Wednesday, December 28, 2005

Surealismo

Surealismo


No valado onde o roseiral,
Aviltar-se o aroma das rosas
Invadem a quietude d’alma
Conduzindo-nos a levidão do ser


Lembranças.

Lembro ainda
Não faz muito tempo
Ou quem sabe só sonhe
Não importa se real ou sonho
Ainda esta em mim teu carmim
E te vejo:



As nuvens à homenagear Picasso
No céu de nuvem montam telas
As formações pincelam o céu
E o artista nunca esteve tão vivo
E arte ganha vida e movimento
Na seqüência de enquanto em movimento
Transforma-se ao vento
As imagens imaginação do artista
Destorcidas flocos de fator a visão surrealista..

Refletindo no tempo

A grandeza tempo!...
Muito tem motivado,
O pensamento de muitos,
O que é precisamente o tempo
Uma sucessão de instantes?
E, sendo o instante o momento (agora já) ,
Intercalado por o antes e o depois,
O tempo não é exatamente o definido pelo relógio.
É uma grandeza real, dinâmica.
E os instantes são estáticos,
Assim o passado é o instante de antes,
E o presente o instante agora
O futuro é o agora mais um instante,
Sempre adiante do já.
Um dia, futuro do hoje
Seremos passados.
Essa grandeza é imutável...
Haverá sempre um instante
Transformado-se em passado.
Face de o nunca alcançado futuro.

Friday, December 23, 2005

Á vida só e dura.. se voce é mole

saibam que sou
da primeira metade
do século passado,
Sonhador, que cansado
repouso na saudade.

Quando com medo
tenho coragem
na vontade
Á vida sempre
me foi vaporosa
Mãe fraterna gentil
Bondosa
Sempre acreditei
num tema de viola
Que ate hoje
comigo bole
Á vida só e dura
Pra quem é mole...

Vera,.. Conto contigo

Minha vida em tuas mãos,
Teu carinho minha guarda
Teu colo meu abrigo
Vera,.. Conto contigo!

Eu queria te fazer um poema,
E por inspiração saudade e dor
Mas minha realização e tema
E triste verso triste não existe


A saudades não tem ocasião
As brigas são pequenas
Não determina um poema
Que tenha a saudade pendor

As palavras fluem alegria
A cada dia surges como sol,
Em nos nascente, renovado,
Como ti fazer poesia,

Mesmo com céu chuvoso
Estais firme, perseverante,
Embora eu às vezes nervoso

Suave e doce canção,
Es mestra e eu aprendiz
Aprendi a Lição

Por tudo sentido e falado
Por tudo que não disse só sentir
Obrigado, muito obrigado!

Monday, December 05, 2005

Existe amor

antes e depois de todos os acontecimentos.
a profunda imensidão do vazio
e a cada lágrima dos meus pensamentos.
em todos os ventos que cantam,
em todas as sombras que choram,
na extensão infinita dos campos,
até a região onde os silêncios moram
em todas as transformações da vida
em todos os caminhos do medo,
na angústia da vontade perdida
e na dor que se veste em segredo.
tudo que estás presente
no olhar dos astros que te alcançar
e em tudo que ainda estás ausente.
desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
e antes do primeiro riso.
Eu te amo perdidamente
desde a grande nebulosa
amo-te faz tempo, desde agora.

Antes e depois

Antes e depois
Canção para uma valsa lenta
Minha vida não foi é romance...
Nunca tive até hoje um segredo.
Que não saibas...
Se me amas, não digas, que morro ...
De surpresa... de encanto ... de medo ...
Minha vida não foi um romance ...
Minha vida passou por passar.
Se não me amas, não finjas, que vivo
Esperando um amor para amar.
Minha vida não foi um romance ...
Pobre vida ... passou sem enredo ...
Glória a ti que me enches de vida
De surpresa ... de encanto ...de medo ...
Minha vida não foi um romance ...
Ai de mim ... Já se ia acabar !
Pobre vida que toda depende
De um sorriso ... de um gesto ... um olhar ...

Instante mágico

Instante mágico

Tua sedução dominante,
Num instante de absoluta solidão,
Teu gesto de carinho;
Abraçou o meu carente ser.
Descortinou horizontes.
Fez-me grato tua presença
Quando a vi...
Estava consumido...
De dor alquebrado..
Quase desnudo, vestia trapos,
E uma assombrosa dor.
Esmagava meu peito....
De rápido instantâneo
A minha dor serenou
Em um minuto mágico
Oferece-me uma rosa,
E, Ao ver teus a me fitar
Olhos verdes esperança.
Verdes, transparentes.
Ondas verdes, envolventes.
Uma faísca de luz fulgura
Teus olhos acendem
Abrindo uma fenda
Que me conduz a tu alma.
Angelical de divina beleza
Instante de magia
Poesia sem palavras
Gestos que rimam
Olhos que falam
Clima que acaricia
Num instante de magia
O vento sopa teus cabelos
Caído sobre os ombros
Que iniciam um suave bailado
A luz filtrada entre eles
Só aumenta a sua luz
Em concordância de beleza
Acrescentamento da luminosidade
Teu rosto acende mais...
Um sorriso lente abrisse
A luz que emanou de teu sorriso
Iluminou minha alma
Como um fluido de pujança
Percorreu meu corpo
Substituiu meu sangue
Acelerou meu coração
Revigorando a circulação.
Energia curadora.
Revigorou meus ânimos
Anjo de sublime beleza
Teu olhar de luz cálida,
Invadiu meu espírito
Troce a vontade de viver
A pouco perdida
Momento de inesquecível agrado
Palavra não tem a eloqüência
Para noticiar o que dizem teus olhos
Da inércia de antes
A atmosfera da poesia me envolve
Deixa-me... Navegar em teus afluentes,
Mergulhar no mar lúgubre de teus olhos
E poder sentir em meus lábios
O cálice doce de teus beijos!
Liberta-me... Das alcovas milenares do passado,
Deixa minha alma vidente pressentir
As chamas ardentes e fugazes da paixão
E unir-nos corpo a corpo!...
Explora-me... Verdes olhos tristes,
Deixa-me beber a vida dentro de te:
Em cada milímetro do teu corpo,
Em cada légua do meu coração!
Mira-me... Só mira-me... Somente!
Teus olhos dizem-me muito mais...
Quero afogar-me verde de teus olhos
Pouco a pouco renascer em teus braços!
Mata me de amor...
Antes que a saudade me mate!

Meus olhos choram a dor
e somente você poderia faze-la cessar
Pondo-me em teus braços
Embalando-me com teu amor
E selando meu pranto
Com um beijo seu

Cegueira do sentimento

Dizem que o amor é cego,
não nego,
por isso te abro os olhos:
não tenho bens nem alqueires,
eu não sou flor que se cheire,
nem es tão boa cozinheira,
(bem capaz que ainda me piches
por só comer sanduíches),
minha poesia é fuleira,
tenho idéias de jerico,
um cio meio impudico
como as cadelas e as gatas,
às vezes me torno chato
por me opor ao que contemplo,
sei que sou péssimo exemplo,
por pouca coisa me grilo,
talvez por mim percas quilos,
eu não sei se valho a pena,
iguais a mim, há centenas,
desejo te ser sincero
Mas no fundo o amor espera
que grudes qual carrapicho:
são tão grandes teu rabicho
e minha paixão por ti,
que não estão no gibi...
Ao te ver, viro pamonha,
sem ação, e sem vergonha
o meu ser inteiro goza.
Por isso, pra encurtar prosa,
do teu corpo, cada poro
eu adoro adoro adoro...

PSSIU Fala baixinho

Fala baixo, podem escutar,
Geme e xinga baixinho,
Pra não acordar o vizinho.
Cuidado, a cama está rangendo.
E deste jeito, gemendo,
Vai correr amanhã o boato
Que tu praticaste um ato
Eivado de desacato
À moralidade e ao Direito,
Aos bons costumes e ao respeito.

E a vizinha, com inveja
Da tua simples liberdade
Que ela não consegue ter,
Vai espalhar no condomínio
Que és um ser sem domínio,
Predestinada a morrer,
Que és uma gata perdida,
Por certo ganhas a vida,
Vendendo aos homens prazer,

Não vai ela entender nunca,
No vai e vem da sua vida.
Que a sua vida não é vida,
É obrigação de ser
Qualificada de esposa,
E neste estado ela não ousa
Amar e sentir prazer,
Pois, pela Religião,
Prazer é coisa do Cão,
É coisa pra não se ter,
Prazer é pecado mortal,
O prazer fere a moral,
E as virtudes do "Alto Ser".

A pobre vizinha escuta
Todos os dias no rádio
Que sentir prazer é pra puta,
Que esposa é mulher "séria"
É a féria com que sustenta
Sua vida e de seus rebentos,
Por certo não advém
de estar à disposição
De um homem que a sustém.

O sistema incutiu nela
Que a que está à disposição
De um só pelo seu tostão
Tem o "status" de esposa,
Não se iguala à mariposa,
Que troca o parceiro João
Pelo José ou o Romão,
Desde que lhe pague o pão.

Aprende, vizinha amiga,
Que a tua condição é a mesma,
Tendo até mais privilégio
A outra que está na zona,
Pois esta não tem quem tome
Dela satisfação,
Trabalha o dia que quer,
Ela é bem mais mulher
Na sua situação,
Que uma "esposa" qualquer
Debaixo de repressão.

Mulher companheira, amiga,
O que é o Casamento,
Se não ver teu sentimento
Menosprezado até o ponto
De transformá-lo em documento
Com efeito de sacramento?
Atenta pra encenação
desta imbecil instituição,
Que te põe na posição
De prostituta em ação,
Porém, como já falamos,
Em condições bem piores
Por não teres opção
De entregar teu sentimento
Pra quem ditar teu coração.

Este é o jogo do Sistema
No papel que dá à mulher,
Ou ela é Puta de Arena
Ou Puta de um só José.

Amor moleque

O amor
Este moleque
Que tanto faz
Traz junto ao prazer
A segurança do látex
Que a mim reveste
E só assim
Posso entregar
Meu corpo
Ao te moleque
Este amor
Que me dá tanto prazer
E assim não me contamino
E não te corrompo
Apenas
Meu amor
Se reveste sempre de látex
Com carinho
Naturalmente
Seguramente
Confortavelmente

Sunday, December 04, 2005

Liberdade nasce em casa

NOSSA ACEPÇÃO DE LIBERDADE





Wellington Lima
e-mail alvesjuridic@hotmail.com
9942-8932


As Leis da educação conduta matriz do entendimento da conduta social, são as primeiras regras que recebemos.E como elas nos preparem para sermos cidadãos, cada família tem o dever de ser governado de acordo com as normas estatais ( a família ampliado).
Se o povo de sua pátria primaria a família encontra desarmonia e desrespeito as instituições da família ampliado gera uma desarmonia as instituições, a estabilidade do contrato social sofri estremecimento em suas base, de forma a irradiar a cúpula institucional ( o povo em sua base chaga a crer que no poder estivesse também furtaria), o ensinamento ao respeito a coisa sofre corrosão da estrutura mais elementar, a base, assim, a liberdade da pratica do ilícito, onde o povo outorga poderes corrupto ao chefes de instituições que pratica o ilícito, e por sua vez a ilicitude ecoa retumbante, outorgando poderes de violência e desrespeito a liberdade de agir. A espiral ganha aceleração explodindo a ardem, social Liberdade o Direito agir com pode, não é o agir como deseja
Comumente deixa-se de lado na problemática jurídica o conceito de liberdade interna, subjetiva, formulada no âmbito pessoal, dando imenso valor à "potência de agir", à liberdade assim dita objetiva, que seria a manifestação concreta da vontade individual no meio externo. Mas julgamos estas "duas" liberdades indissociáveis, já que a manifestação da vontade externamente apenas se dá com as concatenações internas de cada indivíduo ou de um meio social, sendo tal fissão artificial e alienada.
Liberdade, ampliando Schopenhauer, é um conceito que nunca será alcançado, pela característica extensão do tema. Dessa forma, aceitamos que "liberdade" varia de acordo com cada etapa histórica, pois em cada terá certas condições para tal. Ou seja, se um indivíduo tem um número "x" de escolhas "internas" ante um problema, este nunca será suficiente, pois se possuísse mais condições materiais, teria mais escolhas ainda, e estaria ilusoriamente sendo mais livre, em um espiral crescente infinita.

Obliterando – se dissertações meramente filosóficas, mas não menos importantes, da conceituação de liberdade, podemos dizer que nosso ordenamento constitucional se prima pela influência do iluminista Montesquieu, autor d’O Espírito das Leis, para o qual liberdade nada mais seria do que "o direito de fazer tudo quanto as leis permitem" , que nossa Carta Maior dispõe "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei"

Sabemos que tal visão foi alicerçada sob o prisma de uma "lei justa", já que cada povo, para o filósofo, tem suas normas diagnosticadas de acordo com o que eles mesmos puderam formar, além do que Montesquieu atravessava uma etapa histórica em que o Estado e o reconhecimento das leis como salva-guardas dos cidadãos não se constituíam soluções pacíficas entre o pensamento vigente, e o que queria o ilustre filósofo era justamente preservar o cidadão de atitudes ad hoc ao Poder Soberano ao qual se submetia, indo contra os Tiranos que infestavam seu continente e propondo a divisão em funções deste poder.

Mas referida posição pode ser interpretada segundo um positivismo jurídico estrito, ou seja, de que a liberdade seria um direito justo conforme a lei vigente no país, ao qual todos os cidadãos estariam ao mesmo tempo "livres" e engessados.

Os personagens do fantástico "1984" de George Orwell não estariam, sob este prisma, vivendo sob um Estado Totalitário, e muitos menos tendo seu direito à liberdade violado, pois viviam sob o olhar da autoridade "legítima" do Grande Irmão. Nem mesmo os judeus sob a égide de Hitler eram pessoas não-livres e etc.

Então, a partir disso, fazendo uma exegese, poderíamos assim enunciar o art 3º, inc I da Constituição Federal do Brasil: "Um dos objetivos da República Brasileira é construir uma sociedade que se comporte conforme a lei". Aliás, isto combina muito bem com a estampa positivista em nossa bandeira Nacional : "ORDEM E PROGRESSO".

Se aprofundarmos esta reflexão, não haveria nunca em se falar em abuso de poder Estatal nem em Terrorismo de Estado, pois em regra todos os cidadãos que se portarem de acordo com as normas de sua "Autoridade Legítima" são livres. Mas quem pode definir quem é a "Autoridade Legítima?".
03 de dezembro 05


Wellington Lima

Saturday, December 03, 2005

Obrigado filho pelo neto

Feliz do homem que pode ver a continuidade do seu ser, em gerações posteriores, filhos e netos.

Obrigado Vereruskha.

Wellington

semente que sente

Seu dia raia, suas dores semente...
Suas sombras... Assombram...
Eu achado palavras plantadas
Quando elas já não as sentem.
Ela acorda, cordas.
Ela leva o tempo dela e não sente
Hoje é planta ontem uma semente......

na rede no Valoado

No jardim do valado
As cores inspiram poema
Tendo a saudade por tema
Sou príncipe valente
Estabanado com Dom Quixote
Subjugo oponente que não tive
Venço todas as batalhas que perdi
Pois no alpendre do valado
O presente troca lugar com passado
O não ter com o ter.
Inspiração vence a transpiração
O sonho a saudade
E quando o horizonte pare a lua
No outro extremo o sol se deita
Uma onda de luz cromada
A verdidão das colinas
Terra de aurora
Pois te cerca e me cerca
A aurora com suas coisas:
E são coisas da aurora
A estrela matutina
A nascedoura Vênus
E sob o azul prateado
O som do boi mugindo
Fervoroso no curral
O relincho do cavalo
Sobre as ancas da égua
A aurora é coisa do poeta
E o sonho no valado é coisa minha

Sonhei que sonhava

Lembro ainda
Não faz muito tempo
Ou quem sabe só sonhe
Não importa se real ou sonho
Ainda esta em mim teu carmim
E te vejo:
Nua, de pé, solto o cabelo às costas,
Sorri. Na alcova perfumada e quente,
Pela janela, como um rio enorme
De áureas ondas tranqüilas e impalpáveis
Profusamente a luz do meio-dia
Entra e se espalha palpitante e viva.
Entra, parte-se em feixes rutilantes,
Aviva as cores das tapeçarias,
Doura os espelhos e os cristais inflama.
Depois, tremendo, como a arfar, desliz
Pelo chão, desenrola-se, e, mais leve,
Como uma vaga preguiçosa e lenta,
Vem lhe beijar a pequenina ponta
Do pequenino pé macio e branco.
Sobe... -- e que volta sensual descreve
Para abranger todo o quadril! -- prossegue,
Lambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cintura,
Morde-lhe os bicos túmidos dos seios,
Corre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavo
Da axila, acende-lhe o coral da boca,
E antes de se ir perder na escura noite,
Na densa noite dos cabelos negros,
Pára confusa, a palpitar, diante
Da luz mais bela dos seus grandes olhos.

E aos mornos beijos, às carícias ternas
Da luz, cerrando levemente os cílios,
Satânia os lábios úmidos encurva,
E da boca na púrpura sangrenta
Abre um curto sorriso de volúpia...
Corre-lhe à flor da pele um calafrio;
Todo o seu sangue, alvoroçado, o curso
Apressa; e os olhos, pela fenda estreita
as abaixadas pálpebras radiando,
Turvos, quebrados, lânguidos, contemplam,
Fitos no vácuo, uma visão querida...

Talvez ante eles, cintilando ao vivo
Fogo do ocaso, o mar se desenrole:
Tingem-se as águas de um rubor de sangue,
Uma canoa passa... Ao largo oscilam
mastros enormes, sacudindo as flâmulas...
E, alva e sonora, a murmurar, a espuma
Pelas areias, se insinua, o limo
Dos grosseiros cascalhos prateando...

Talvez ante eles, rígidas e imóveis,
Vicem, abrindo os leques, as palmeiras:
Calma em tudo. Nem serpe sorrateira
Silva, nem ave inquieta agita as asas.
E a terra dorme num torpor, debaixo
De um céu de bronze que a comprime e estreita...

Talvez as noites tropicais se estendam
Ante eles: infinito firmamento,
Milhões de estrelas sobre as crespas águas
De torrentes caudais, que, esbravejando,
Entre altas serras surdamente rolam...
Ou talvez, em países apartados,
Fitem seus olhos uma cena antiga:
Tarde de outono. Uma tristeza imensa
Por tudo. A um lado, à sombra deleitosa
Das tamareiras, meio adormecido,
Fuma um árabe. A fonte rumoreja
Perto. À cabeça o cântaro repleto,
Com as mãos morenas suspendendo a saia,
Uma mulher afasta-se, cantando...
E o árabe dorme numa densa nuvem
De fumo... E o canto perde-se à distância...
E a noite chega, tépida e estrelada...

Certo, bem doce deve ser a cena
Que os seus olhos extáticos ao longe,
Turvos, quebrados, lânguidos, contemplam.
Há pela alcova, entanto, um murmúrio
De vozes. A princípio é um sopro escasso,
Um sussurrar baixinho... Aumenta logo:
É uma prece, um clamor, um coro imenso
De ardentes vozes, de convulsos gritos.
É a voz da Carne, é a voz da Mocidade,
-- Canto vivo de força e de beleza,
Que sobe desse corpo iluminado...

Dizem os braços: "-- Quando o instante doce
Há de chegar, em que a pressão ansiosa
Destes laços de músculos sadios,
Um corpo amado vibrará de gozo? --"

E os seios dizem: "-- Que sedentos lábios,
Que ávidos lábios sorverão o vinho
Rubro, que temos nestas cheias taças?
Para essa boca que esperamos, pulsa
Nestas carnes o sangue, enche estas veias,
E entesa e apruma estes rosados bicos... --"

E a boca: "-- Eu tenho nesta fina concha
Pérolas níveas do mais alto preço,
E corais mais brilhantes e mais puros
Que a rubra selva que de um tírio manto
Cobre o fundo dos mares da Abissínia...
Ardo e suspiro! Como o dia tarda
Em que meus lábios possam ser beijados,
Mais que beijados: possam ser mordidos!--"

Mas, quando, enfim, das regiões descendo
Que, errante, em sonhos percorreu, Satânia
Olha-se, e vê-se nua e, estremecendo,
Veste-se, e aos olhos ávidos do dia
Vela os encantos, -- essa voz declina
Lenta, abafada, trêmula...

Um barulho
De linhos frescos, de brilhantes sedas
Amarrotadas pelas mãos nervosas,
Enche a alcova, derrama-se nos ares...
E, sob as roupas que a sufocam, inda
Por largo tempo, a soluçar se escuta
Num longo choro a entrecortada queixa
Das deslumbrantes carnes escondidas...



Minha eterna amada
Minha paixao asolapada
Inquisidora do meu
pobre coração; No teu
ser eu me perco
fico cego e so penso
em ti; es tu o meu cerco
o meu calcanhar de aquiles
Es minha fraqueza
E a minha fortaleza
Sempre que tou perto de ti
Sinto algo que nunca senti
Quando te afastas apenas o nada
eu sinto Es o meu amor
o meu ardor
Es tu e só o teu ser
Que me dá tudo
Para viver
Contigo sou tudo
Sem ti sou nada

Tão perigoso e insensato
e sublime na verdade.
Delito qual não se realiza sonzinho
e vai se construindo devagarinho.
Se mantem de pequenezas
e possamos fazer dele uma grandeza.`
É ter esperança...
muito além de uma criança.
Progridi o ódio passageiro no coração
e mima sua beleza com um perdão.
Acreditar sempre nele...
porque é o apelo de todas as respostas,
que ele próprio oculta suas perguntas
e formula suas propostas.
É ter o que amar...
e ter o que esperar... haaa o amor!!!

VINHO DE LARANJA

INSPIRADO NO VINHO.
Fermentado de Laranja






VINHO DE LARANJA


A denominação vinho é usada exclusivamente para as bebidas fermentadas de uva. O mais correto, nesse caso, é usar fermentado de laranjas. O processo de fabricação em escala caseira não é complicado. O primeiro passo é extrair o suco de laranjas frescas e maduras (para evitar que o fermentado seja excessivamente ácido). De modo geral, todas as variedades desse fruto se prestam à elaboração da bebida. Assim, recomenda-se que o produtor privilegie na sua escolha as laranjas que possam oferecer bom rendimento de suco.


Laranjas frescas e maduras, com bom rendimento de suco, são as ideais para a fabricação do fermentado.
O suco é colocado para fermentar em recipiente (de vidro, madeira ou aço inoxidável) rigorosamente lavado com água fervente, contendo algumas folhas de pessegueiro. Isso impede que eventuais odores desagradáveis que porventura estejam impregnados no recipiente interfiram no resultado final da bebida.

Uma porção do suco é reservada e colocada em proveta graduada de 250 ml para realizar a medição do teor de açúcar da fruta, usando um mostímetro de Babo (instrumento de medição do mosto, o suco em fermentação de qualquer fruta açucarada). Cada grau Babo corresponde a 1% de açúcar. Portanto, quando dizemos que o suco tem 10 graus Babo, isso significa que seu teor de açúcar é de 10%, ou 100 gramas de açúcar por litro de suco da fruta.


FERMENTAÇÃO Então, cada 100 gramas de açúcar por litro de suco produzem 5,5º GL de álcool. Mas, como o teor alcoólico mínimo para garantir a conservação do fermentado tem que ser de 10º GL, será preciso acrescentar à mistura açúcar de cana limpo (tipo cristalçúcar), em proporções que variam de acordo com o teor de sacarose já contido no suco. Daí a necessidade do mostímetro para medir o teor de açúcar da fruta. Considerando-se que para cada 18 gramas de açúcar contidos em 1 litro de suco obtém-se 1º GL de álcool, precisaremos de cerca de 80 gramas a mais de açúcar para chegar aos 4,4º GL de álcool necessários, completando assim os 10º GL.

PREPARO Dissolver o açúcar num pequeno recipiente bem lavado com uma porção do suco de laranja a fermentar e adicionar ao restante do suco. Acrescentar leveduras secas ativas para vinho (o produto pode ser encontrado em estabelecimentos especializados em enologia; mais informações, no endereço eletrônico sac@cnpuv .embrapa.br), na quantidade de 20 gramas por 100 litros de suco de laranja. A fermentação deve ocorrer em ambiente fresco, seco e limpo, com o cuidado para que a temperatura da bebida não ultrapasse 30ºC durante todo o processo. (O ideal é que permaneça entre os 20ºC e 22ºC).

O tempo de preparo, nessa fase, é de aproximadamente dez dias. Nesse período, o recipiente permanece tampado, tendo em sua parte superior uma mangueira para a liberação do gás carbônico produzido durante a fermentação. A outra ponta da mangueira ficará mergulhada numa garrafa com água limpa e potável, para permitir a saída do gás carbônico formado na fermentação e evitar a entrada de oxigênio, o que prejudicaria a qualidade do produto.

Ao final da fase de fermentação, adicionam-se 50 mg de metabissulfito de potássio (ou de sódio) por litro de fermentado. Resfriar a bebida a cerca de 0ºC, para que ocorra a decantação da borra, e, em seguida, engarrafar e tampar com rolhas de cortiça ou tampa similar, como as usadas para fechar garrafas de cerveja ou refrigerante. O produto deve ser consumido à temperatura de 10ºC a 12ºC, puro ou misturado com frutas.