suserano; quem a recebe, podendo transmiti-la aos seus descendentes, é o vassalo.


FOLCLORE. Conjunto orgânico de modos de sentir, pensar e agir peculiares às camadas populares das sociedades "civilizadas" ou históricas, caracterizado pela espontaneidade.

FUNÇÕES LATENTES. Conseqüências não pretendidas, não esperadas e inclusive, não reconhecidas.

FUNÇÕES MANIFESTAS. Finalidades pretendidas e esperadas das organizações.


G

GOVERNO exercício do poder, domínio da sociedade ou Estado, podendo ser democrático quando emana do povo e em seu nome é exercido, ou tirano quando da autoridade emana o poder ( Wellington Alves )

GRUPOS. Formam uma coletividade identificável, estruturada, contínua, de pessoas sociais que desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses e valores sociais, para a consecução de objetivos comuns (Fichter).

GRUPOS PRIMÁRIOS. São caracterizados por uma íntima cooperação e associação face a face. São primários sob vários aspectos, principalmente porque são fundamentais na formação da natureza social e nos ideais do indivíduo. O resultado dessa associação íntima é, psicologicamente, certa fusão das individualidades num todo comum, de modo que o próprio ego individual se identifica, pelo menos para vários fins, com vida e os propósitos comuns ao grupo. Possivelmente a maneira mais simples de descrever essa totalidade consiste em apresentá-la como "nós", porque envolve a espécie de simpatia e de identificação mútuas para os quais o "nós" é a expressão natural (Cooley).


GRUPOS DE REFERÊNCIA. Exercem ascendência sobre os indivíduos pela natureza e modo de identificação que neles despertam. Geralmente, a pessoa não pertence (mas pode pertencer) ao grupo de referência, que tem o condão de influenciá-lo, originando uma "assimilação" (ver ASSIMILAÇÃO) psicológica, funcionando como quadro de referência para as aspirações, tomada de consciência, opiniões, atitudes e padrões de comportamento do indivíduo.

GRUPO SECUNDÁRIO. Possui certas características que se apresentam como opostas às do grupo primário. As relações geralmente são estabelecidas por contacto indireto (veja CONTACTO) e, no caso de serem por contacto direto, são passageiras e desprovidas de intimidade; as relações são ainda formais e impessoais. No grupo secundário, a consciência do "nós" é fraca, o tipo de contacto predominantemente secundário e categórico (veja CONTATO SECUNDÁRIO e CONTATO CATEGÔRICO), a posição dos membros define-se em relação aos papéis que lhes cabem (veja PAPÉIS), sendo sua participação limitada à contribuição que prestam

GRUPOS SOCIAIS. São pequenas organizações de indivíduos que, possuindo objetivos comuns, desenvolvem ações na direção desses objetivos. Para garantir essa organização, possuem normas; formas de pressionar seus elementos para que se conformem às normas; um funcionamento determinado, com tarefas e funções distribuídas entre seus elementos; formas de cooperação e competição; seu líder e apresentam aspectos que atraem os indivíduos, impedindo que abandonem o grupo.


H

HABITAT. Área apropriada para ocupação por uma espécie, grupo ou pessoa. Pode ter alguma significação associativa, porquanto se refere a uma área em que se realizam todas as atividades essenciais à vida (Anderson).

HĮBITO. Forma de conduta individual, mecanizada ou automatizada pelo indivíduo.

HOMO FERUS. Animal humano que, devido ao isolamento total de outros seres humanos, foi privado, durante os primeiros anos de vida, de interação com eles (veja INTERAÇÃO), fator essencial para a sua socialização (veja SOCIALIZAÇÃO), e que, por este motivo, não adquiriu, ou o fez apenas de forma rudimentar, personalidade e cultura. Como exemplo temos o filme “O enigma de Kasper Hauser”


i

IDEOLOGIA. Sistema de idéias peculiar a determinado grupo social, condicionado quase sempre pela experiência e interesses desse grupo. A função da ideologia consiste na conquista ou conservação de determinado status social no grupo (veja STATUS). Atitudes ou doutrinas políticas, econômicas ou filosóficas desempenham, geralmente, funções de ideologia. Mais precisamente, é o conjunto de crenças, idéias, doutrinas próprias a uma sociedade ou a uma classe (veja CLASSE). No contexto de uma sociedade, a ideologia pode estar em harmonia com valores que prevalecem na própria sociedade, ou opor-se a eles. Não deixa, entretanto, de ficar afetada pela experiência dentro dessa sociedade. Assim, há uma ideologia do socialismo, uma ideologia da livre empresa, uma ideologia da sociedade industrial, marcadas pelas variáveis dos momentos históricos que percorrem (Delorenzo).


INDIVÍDUO. O ser apenas biológico, que se distingue de pessoa social (veja PESSOA SOCIAL).




INDUSTRIALIZAÇÃO. Consiste na aplicação da mecanização em larga escala à produção industrial, propiciando a emergência dos fenômenos de urbanização (e sendo por ela influenciada), o aumento rápido da população (explosão populacional) e da mobilidade (geográfica e social) dessa população, a ruptura das hierarquias tradicionais de posição, a transformação das sociedades de castas, estamentos e classes sociais fechadas (veja CASTA, ESTAMENTO e CLASSE SOCIAL) em sociedades abertas de classe, a alteração dos sistemas de valores e padrões de comportamento e, até, a criação de uma situação de inadaptação aguda e de alienação para o trabalhador, inicialmente estranho à indústria; também se observam alterações do status profissional (veja STATUS), das capacidades (qualificações) dos trabalhadores (operários e empregados), da vida familiar, da situação jurídico-social das mulheres, da tradição e do hábito de consumo de bens; da mesma maneira, a oposição entre empresários e trabalhadores torna mais aguda a luta de classes.


INFRA-ESTRUTURA. É a estrutura econômica formada pelas relações de produção e forças produtivas (veja RELAÇÕES DE PRODUÇÃO e FORÇAS PRODUTIVAS).

INTERACÇÃO. É a ação social, mutuamente orientada, de dois ou mais indivíduos em contacto (veja CONTACTO). Distingue-se da mera interestimulação em virtude envolver significados e expectativas em relação às ações de outras pessoas. Podemos dizer que a interação é a reciprocidade de ações sociais.

INTERESSES. Desenvolvem-se quando o indivíduo tem conhecimento de algo, sente algo ou deseja algo; encarados subjetivamente, os interesses são desejos (veja DESEJO); objetivamente, são carências.

INSTITUIÇÕES SOCIAIS. Consistem numa estrutura relativamente permanente de padrões, papéis e relações que os indivíduos realizam segundo determinadas formas sancionadas e unificadas, com o objetivo de satisfazer as necessidades sociais básicas (Fichter). As características das instituições são: têm finalidade e conteúdo relativamente permanentes, são estruturadas, possuem estrutura unificada e valores. Além disso, devem ter função (a meta ou propósito do grupo, cujo objetivo seria regular as suas necessidades) e estrutura composta de pessoal (elementos humanos), equipamentos (meios materiais ou imateriais), organização (disposição de pessoal e do equipamento, observando-se uma hierarquia – autoridade e subordinação), comportamento (normas que regulam a conduta e as atitudes dos indivíduos).

ISOLAMENTO. Falta de contacto ou de comunicação entre grupos ou indivíduos. Produz no indivíduo não socializado, quando mantido inteiramente afastado do convívio de outros seres humanos, o homo ferus (veja HOMO FERUS); quando o isolamento for pronunciado, mas não total, produz mentalidade retardada. Depois que o indivíduo estiver socializado, o isolamento provocará a diminuição das funções mentais, podendo chegar à loucura. Quanto ao grupo, o isolamento produz costumes sedimentados, cristalizados, que praticamente não se alteram.


J

JUIZO. é o pensamento que se tem a respeito, avaliação, julgamento de valor social.


L


LEGITIMIDADE. Implica a aceitação do poder por uma pessoa ou grupo, pois este(s) age(m) em conformidade com os valores acatados pelos subordinados (veja PODER).

LEI. Regra de comportamento formulada deliberadamente e imposta por uma autoridade especial.

LEI CONSUETUDINÁRIA. Lei fundada nos costumes, norma agendi do Contrato Social, (veja COSTUMES).

LIBERALISMO. Conjunto de idéias e doutrinas cuja finalidade é assegurar a liberdade individual nos diversos campos da sociedade - político, econômico, religioso, da moral etc. -,sem a interferência ou imposição de grupos estruturados ou do próprio Estado. Visa assegurar o bem-estar humano sem subordinação a preconceitos de qualquer tipo.

LOUCURA MORAL, anomalia social que caracteriza crimes desejados, que não é senão uma forma de loucura ou, mais grave ainda, uma loucura que não se revela senão através do crime.

LUTA DE CLASSES. Esforço de uma classe (veja CLASSE SOCIAL) para conseguir uma posição ou condição de maior bem-estar na comunidade, com respeito aos direitos, privilégios e oportunidades dos seus membros.

M

MACROSSOCIOLOGIA. Estudo das relações intergrupais, dos padrões abrangentes de organização social e da estrutura social, da comunidade e da sociedade (veja ORGANIZAÇÃOSOCIAL, ESTRUTURA SOCIAL, COMUNIDADE E SOCIEDADE).

MARGINALIDADE. Tem diversas acepções. Para Stonequist, é a personalidade marginal: o homem marginal é aquele que, através da migração, educação, casamento ou alguma outra influencia, abandona um grupo social ou cultural sem realizar um ajustamento satisfatório em outro e encontra-se na margem de ambos sem pertencer a nenhum. Segundo os estudos da DESAL, ocorre a marginalidade cultural: estado em que uma categoria (veja CATEGORIAS) social se encontra sob a influência de outra categoria, mas devido a barreiras culturais se acha impedida de participar plena e legitimamente do grupo que a influencia (sociedade moderna e tradicional, maioria e minoria étnica etc.). Lewis considera que a marginalidade é sinônimo de cultura da pobreza: composta por um conjunto de normas, valores, conhecimentos, crenças e tecnologia que é organizado e utilizado por indivíduos de uma sociedade, a fim de permitir a sua adaptação ao meio em que vivem; características principais: ausência de participação efetiva e integração nas principais instituições; grande densidade populacional, condições precárias de habitação e um mínimo de organização; ausência da infância, iniciação precoce no sexo, abandono do lar, famílias centradas na mãe; sentimentos de desespero e de dependência. A CEPAL conceituou marginalidade ecológica: más condições habitacionais aliadas às más condições sanitárias, escassez de serviços urbanos, baixo nível de instrução, precários padrões alimentares, baixa qualificação profissional e instabilidade ocupacional. De acordo com Rosemblüth, existe a marginalidade política: grupos marginais são aqueles grupos de pessoas que tem certas limitações aos seus direitos reais de cidadania e pelas quais não podem participar de forma estável no processo econômico, nem têm a possibilidade de alcançar mobilidade vertical ascendente. Finalmente, Quijano considera marginalidade como falta de integração: é um modo não básico de pertencer e de participar na estrutura geral da sociedade. Marginalidade é um problema inerente à estrutura de qualquer sociedade e varia em cada momento histórico.

MASSA. Conjunto de elementos em que: a) o número de pessoas que expressam opiniões é incomparavelmente menor do que o das que as recebem; a massa é uma coleção abstrata de indivíduos, recebendo impressões e opiniões já formadas, veiculadas pelos meios de comunicação de massa; b) a organização da comunicação pública impede ou dificulta a resposta imediata e efetiva às opiniões externadas publicamente; c) as autoridades controlam ou fiscalizam os canais por meio dos quais a opinião se transforma em ação; d) os agentes institucionais têm maior penetração; a massa, portanto, não tem autonomia, sendo reduzida à formação da opinião independente através da discussão.

MOBILIDADE SOCIAL), movimentação livre na estrutura social, ascendendo ou decaído em status. Ver status


MÉTODO. É um conjunto de regras úteis para a investigação; é uns procedimentos cuidadosamente elaborados, visando provocar respostas na natureza e na sociedade e, paulatinamente, descobrir a sua lógica e leis (Calderôn).

MICROSSOCIOLOGIA. Estudo das relações interpessoais, dos processos sociais, do status e do papel de todas as interações padronizadas (ou não) ocorridas no seio de grupos organizados ou em situações não estruturadas (veja PROCESSO SOCIAL, STATUS, PAPEL, INTERAÇÃO, GRUPOS SOCIAIS).

MIGRAÇÃO. Movimento espacial de indivíduos ou grupos (ou até de populações) de um habitat para outro.

MINORIA (RACIAL, CULTURAL, NACIONAL). Grupo racial, cultural ou de nacionalidade, autoconsciente, em procura de melhor status (veja STATUS) compartilhado do mesmo habitat (veja HABITAT), economia, ordem política e social com outro grupo (racial, cultural ou de nacionalidade), que é dominante (ecológica, econômica, política ou socialmente) e que não aceita os membros do primeiro em igualdade de condições (Pierson).

MOBILIDADE SOCIAL E CULTURAL. Por mobilidade social entende-se toda a passagem de um indivíduo ou de um grupo de uma posição social para outra, dentro de uma constelação de grupos e de estratos sociais. Por mobilidade cultural entende-se um deslocamento similar de significados, normas, valores e vínculos (Sorokin).

MODO DE PRODUÇÃO. As relações técnicas de produção ou processo de produção, ou processo de trabalho (veja PROCESSO DE TRABALHO) executadas sob determinadas relações de produção (veja RELAÇÕESDE PRODUÇÃO) originam o modo de produção. Exemplo: esclavagista, feudal, capitalista etc..

MODUS VIVENDI. É uma espécie de arranjo temporário que possibilita a convivência entre elementos e grupos antagônicos e a restauração do equilíbrio afetado pelo conflito (veja CONFLITO). O antagonismo é temporariamente regulado e desaparece como ação manifesta, embora possa permanecer latente.

MORES. Padrões obrigatórios de comportamento social exterior que constituem os modos coletivos de conduta, tidos como desejáveis pelo grupo, apesar de restringirem e limitarem o comportamento. São moralmente impostos e considerados essenciais ao bem-estar do grupo. Quando se infringe um more, há desaprovação moral e até sanção vigorosa (veja SANÇÕES).

MOVIMENTOS SOCIAIS. Ação ou agitação concentrada, com algum grau de continuidade, e de um grupo que, plena ou vagamente organizado, está unido por aspirações mais ou menos concretas, segue um plano traçado e orienta-se para uma mudança das formas ou instituições da sociedade existente (ou um contra-ataque em defesa dessas instituições) (Neumann).

MUDANÇA CULTURAL. Qualquer alteração na cultura, sejam traços, complexos, padrões ou toda uma cultura (veja TRAÇOS, COMPLEXOS e PADRÕES CULTURAIS).

MUDANÇA SOCIAL. É toda a transformação, observável no tempo, que afeta, de maneira que não seja provisória ou efêmera, a estrutura ou o funcionamento da organização social de dada coletividade e modifica o curso da história. É a mudança de estrutura resultante da ação histórica de certos fatores ou de certos grupos no seio de dada coletividade (Rocher).

MULTIDÃO. Agregado pacífico ou tumultuoso de pessoas que ocupam determinado espaço físico. Possui as seguintes características: é desordenada, descontrolada, anônima, desinibida; pode ser fanática, é constituída de unidades uniformes; os fins e os sentimentos estão enquadrados pelo mais baixo denominador comum; a interação manifesta-se em termos de emoções generalizadas; os participantes adquirem segurança e poder; apresenta uma idéia fixa; pode dar expressão aos motivos inconscientes, reforçados pelo caráter cumulativo e circular de interexcitação. Apresenta os seguintes tipos: multidões casuais (têm existência momentânea, organização frouxa e raramente apresentam unidade); multidões convencionais ou auditório (o comportamento se expressa de modo preestabelecido e regularizado, possuindo duração limitada); multidão ativa, turba ou turbamulta (caracterizada pela existência de um alvo ou objetivo para o qual se canaliza a ação, que, em geral, é agressiva e destrutiva); multidões em pânico (o interestímulo dentro do grupo exalta e intensifica a sensação de pânico, aumentado o caráter irracional da ação, voltada para a fuga de um perigo comum); multidão expressiva (a excitação é descarregada sem regras preestabelecidas através do simples movimento físico que tem a finalidade de afrouxar a tensão; não se dirige a um objetivo determinado).

MUTIRÃO. Sistema de trabalho (não assalariado) entre vizinhos e amigos que implica reciprocidade.

N
NAÇAO . É um povo (veja POVO) fixado em determinada área geográfica. Para alguns autores, seria um povo com certa organização. Para que haja uma nação, é necessário haver um ou mais povos, um território e uma consciência comum. Quando outros elementos aparecem – identidade de língua, religião, etnia -, reforçam a unidade nacional.

NORMA. Qualquer modo ou condicionante de conduta socialmente aprovada.


O

OPINIÃO PÚBLICA. Consiste nas opiniões sobre assuntos de interesse da nação, livres e publicamente expressas por homens que não participam do governo e reivindicam para as suas opiniões o direito de influenciarem ou determinarem as ações, o pessoal ou a estrutura de governo (Spier).

ORDEM SOCIAL. Refere-se a certa qualidade, isto é, ao funcionamento sem choques, no seio da sociedade, da ação recíproca de indivíduos, grupos ou instituições, e por este motivo compreende valores de eficiência, coerência, lógica, moralidade, etc..

ORGANIZAÇÃO DA CIDADE. É constituída pelos seguintes processos: concentração (significa a reunião em massa de seres humanos e de utilidades em determinadas áreas que apresentam condições favoráveis às necessidades de sustento); centralização (é a organização das funções em torno de um ponto central onde ocorre com maior freqüência, a interação social, econômica e social); segregação (quando, através da competição, determinados tipos de população e de atividades especificas são separados); invasão (significa a penetração, em determinada área, de tipos de população ou tipos de funções diferentes daqueles que a ocupam); sucessão (é o deslocamento completo dos antigos moradores que são substituídos por um novo grupo de população, ou a substituição de um tipo de utilização de um terreno por um outro ); descentralização (tendência para o deslocamento de populações e de funções de menor poder competitivo - à medida que as áreas centralizadas atingem um máximo da sua capacidade funcional - para as áreas periféricas); rotinização ou fluidez (é um movimento diário de ida e volta da população entre o seu local de residência e os locais de trabalho, de comércio, de diversão, etc.).

ORGANIZAÇÃO SOCIAL. Partindo da constatação de que os membros e os grupos de uma sociedade são unidos por um sistema de relações de obrigação, isto é, por uma série de deveres e direitos (privilégios) recíprocos, aceites e praticados por eles, a organização social refere-se aos sistemas de relações de obrigação que existem entre os grupos que constituem determinada sociedade. Distingue-se da estrutura social que se refere à colocação e posição de indivíduos e de grupos dentro desse sistema de relações de obrigação (Brown e Barnett).


P

PADRÕES CULTURAIS. Conjunto de complexos culturais. O conceito de padrão implica maior integração e inter-relação dos elementos como unidade semi-independente, num todo (veja COMPLEXOS CULTURAIS).

PAPEL. É o padrão de comportamento esperado e exigido de pessoas que ocupam determinado status (veja STATUS). Portanto, as maneiras de comportar-se, esperadas de qualquer indivíduo que ocupe certa posição (status), constituem o papel associado com aquela posição.

PARENTESCO. Reconhecimento social e expressão do vínculo genealógico, tanto consangüíneo quanto por afinidade.

PESQUISA. Investigação sistemática levada a efeito no universo real: sempre se orienta pelas teorias anteriores (veja TEORIA) e se esforça em relacionar com elas, logicamente, todas as novas descobertas e invenções, verificando, assim, o alcance da teoria anterior, modificando-a ou rejeitando-a (Delorenzo).


PESSOA SOCIAL. Indivíduo humano socializado e possuidor de status e papéis.

PLANEAMENTO SOCIAL. Intervenção do Estado ou do poder público na organização da sociedade. Exige uma ordem de prioridades, de acordo com as necessidades. Geralmente especifica várias limitações de tempo à sua realização, da mesma forma que indica métodos de execução, inclusive a distribuição de recursos apropriados. É setorial, diferindo, portanto, da planificação, que é global

PODER. Capacidade que um indivíduo ou grupo de indivíduos tem de provocar a aceitação e o cumprimento de uma ordem.

POVO. Refere-se a um agrupamento humano com cultura semelhante (língua, religião, tradições) e antepassados comuns; supõe certa homogeneidade e desenvolvimento de laços espirituais entre si.

PRECONCEITO. Atitude social (veja ATITUDE) que surge em condições de conflito (veja CONFLITO) com a finalidade de auxiliar a manutenção do status ameaçado (veja STATUS).

PRESSÃOSOCIAL. Conjunto das influências que se exerce sobre os indivíduos ou grupos com o propósito de modificar a sua conduta, para conseguir certos objetivos claramente definidos. Com um sentido mais restrito, entende-se que é uma forma de opinião pública (veja OPINIÃO PÚBLICA), cujo peso se faz valer com freqüência perante os funcionários públicos ou os corpos legislativos, para levar a cabo determinadas ações a respeito de problemas sociais (veja PROBLEMAS SOCIAIS) concretos (Watson).

PROBLEMA SOCIAL. É considerado como um problema de relações humanas que ameaça seriamente a própria sociedade ou impede as aspirações importantes de muitas pessoas. Um problema social existe quando a capacidade de uma sociedade organizada, para ordenar as relações entre as pessoas, parece estar falhando (Raab e Slznick).

PROCESSO SOCIAL. Qualquer mudança ou interação social (veja INTERAÇÃO) em que é possível destacar uma qualidade ou direção contínua ou constante. Produz aproximação - cooperação, acomodação, assimilação (veja COOPERAÇÃO, ACOMODAÇÃO, ASSIMILAÇÃO) - ou afastamento - competição, conflito (veja COMPETIÇÃO, CONFLITO).

PROCESSO DE TRABALHO. Designa geralmente as relações do homem com a natureza e é denominado também de relações técnicas de produção ou processo de produção.


PROPRIEDADE. Consiste nos direitos e deveres de uma pessoa (o proprietário) ou de um grupo que se ergue contra todas as demais pessoas ou grupos, no que concerne a certos bens escassos (Davis). Por conseguinte, o direito de propriedade refere-se tanto a coisas concretas, objetos palpáveis, quanto a coisas impalpáveis, e apresenta três tipos distintos: o direito de uso, o direito de controle e o direito de disposição.

PÚBLICO. Conjunto de indivíduos em que: a) é praticamente igual o número de pessoas que expressam e recebem opiniões; b) a organização da comunicação pública permite uma resposta imediata e efetiva a uma opinião publicamente expressa; c) a opinião, formada através dessa discussão, encontra possibilidades de transformar-se em ação efetiva, mesmo contra o sistema de autoridade vigente, se necessário; d) a instituição de autoridade não tem penetração: o público é, portanto, mais ou menos autônomo nas suas ações.

PÚBLICO. Conjunto de indivíduos em que: a) é praticamente igual o número de pessoas que expressam e recebem opiniões; b) a organização da comunicação pública permite uma resposta imediata e efetiva a uma opinião publicamente expressa; c) a opinião, formada através dessa discussão, encontra possibilidades de transformar-se em ação efetiva, mesmo contra o sistema de autoridade vigente, se necessário; d) a instituição de autoridade não tem penetração: o público é, portanto, mais ou menos autônomo nas suas ações.

Q
QUILOMBO Aglomerado de escravos foragidos, a exemplo do quilombo dos Palmares. Deu origem a muitas comunidades negras.

R

RELIGIÃO. Constitui um sistema unificado de crenças e práticas relativas a coisas sagradas, isto é, a coisas colocadas à parte e proibidas – crenças e práticas que unem, numa comunidade moral única, todos os que as adotam (Durkheim).

Republica. Agrupamento de estudos ,na maioria das vez oriundo do interior

REVOLUÇÃO. Mudança brusca e profunda na estrutura social (veja ESTRUTURA SOCIAL) pelo seu alcance velocidade. Pode ser ou não acompanhada de violência e desorganização temporária. O essencial na revolução é a mudança brusca e não a violência que muitas vezes a acompanha.

S
SANÇÕES. A palavra "sanções" tem duplo sentido. Em primeiro lugar, e de uso mais comum, "aplicar sanções" significa aplicar penalidades por determinadas condutas que violem disposições legais, regulamentos, usos ou costumes, ou criar restrições e proibições que cerceiam a liberdade de conduta. Num segundo sentido, entendeu-se por "sanção" qualquer forma de aprovação de um ato ou forma de conduta determinados, ou a aprovação com que se ratifica a validez de algum acto, uso ou costume.

SETORES DA ECONOMIA. Sector primário: abrange as atividades rurais como agricultura, pecuária e indústrias extrativas; sector secundário: corresponde às atividades industriais, indústria de transformação; sector terciário: inclui todos os serviços, comércio, bancos, transportes, seguros, educação, etc.; sector quaternário: engloba as atividades digitais, informática, multimídia, telecomunicações.

SÍMBOLO. Por sua forma e natureza os símbolos evocam, perpetuam ou substituem, em determinado contexto, algo abstrato ou ausente.

SINCRETISMO. Processo de fusão de elementos ou traços culturais, dando como resultado um traço ou elementos novos (veja TRAÇOS CULTURAIS).

SISTEMA SOCIAL. Uma pluralidade de indivíduos que desenvolve interações (veja INTERAÇÕES), segundo normas e significados culturais compartilhados.

SOCIALISMO. Em sua essência, o socialismo é muito mais um conceito econômico que político; baseia-se no princípio da propriedade pública (coletiva) dos instrumentos materiais de produção. Diferentemente do que ocorre numa economia de mercado (veja CAPITALISMO), o capital das empresas não é propriedade privada, mas pertence ą coletividade, representada pelo Estado. Na realidade, o socialismo não pressupõe a abolição total da propriedade privada, mas somente a dos meios de produção (bens de capital), mantendo-se a propriedade individual dos bens de consumo e de uso. Por outro lado, no sistema socialista, inexiste o capital particular, auferidor de lucros, em função do que é acionada toda a economia de mercado: o estímulo que dinamiza a economia deverá ser o progresso, assim como o desejo coletivo de alcançar níveis elevados de bem-estar econômico e social. As decisões sobre o objeto, o volume e os preços da produção não são da alçada do administrador de empresa, mas constituem metas estabelecidas no planejamento governamental.

SOCIALIZAÇÃO. Processo pelo qual ao longo da vida a pessoa humana aprende e interioriza os elementos sócio-culturais do seu meio, integrando-os na estrutura da sua personalidade sob a influência de experiências de agentes sociais significativos, adaptando-se assim ao ambiente social em que deve viver (Rocher).

SOCIEDADE. Estrutura formada pelos grupos principais, ligados entre si, considerados como uma unidade e participando todos de uma cultura comum (Ficher).

SOCIOLOGIA. Estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos sociais, fenômenos que se produzem nas relações de grupos entre seres humanos.

SOLIDARIEDADE. Condição do grupo que resulta da comunhão de atitudes (veja ATITUDES) e de sentimentos, de modo a constituir o grupo em apreço uma unidade sólida, capaz de resistir ąs forças exteriores e mesmo de tornar-se ainda mais firme em face de oposição vinda de fora (Pierson).

SOLIDARIEDADE MECĀNICA. Característica da fase primitiva da organização social que se origina das semelhanças psíquicas e sociais (e, até mesmo, físicas) entre os membros individuais. Para a manutenção dessa igualdade, necessária ą sobrevivência do grupo, deve a coerção social, baseada na consciência coletiva (veja CONSCIÊNCIA COLETIVA), ser severa e repressiva. O progresso da divisão do trabalho faz com que a sociedade de solidariedade mecânica se transforme.

SOLIDARIEDADE ORGĀNICA. A divisão do trabalho, característica das sociedades mais desenvolvidas, gera um novo tipo de solidariedade, não mais baseado na semelhança entre os componentes (solidariedade mecânica), mas na complementação de partes diversificadas. O encontro de interesses complementares cria um laço social novo, ou seja, um outro tipo de princípio de solidariedade, com moral própria, e que dá origem a uma nova organização social - solidariedade orgânica. Sendo seu fundamento a diversidade, a solidariedade orgânica implica uma maior autonomia, com uma consciência individual mais livre.

STATUS. É o lugar ou posição que a pessoa ocupa na estrutura social (veja ESTRUTURA SOCIAL), de acordo com o julgamento coletivo ou consenso de opinião do grupo. Portanto, o status é a posição em função dos valores sociais correntes na sociedade. Pode apresentar-se como status legal e/ou social. Status legal é uma posição caracterizada por direitos (reivindicações pessoais apoiadas por normas) e obrigações (deveres prescritos por normas), capacidades e incapacidades, reconhecidas pública e juridicamente, importantes para a posição e as funções na sociedade. Status social: abrange características da posição que não são determinados por meios legais. Portanto, difere do status legal por ser mais amplo e abarcar outras características de comportamento social além das estipuladas por lei. Além de legal e social, os status podem ser atribuídos ou adquiridos. Status atribuído: é independente da capacidade do indivíduo; é-lhe atribuído mesmo contra a sua vontade, em virtude do seu nascimento. Status adquirido: depende do esforço e do aperfeiçoamento pessoal. Por mais rígida que seja a estratificação de uma sociedade (veja ESTRATIFICAÇÃO) e os numerosos status atribuídos, há sempre a possibilidade de o indivíduo alterar o seu status através de habilidade, conhecimento e capacidade pessoal. Esta conquista do status deriva, portanto, da competição (veja COMPETIÇÃO) entre pessoas e grupos, e constitui vitória sobre os demais. Outras formas de status são: Status principal, básico ou chave (é o status mais significante para a sociedade, já que as pessoas possuem tantos status quantos forem os grupos de que participam); status posicional (aparece quando determinados aspectos - família, educação, ocupação e rendimento - e alguns índices exteriores - modos de falar, maneiras de se portar etc. - caracterizam um indivíduo como representante de determinado grupo ou classe social, sendo portador de certo prestígio. Portanto, é a posição social atribuída pelos valores convencionais correntes na sociedade ao grupo ou categoria - veja CATEGORIA - do qual o indivíduo é um representante); status pessoal (é a posição social real determinada pelas atitudes e comportamentos daqueles entre os quais o indivíduo vive e se movimenta, fazendo com que pessoas, com idêntico status posicional, tenham, mercê das suas qualidades particulares, diferentes status pessoais).
SUCESSÃO CULTURAL. Tradição de uma geração anterior que sucede marcando o costume, deixando marcos de sua existência (os gregos sucederam helênicos).Assim, a sucessão no aspecto social não restringir-se herança genética também da idéias social (Wellington Alves)

SUPERORGĀNICO. Abrangido pelas Ciências Sociais, tem seu início justamente quando os estudos físicos (inorgânicos) e biológicos (orgânicos) do homem e de seu universo terminam. O superorgânico é observado no mundo dos seres humanos em interação: linguagem, religião, filosofia, ciência, tecnologia, ética, usos e costumes e outros aspectos culturais e da organização social.

SUPRA-ESTRUTURA. Divide-se em dois níveis: o primeiro, a estrutura jurídico-política, é formado pelas normas e leis que correspondem ą sistematização das relações de produção já existentes (veja RELAÇÕES DE PRODUÇÃO); o segundo, a estrutura ideológica (filosofia, arte, religião etc.), justificativa do real, é formado por um conjunto de idéias de determinada classe social (veja CLASSE SOCIAL) que, através da sua ideologia (veja IDEOLOGIA), defende os seus interesses

T

TABU. Designa imposições (principalmente proibições) de mérito, apresentadas como inquestionáveis, isto é, de cuja origem e validade não é licito indagar. Encontra-se na base das religiões ágrafas, nas quais inexistem esforços de justificação racional. Por vezes, essas imposições coincidem com preconceitos, conduzindo ą ordem social ou a práticas higiênicas, mas não se imagina, mesmo nesses casos, qualquer fundamento de ordem lógica

TEORIA. Consiste num sistema de proposições ou hipóteses (veja HIPÔTESES) que têm sido constatadas como validas (ou plausíveis) e sustentáveis.

TIPO IDEAL. As construções de tipo ideal fazem parte do método tipológico criado por Max Weber que, até certo ponto, se assemelha ao método comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos o pesquisador cria tipos ou modelos ideais, construídos a partir de aspectos essenciais dos fenômenos. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo para a análise de casos concretos, realmente existentes.


TOTEM. Animal, planta ou objeto do qual deriva o nome de um grupo ou clã (veja CLÃ) e que se constitui supostamente em seu ancestral ou está relacionado de maneira sobrenatural com um antepassado. Sobre o totem recai tabu alimentício (veja TABU) e manifestam-se atitudes especiais.

TOTEMISMO. Forma de organização social e prática religiosa que supõe, de modo típico, uma íntima associação entre o grupo ou clã (veja CLÃ) e o seu totem (veja TOTEM).

TRADIÇÃO. Aspectos culturais, materiais e espirituais, transmitidos oralmente de geração em geração, através de hábitos, usos e costumes (veja USOS). secessão cultural

TRANSCULTURAÇÃO. Processo de difusão e infiltração de complexos ou traços culturais de uma para outra sociedade ou grupo cultural; troca de elementos culturais (veja TRAÇOS e COMPLEXOS CULTURAIS).

TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS. Constituem etapas de mudança social (veja MUDANÇA SOCIAL). Apresentam as seguintes formas: I. Transformação definida e contínua - processo. II. Transformação definida e contínua numa direção específica: a) determinada quantitativamente, com relação ą magnitude - crescimento; b) determinada quantitativamente, em relação a uma diferenciação estrutural ou funcional - evolução; c) determinada quantitativamente de acordo com a sua concordância com um padrão de valores - progresso; d) determinada em relação a outro objeto ou sistema, segundo a sua compatibilidade no seio de um processo comum - adaptação (Maclver e Page).

TURBA. Multidão em conflito desarmonia ,pânico, corendo em todas as direções atropelando umas as outras.

USOS. Normas de conduta coletiva; não são consideradas obrigatórias. (modismo )

UTOPIA. Designa o regime social, econômico e político que, por ser perfeito e ideal, não pode ser encontrado em nenhum lugar( filme horizonte perdido )

V
VALOR. Consiste em qualquer dado que possua um conteúdo empírico acessível aos membros do grupo e um significação com relação ą qual é, ou poderá ser, objeto de atividade (Thomas).
VIZINHANÇA. Significa contacto, interação (veja CONTATO e INTERAÇÃO) e intercāmbio entre pessoas que se conhecem: é uma área em que os residentes se dão pessoalmente, trocam diversos artigos e serviços e, de modo geral, desenvolvem certas atividades conjuntas. também e com pessoas que residente próximo uma da outra.


X

Z


Zaragata
Do frâncico skarawahta, de skars, destacamento, pelotão, e wahta, ronda, sentinela. Originariamente, policiamento preventivo, vigilância. Posteriormente, por uma inversão de idéias, sem liderança, passou o termo a designar Rixa desordem, conflito, confusão, como ocorre no espanhol zalagarda e, até, em sirigaita, mulher intrigante, boateira, causadora de brigas de marido e mulher...



REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BÁSICA
PRESOTTO, Zélia Maria Neves & MARCONI, Marina de Andrade. Antropologia: uma introdução. 4ª ed. - São Paulo: Atlas, 1998.
TELES, Maria Luiza Silva. Iniciação à Sociologia. Petrópolis: Vozes, 1993.
TOMAZI, Nelson Dacio (Coord.). Iniciação à Sociologia. São Paulo: Atual, 1993.
ULLMANN, Reinholdo Aloysio. Antropologia: o homem e a cultura. Petrópolis: Vozes,1991.
7. Cf. Jean HAMPTON, Hobbes and the Social Contract Tradition, Cambridge University Press, 1986.
8. Cf. SANDEL, Michael J. Liberalism and the Limits of Justice, Cambridge University Press, 1982; BENHABIB, Seyla. Situating the Self: Gender, Community and Postmodernism in Contemporary Ethics, New York, Routledge, 1992; FRASER, Nancy. Justice Interruptus: Critical Reflections on the "Postsocialist" Condition, New York and London, Routledge, 1997.
9. Cf. O’NEILL, Onora. Constructions of Reason: Explorations of Kant’s Practical Philosophy, Cambridge University Press, 1989, pp. 290ss.