Friday, September 23, 2005

cultivo de mamoeiro

Projeto de cultivo de mamoeiro

INTRODUÇÃO




O mamoeiro (Carica papaya, L) é uma fruteira típica de regiões tropicais e subtropicais. O mesmo é conhecido por: papaia, no México; fruta boma, m Cuba; passaraiva, no Nordeste do Brasil. O Brasil destaca-se como o País que mais produz mamão em escala internacional, concentrando 29% da oferta mundial, seguido da Índia com 24%, Tailândia com 8,8%, México com 7,4% e Indonésia com 5,9%. No Brasil mesmo sendo cultivado em praticamente todo o território nacional à exceção de algumas regiões com invernos rigorosos, as regiões Sudeste e Nordeste somam em média 87,5% da produção nacional, destacando-se os estados do espírito Santo e Bahia como os principais produtores destas regiões. O desenvolvimento de plantas de mamão transgênicos (receberam um gen a mais) resistentes ao virus, a partir de técnicas de engenharia genética e da biologia molecular, possibilitará que o cultivo do mamoeiro deixe o nomadismo, reintroduzindo-o em áreas abandonadas, além de proporcionar a melhoria da produtividade, qualidade e do aspecto do fruto, e conseqüentemente uma maior competitividade do mamão brasileiro no mercado internacional.




BOTÂNICA


Planta: Árvore de caule verde com até 8 m de altura. Folhas grandes recortadas. Flores brancas ou amareladas. Látex leitoso. A variedade mais consumida é o mamão - papaia, de formato periforme e de tamanho redizido, porém mais adocicado. O mamão macho, também conhecido como mamão corda, é fino e comprido. O mamão fêmea é bem maior e com forma arredondada.
Fruto: Alongado, liso, de tamanho variável. Polpa carnosa, de coloração vermelho-alaranjada com numerosas sementes pretas. O mamão é o fruto do mamoeiro, sendo encontrado durante todo o ano e, dependendo da variedade a que pertence, varia o tamanho do fruto, peso, sabor e coloração. O fruto apresenta polpa, macia, adocicada e bastante aromática, com cor, variendo entre o amarelo-pálido e o vermelho, além de diversos tons de laranja e salmão. A casca geralmente é fina, bastante resistente, aderida à polpa, lisa, de cor verde escura, que vai se tornando amarelada ou alaranjada à medida que o fruto vai amadurecendo. O formato do mamão também varia dependendo da espécie.
Características/consumo do Fruto: Em geral, o mamão é consumido ao natural, com ou sem açúcar, acompanhado de suco de limão ou de chantilly. Na cozinha, também serve para uma grande variedade de doces, bebidas e saladas.Quando maduro e consumido ao natural, o mamão é um excelente alimento, pois a polpa é muito rica em nutrientes. O mamão bom para consumo não deve ter rachaduras, partes escuras ou machucadas nem picadas de insetos. A casca deve estar bem firme e limpa. Se o mamão ainda tiver verde, embrulhe em folhas de jornal e guarde em lugar fresco e escuro. Não risque a casca da fruta com uma faco ou um garfo para que saia o leite, pois essa substância contém muitos nutrientes que dão sabor à fruta. Se o mamão já estiver maduro, coloque na geladeira, o mais longe possível do congelador. É uma fruta com propriedades laxativas e calmantes, sendo indicado a pessoas que têm o estômago delicado, que estejam fazendo regime de emagrecimento ou que desejem manter o peso. .

EXIGÊNCIAS EDAFOCLIMÁTICAS

O mamoeiro desenvolve-se melhor em solo de textura média, sem impedimento físico, bem drenados e rico em matéria orgânico. Exige pH do solo entre 5,5 a 6,5.
A cultura desenvolve-se bem em regiões temperadas com temperaturas médias em torno de 25 °C, sem muita variação durante o ano. exige precipitações pluviométricas acima de 1.200 mm, caso contrário necessita complementação com irrigação.


ESPAÇAMENTO


Fileira simples - varia de 3,0 a 4,0 metros entre fileiras e de 1,80 a 2,50 metros entre plantas.
Fileiras duplas - varia de 3,6 a 4,0 metros entre fileiras e 1,8 a 2,0 metros entre plantas

CULTIVARES

SUNSIRE SOLO - Variedade selecionada pela Universidade do Havaí
FORMOSA - Híbrido de origem chinesa
HORTUS GOLD - é uma cultivar que na Afríca do Sul produz frutos destinados ao consumo in 'natura" e fabricação de bebidas, em mistura com outras frutas, especialmente a banana. Alguns clones apresentaram certa resistência aoa taque da antracnose, entretanto com susceptibilidade à Ascochyta caricae papaye e à pinta
preta ou varíola causada por Asperisporium caricae. Os frutos tem formato arredondado a ovalado, são originados de plantas com flores femininas, têm uma casca lisa, de cor amarela muito atrativa, com polpa muito firme, também de cor firme,
espessa e os frutos pesam de 1.320 a 2.550 gramas.





PROPAGAÇÃO

Em cada saco plástico coloca-se 2 a 3 sementes, cobrindo-se com uma leve camada de terra de 1 cm de espessura. Quando as plantinhas alcançarem a altura de 3 a 5 cm de altura, deve-se fazer o desbaste, deixando-se uma

PLANTIO

O plantio deve ser realizado no início da estação chuvosa, ou a qualquer época do ano se irrigado. recomenda-se usar três mudas por covas, para o mamoeiro do grupo solo, e apenas uma, para o mamão "Formosa".



TRATOS CULTURAIS

CONTROLE DE ERVAS DANINHAS
Deve-se manter a cultura livre de ervas daninha através de roçadas, capinas superficiais ou através de uso de herbicidas de ação residual de pré-emergência. O número de capinas fica a critério de cada produtor, já que depende das condições climáticas, fertilidade do solo e espaçamento utilizado. As capinas profundas danificam o sistema radicular, pois o mesmo é bastante superficial e se estende horizontalmente por todo o terreno. Os brotos laterais devem ser retirados freqüentemente para não prejudicar o desenvolvimento e não constituir focos de infestação de ácaros.

DESBASTES

O desbaste de plantas é efetuado principalmente em plantios de mamoeiro do grupo Solo, onde se utilizan três mudas por cova. A eliminação das plantas deve ser efetuada 3 a 4 meses após o transplantio, deixando apenas uma planta hermafrodita por cova
ADUBAÇÕES

A calagem e a adubação deve ser efetuada conforme recomendações baseada na análise química do solo. Recomenda-se uma adubação de fundação ou plantio e de duas a três adubações de cobertura ao longo do ano. Na calagem deve-se usar o calcário dolomítico, já que este além do cálcio apresenta também magnésio.


CONTROLE DE DOENÇAS E PRAGAS
Ácaros - utilização de acaricidas encontrado no comércio.
Nematóides - plantios de mudas sadias em solos livres de infestação ou utilização de nematicidas sistêmicos, encontrado no comércio.
Cigarrinha -Verde - controle através de inseticida sistêmico, disponível no comércio.
Antracnose - Controle através de pulverizaçòes com fungicida , quando os primeiros sintomas surgirem.



COLHEITA, RENDIMENTO E COMERCIALIZAÇÃO

A colheita dos frutos inicia-se de 10 a 15 meses após o plantio, quando os primeiros frutos apresentarem manchas amareladas no sentido do comprimento. A produção varia de 10 a 12 t/ha, no primeiro ano; 50 a 60 t/ha, no segundo e 25 a 30, no terceiro. O mamão é bastante apreciado como sobremesa, sendo uma boa fonte de vitamina A e C. Os frutos são utilizados para obtenção de papaína, prestando-se também para fabricação de geléia e compotas ou para extração de sucos.


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Orçamento para implantação de 01 (um) hectare de Mamão
Espaçamento: 4,0 (entre linhas x 2,5 (entre plantas)
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1-0-Operações Unidade Quantidade
Aração Trator/dia. 2,0
Calagem h/dia 2,0
Gradagem -Mecânica Trator/dia 1,5
Preparo das covas h/dia 2,0
Adubação de fundação h/dia 4,0
Adubação de cobertura h/dia 4,0
Preparo das covas h/dia 10,0
Plantio e replantio h/dia 6,0
Capinas manual h/dia 10,0
Limpeza e desbaste h/dia 1,0
Controle fitossanitário h/dia 3,0
Irrigação h/dia 2,0
Colheita h/dia 8,0

2.0- Material e Insumo Unidade Quantidade

Mudas Unidade 1.000
Esterco de curral tonelada 10,0
Adubos* Kg -
Inseticida kg 2,0
Fungicida litro 2,0
Micronutrientes litro 1,0

* A adução e calagem devem seguir as recomendações da análise química do solo.


A Idéia de Negócio é um material meramente informativo acerca dos empreendimentos existentes no segmento correspondente ao seu título. Os dados apresentados são extraídos de publicações técnicas e, em linhas gerais, não têm a pretensão de ser um guia para a implementação dos respectivos negócios. É destinada apenas à apresentação de um panorama da atividade ao futuro empresário, que poderá enriquecer suas idéias com as informações apresentadas, mas carecerá de um estudo mais detalhado e específico para a implementação do seu empreendimento.



CULTIVO DE MAMÃO PAPAYA.



Introdução
Anexo
Bibliografia



Introdução

FICHA TÉCNICA

Setor da Economia: Primário
Tipo de Negócio: Cultivo e Plantio
Produto: Mamão Papaya

A origem do mamoeiro se perde nos tempos. O que se pode dizer com segurança é que, quando os europeus aportaram no continente americano, essa planta já era conhecida e seus frutos, folhas, látex e sementes bastante utilizados pelos habitantes da terra. Presume-se que o mamão tenha nascido na América tropical, e dali a fruta teria rapidamente se espalhado por todo o continente, devido a velocidade de seu ciclo vital, a facilidade com que a planta se propaga e se multiplica e a rapidez com que nascem seus frutos.O mamoeiro exige climas quentes e úmidos, não tolerando o frio. O solo deve ser adubado ou fértil, humoso e bem drenado. O mamoeiro cresce rápido e produz bastante, florescendo e frutificando muitas vezes ao mesmo tempo e durante o ano todo. Atualmente, ele pode ser encontrado em praticamente todos os países tropicais do globo.

PRODUÇÃO NO BRASIL. O Brasil é o maior produtor de mamão do mundo. Com excelentes condições de desenvolvimento no País, com possibilidade de cultivo em todas regiões, a produção, em 1998, chegou a 1,7 milhão de toneladas, cerca de 30 a 35% da produção mundial. A Bahia, mais precisamente a região de Teixeira de Freitas, tem o maior foco produtivo, seguido pela região de Linhares, no norte do Espírito Santo. No entanto, o mamão cultivado no Espírito Santo, por se tratar da variedade papaia, é o que tem mais prestígio junto aos consumidores, principalmente entre os estrangeiros. Apesar de ser o maior produtor mundial, o primeiro lugar quando o assunto é exportações cabe ao México, sendo o Brasil o terceiro colocado. Os mexicanos, com uma produção de apenas 500 mil toneladas, exportaram 47,6 mil toneladas em 1998, tendo como maior consumidor os Estados Unidos. Por incrível que pareça, a Malásia - que nem figura entre os dez maiores produtores - surgiu como o segundo lugar em termos de exportações, com vendas de 33 mil toneladas em 1998.

INVESTIMENTO. A produção do mamão exige alto investimento. No Espírito Santo, os custos estavam em torno de US$ 10 mil por hectare em 1999. Sob irrigação, o mamão papaia tem uma produtividade de 60 toneladas por hectare, com cada um abrigando 1,8 mil mamoeiros. Além da irrigação e da necessidade de promover constante rodízio do terreno, após cerca de 20 meses de produção o combate fitossanitário tem que ser constante.

O MAMÃO PAPAYA. O mamoeiro é uma árvore de pequeno porte cujo nome científico é carica papaya L, pertencente a família botânica Caricaceae, que dura pouco. Os sexos do mamoeiro encontram-se em plantas separadas: mamoeiros-machos e mamoeiros-fêmeas, sua principal peculiaridade. As flores nascidas dos mamoeiros-machos, embora não se transformem em frutos comestíveis, têm a importante função de fecundar as flores do mamoeiro-fêmea. Tais flores ficam dependuradas e distanciadas do caule da árvore, sendo o que permite identificar, com bastante facilidade, o sexo do mamoeiro. Às vezes nascem flores hermafroditas, dando origem a frutas atípicas, os mamões-machos, muito importantes no processo de fecundação dos mamoeiros. A casca do mamão é bastante delicada: quando verde, sua cor é também verde; aos poucos, à medida que o fruto amadurece, ela vai se tingindo de manchas ou faixas de coloração amarela ou alaranjado-clara, até perder completamente o tom esverdeado.

APROVEITAMENTO. As sementes, que ficam ligadas por fibras à extremidade interna da polpa, ocorrem em grande quantidade, que apesar de serem desprezadas, são comestíveis e teriam muitas utilidades medicinas. Com o miolo do caule do mamoeiro também faz-se um doce exótico. Por fim, pode-se ainda utilizar o mamão verde como legume, cortado em pedacinhos e refogado, ou ainda em sopas e ensopados de carne.

LATEX PAPAINA. Do mamão-papaya verde podemos retirar um látex que é muito rico em uma substância chamada papaína, que se encontra espalhada por toda a planta e vai sumindo à medida que a fruta amadurece. É uma substância de muitos usos medicinais e industriais. Em países como Sri Lanka, Tanzânia e Uganda, explora- se o fruto verde do mamão em grandes plantações com finalidades industriais. Esse látex, convertido em pó, é enviado a laboratórios da Europa e da América do Norte, onde é refinado, transformado, engarrafado, patenteado, rotulado e comercializado em remédios, em amaciantes de carnes, em loções para a pele, em produtos industriais para clarear cervejas, para amaciar couros e lãs.

CUIDADOS ESPECIAIS. O cultivo e plantio de mamão papaya, atualmente, no Brasil é uma atividade agrícola especializada, que exige dedicação, conhecimentos técnicos de alto nível e utilização de métodos modernos de manejo da cultura (pontos que combinados e conduzidos em bases racionais, proporcionam rendimentos compensadores). É fundamental o acompanhamento de um agrônomo na fase inicial, com objetivo de aprender a lidar com as doenças e evitar a perda da plantio e colheitas. As colheitas ocorrem ente marco e maio. As estimativas preliminares de produção são de 5t/ha.

SOLO IDEAL PARA CULTIVO. O cultivo do mamão papaya dá-se bem solos de textura média, profundos, permeáveis e com bom teor de matéria orgânica. Como o mamoeiro é muito sensível ao excesso de água, será preciso utilizar drenagem, sempre que necessário. Prefere os solos neutros e não tolera salinidade, mesmo em níveis baixos. Para produzir bem, o mamoeiro exige que o solo receba calagem com calcáreo dolomítico, que lhe assegura saturação de bases de 80%.

PLANTIO. O plantio ocorre em agosto e setembro, em covas de 30 x 30 x 30cm, cavadas ou feitas com sulcador na profundidade 30cm. São necessários 1.500 a 1.700 laminados ou sacos plásticos/hectare, com três a quatro mudas por recipiente. No plantio, retirar o recipiente para o bom desenvolvimento das raízes e comprimir cuidadosamente o terreno que circunda os torrões para que estes não se desfaçam. Para combater a erosão, recomenda-se o plantio em nível, uso de terraços, patamares e banquetas, capinas em ruas alternadas, etc... Capinas manuais e podas
de limpeza.

ADUBAÇÕES. Depende da análise química do solo, mas não se pode esquecer que o nitrogênio deve ser empregado com cautela pois favorece o crescimento excessivo da planta e o aparecimento de doenças do tronco e das raízes; o potássio evita o amolecimento da polpa por excesso de chuvas ou de nitrogênio; o boro e o zinco, indispensáveis, podem ser fornecidos por meio do solo ou de pulverizações. A primeira adubação começa vinte dias antes do plantio. Outras adubações com porcentagens diferentes de fertilizantes serão aplicadas um mês depois do plantio da muda ou no primeiro desbaste e serão repetidas dois meses depois. Nos meses de setembro, dezembro e março será preciso fazer nova adubação.
A adubação por planta obedece critérios diferentes. No plantio, na cova: 20Kg de esterco de curral; 1Kg de fosfato natural; 150g de cloreto de potássio e 500g de calcário magnesiano; em cobertura : 200g de Nitrocálcio, em quatro parcelas. No pomar em formação: 40 a 60g de cada um dos nutrientes - N, P2O5 e K2O - por ano de idade. No pomar adulto: após a colheita: 8g de esterco de galinha; 1.500g de superfosfato e 600g de cloreto de potássio; na vegetação: três a quatro aplicações de 600 a 800g de sulfato de amônio.

PRAGAS E DOENÇAS. O controle de pragas e doenças do mamoeiro é muito complexo porque ele produz continuamente. Por isso é preciso cuidado para que os frutos não absorvam o produto aplicado. A planta também é sensível a certas fórmulas, e o aplicador precisa ter cuidado consigo mesmo. Dentre as doenças merecem atenção especial o mosaico, causado por vírus, sem controle conhecido e que foi a causa do fim das plantações paulistas; varíola ou pinta-preta, causada por um fungo; antracnose; oídio; e a podridão-do-pedúnculo. A varióla é combatida por pulverizações com hidróxido de cobre ou oxicloreto de cobre na superfície inferior das folhas. Combate-se o mosaico pela eliminação das plantas atacadas e das cucurbitáceas (abóboras, melão, etc) existentes nos mamoais e fazendo-se o controle dos pulgões nas culturas vizinhas por meio de pulverizações com calda de fumo. A podridão-do-pé só pode ser prevenida com cuidados no plantio.
Os brotos laterais do mamoeiro devem ser retirados freqüentemente pois prejudicam o desenvolvimento da planta e são focos de ácaros. Além das doenças, existem os ácaros que limitam a produção: o ácaro-branco, ou ácaro-dos-ponteiros ou o ácaro-do-chapéu do mamoeiro eliminam as folhas do ponteiro, paralisam o crescimento da planta e expondo ao sol os frutos, que ficam queimados; o ácaro-da-rasgadura-da-folha que é rajado e produz teias para se proteger; a largata, que em muitos casos provoca o desfolhamento total da planta; o percevejo-verde ou maria-fedida que suga as folhas e os frutos; as cochonilhas, etc.

CULTURAS CONSORCIADAS. Convém utilizar a goiaba, os citrus e algumas culturas em consorciação com o mamão, que produz por cerca de três anos, tempo em que chega a hora de arrancar o mamoeiro, já muito alto. É exatamente então que essas fruteiras começam a produzir. Podem-se também plantar espécies como o guaraná, usando o mamão como sobreamento provisório.

COLHEITA. Quatro a seis meses após a semeadura, começa o florescimento que, em condições favoráveis, pode continuar o ano todo. Os frutos amadurecem cinco a seis meses mais tarde, dependendo do clima e da intensidade de produção da planta. Os frutos devem ser retirados da planta por ligeira torção, sem ferimentos na casca. O colhedor deve usar luvas e mangas compridas para não ter contato com látex da planta.

EMBALAMENTO. O mamão papaya deve ser protegido por folhas de jornal ao ser embalado; ele é comercializado em caixas de madeira com 37,50 x 30 x 15 cm, que comportam de oito a dezesseis unidades embrulhadas em papel ou protegidas no fundo por fitilho de madeira. Para exportação do papaia, são utilizadas caixas de papelão de 39 x 31 x 15,50 cm, em que cabem de oito a vinte frutos e com 7 Kg de peso líquido. A classificação do mamão no mercado é feita por número: mamão tipo 9, nove por caixa.

NOTÍCIA – “ES amplia oferta de mamão papaia aos EUA” - Único estado do Brasil a exportar mamão papaia para os Estados Unidos, apesar de ser o segundo maior produtor nacional (o primeiro é a Bahia), o Espírito Santo vislumbra neste ano a possibilidade de dobrar as vendas para aquele país, em função, sobretudo, da entrada de novos agentes naquele mercado, que consumiu, no ano passado, 5 mil toneladas da fruta capixaba. O volume, em relação ao de 3,1 mil toneladas contabilizado em 1999, cresceu 63% - mesmo percentual de crescimento que incidiu sobre a receita das exportações, que saltou de US$ 2,5 milhões para US$ 4,1 milhões.
As três empresas brasileiras que hoje dominam as exportações para os Estados Unidos - a Caliman Agrícola S.A., a Gaia Importação e Exportação Ltda. e a Agra Produção e Exportação Ltda. - todas situadas em Linhares (ES), no norte do estado, sustentaram até agora sua hegemonia no rigor que o governo norte-americano emprega nas importações de papaia com o intuito de impedir a introdução de mosca-das-frutas nos EUA. Porém, estão ameaçadas de perdê-la para outros produtores do Espírito Santo que adequaram suas lavouras ao chamado Sistema Integrado de Medidas para a Diminuição de Risco (Approach System), utilizado no Brasil sob a supervisão dos fiscais federais agropecuários.
A coordenadora do Programa de Exportação de Papaia da unidade regional do Ministério da Agricultura em Linhares, Maria do Carmo Ribeiro Lani, disse que há no Espírito Santo previsão de que mais cinco produtores estejam aptos a exportar aos EUA a partir do segundo semestre deste ano. São eles a Mandharins Importação e Exportação Ltda., a Fruta Solo Ltda., a Caldara Agropecuária S.A. e os produtores Ivan da Costa Oliveira e José Ruiz Banon.
Maria do Carmo informou que a área de plantio monitorada, que gira hoje em torno de 600 hectares, deverá se expandir inicialmente para mil hectares, tendendo a chegar a 2 mil hectares com a atuação plena desses cinco produtores. Os atuais exportadores receiam que o aumento da concorrência resulte numa queda dos preços no mercado externo e, conseqüentemente, afete a rentabilidade auferida hoje com as exportações, principalmente com as realizadas para os EUA. A participação das vendas de papaia para aquele país no volume total exportado pelo Brasil foi de 19,5% em 1999 e de 23,2% em 2000.
Segundo o diretor comercial da Gaia, Pedro de Carvalho Burnier, a rentabilidade no mercado americano supera em 25% a apurada na Europa. 'Além de o dólar estar mais valorizado do que o euro, o frete do quilo de papaia para Miami custa em torno de US$ 0.58, enquanto o do praticado para países europeus, cerca de US$ 0.90.'
A Gaia, que exporta para a Europa desde 1993, iniciou as exportações para os Estados Unidos em 1998. 'Desde então, as vendas no exterior têm quase dobrado de um ano para outro. Saltaram das 950 toneladas de 1997 para 1,8 mil toneladas em 1998, para 3,5 mil toneladas em 1999 e para 6,6 mil toneladas em 2000, sendo que o mercado americano absorveu 30% do total no ano passado', enfatizou Burnier.
O crescimento foi justificado por Burnier como resultado da inclusão do mercado norte-americano no mix de países importadores da Gaia e nas inversões que a empresa fez em seu packing-house, com a aquisição de câmaras frias e a importação de maquinário espanhol que seleciona o fruto pelo tamanho.
O montante exportado é a metade das quase 14 mil toneladas que a Gaia produz. Neste ano, diante da perspectiva de ganhar novos clientes nos Estados Unidos e de diversificar ainda mais as exportações com a expansão das vendas de produtos como limão, gengibre, cará e inhame na Europa a partir de ações promocionais, a empresa pretende incrementar em 20% a 30% a receita apurada com o comércio no exterior, que em 2000 gerou 80% do faturamento de US$ 9 milhões.
Das cerca de 8 mil toneladas exportadas em 2000 pela Caliman, 50% foram para os Estados Unidos e a outra metade para a Europa e o Canadá. O diretor comercial da empresa, Francisco Faleiro, explicou que o mercado externo pagou em média pelo quilo do papaia no ano passado US$ 0.80 - 7% a menos do que os US$ 0.86 de 1999. 'A concorrência no exterior vem se dando via preço, achatando a rentabilidade. A margem de lucro caiu 25%.'
Projetando uma receita de R$ 4 milhões para 2001, o sócio-proprietário da Agra, Roberto Pacca, aposta que pelo menos 60% desse montante resultarão das vendas para os Estados Unidos, para onde o volume exportado deverá ser de 800 toneladas, em relação as 170 toneladas de 2000. Além da atuação por um período maior no mercado norte-americano neste ano, a conquista de novos clientes e a duplicação da capacidade de beneficiamento estão entre os fatores que o empresário cita para a razão de seu otimismo.
No geral, as exportações de papaia somam 21,51 mil toneladas em 2000, gerando US$ 17,69 milhões. Em quantidade exportada, superaram em 36,9% as 15,71 mil toneladas de 1999 e, em faturamento, em 30,3% o de US$ 13,58 milhões.
Em torno de 90% a 95% das exportações de papaia do Brasil provêm do Espírito Santo, onde o valor bruto da produção agropecuária oscila em torno de R$ 1,5 bilhão. 'Desse montante, R$ 228 milhões (15%) resultam da fruticultura, sendo que só o mamão tem participação de R$ 60 milhões (4%) nesse bolo', disse o coordenador estadual do Programa de Fruticultura da Empresa Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Emcaper), Dalmo Nogueira da Silva.
Ainda que o Espírito Santo seja o maior exportador brasileiro de mamão papaia, as exportações representam pouco mais de 10% das cerca de 175 mil toneladas de mamão.




PRODUÇÃO DE MAMOEIROS DO GRUPO SOLO, SOB DOIS SISTEMAS DE PLANTIO E CONDIÇÕES DE IRRIGAÇÃO

Hilton Ney Gaíva[1], Walter Esfrain Pereira[2], e Jerônimo David Dias de

Campos Neto[3]

RESUMO: O presente trabalho teve o objetivo de avaliar o comportamento de duas cultivares de mamoeiro, quando se utiliza dois sistemas de plantio, nas condições de Santo Antônio do Leverger, adotando-se ou não a irrigação. O ensaio foi conduzido na Fazenda Experimental da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, localizada no município de Santo Antônio do Leverger. Foram utilizadas as cultivares Improved Sunrise Solo line 72/12 e Baixinho de Santa Amália, sendo avaliados os seguintes fatores: Sistemas de plantio: 1) filas simples com dois metros entre as plantas nas linhas e três metros entre as ruas, com 1666 plantas por hectare; 2) filas duplas, com dois metros entre as plantas por dois metros entre as linhas, e três metros e meio entre as filas duplas, com 1964 plantas por hectare, com ou sem irrigação. O esquema utilizado foi fatorial 2x3, com três repetições em blocos casualizados. Avaliou-se o peso médio dos frutos, o número de frutos por planta, a produtividade de frutos e a percentagem de frutos carpeloides. Em nenhuma das duas variedades de mamoeiro verificou-se efeito significativo da irrigação e dos sistemas de plantio avaliados. As duas variedades de mamoeiro apresentam potencial produtivo adequado nas condições edafoclimáticas da Baixada Cuiabana.

Termos para Indexação: Carica papaya, Mato Grosso, produtividade.



YIELD OF PAPAYA CULTIVARS (SOLO GROUP) UNDER TWO PLANTING SYSTEMS AND IRRIGATION CONDITIONS

ABSTRACT: This work was aimed at evaluating the behavior of two papaya cultivars under two different planting systems with or without irrigation. The research was carried out at the Experiment Station of Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária of Universidade Federal de Mato Grosso, located in the municipal district of Santo Antônio do Leverger. Cultivars Improved Sunrise Solo line 72/12 and Baixinho de Santa Amália were used in the trials. The following factors were evaluated: Planting systems: 1) simple rows with two meters between plants on the rows and three meters between rows, with 1,666 plants per hectare; 2) double rows, with two meters between plants and two meters between rows, and 3.5 meters between the double rows, with 1,964 plants per hectare. Three irrigated and three non-irrigated blocks were tested. A randomized blocks experimental design was adopted, consisting of a 2×3 factorial scheme with three replicates. Fruit weight, number of fruits per plant, fruit productivity and percentage of carpeloid fruits were evaluated. No significant effect of irrigation was verified in any of the varieties and planting systems. Both papaya varieties presented suitable yield potentials for the edaphic-climatic conditions in the region.

Index Terms: Carica papaya, Mato Grosso, productivity.

INTRODUÇÃO

Embora existam alguns plantios de mamoeiro em Mato Grosso, a maioria de pequeno porte, não se tem verificado expansão nestas áreas, talvez em razão da inexistência de respaldo técnico-científico, dentre outras razões. Deve-se salientar que existem proprietários rurais da Baixada Cuiabana interessados em se dedicar à cultura do mamoeiro, com tecnologia avançada e adaptada às condições locais. Entretanto, faltam pesquisas na região, visando a fornecer subsídios a esses proprietários, bem como aos técnicos de extensão rural e da assistência técnica que atuam na região.

Desta forma, foi instalado na Fazenda Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, em Santo Antônio do Leverger, um experimento visando a estudar o comportamento de duas cultivares de mamoeiro do grupo Solo, sob diferentes sistemas de plantio e condições de irrigação.

Por ser uma cultura que necessita de renovação dos pomares a cada quatro anos e que produz o ano inteiro é de grande relevância a sua função social, pois gera empregos e absorve mão-de-obra durante todo o ano.

De acordo com Luna (1986), a cultivar ‘Sunrise Solo’ é de grande aceitação no mercado interno e externo, devido ao tamanho reduzido dos frutos e à boa qualidade da polpa. É também conhecida como "mamão Havaí", "papaya" e "mamão da Amazônia", sendo considerada a melhor cultivar comercial introduzida no país até o momento.

Um material promissor, resultante de mutação da cultivar ‘Sunrise Solo’ e identificado pela Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária, está sendo difundido entre os produtores; é o ‘Baixinho de Santa Amália’, que produz frutos do tipo papaya, apresenta menor porte, menor altura de frutificação e grande variabilidade genética.

Araújo (1988) afirma que precipitações pluviométricas entre 1000 e 3000mm/ano têm proporcionado crescimento e desenvolvimento adequado à cultura. Em regiões de menor precipitação, entretanto, tem-se observado atraso no crescimento da cultura e na produção de flores masculina (Manica, 1982). O uso da irrigação em mamoeiros, na Flórida, tem proporcionado aumento significativo da produção (Harkness, citado por Manica, 1982), sendo que as cultivares e as linhagens de mamoeiros irrigados produziram o dobro do que sem irrigação.

O presente trabalho teve por objetivo avaliar o comportamento do mamoeiro em dois sistemas de plantio, nas condições de Santo Antônio do Leverger, utilizando-se ou não a irrigação.

MATERIAL E MÉTODOS

Este ensaio foi conduzido na Fazenda Experimental da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso, localizada no município de Santo Antônio do Leverger, a 15° 47’ 11” de latitude sul e 56° 04’ 17” de longitude Oeste, a 178,9m de altitude.

O solo é do tipo Latossolo Vermelho-Amarelo Podzólico, originário dos sedimentos argilosos da formação Pantanal, apresentando textura média/arenosa e se encontra em fase de cerradão plano.

Segundo a classificação de Köppen, o clima local é do tipo Aw, ou seja, tropical úmido, com períodos de seca e chuvas e temperatura média anual de 25°C, sendo a média das máximas 34°C e, das mínimas, 21°C. A precipitação média anual é de 1560mm, sendo que cerca de 80-90% desta ocorre de outubro a abril.

Foram utilizadas para o plantio as cultivares Improved Sunrise Solo line 72/12 e Baixinho de Santa Amália. As mudas, previamente preparadas, foram plantadas em 22/06/95. Avaliaram-se os seguintes fatores:

Sistemas de plantio: 1) filas simples, com 2 metros entre as plantas nas linhas e 3 metros entre as ruas, com 1666 plantas por hectare; 2) filas duplas, com 2 metros entre as plantas por 2 metros entre as linhas e 3,5 metros entre as filas duplas, com 1964 plantas por hectare. Irrigação: Foram testados em blocos ao acaso, três blocos irrigados e três blocos não irrigados. Os blocos irrigados foram regados sempre que houve necessidade de água, medida mediante tensiômetros.

O esquema experimental utilizado foi fatorial 2x3, com três repetições em blocos casualizados, sendo que cada parcela foi constituída de 20 plantas úteis, totalizando 480 plantas.

Todas as parcelas foram adubadas no plantio e aos 2, 4, 6, 9, 12, 15 e 18 meses após o plantio, aplicando em cada época 250g da fórmula 12-5-12, sendo a ela acrescentados 25g de sulfato de potássio. Além do calcário colocado na cova, realizou-se calagem em toda a área, aos três e 12 meses após o plantio. Por ocasião do preparo do terreno, foram aplicados 10kg/ha de bórax em toda a sua superfície.

A colheita foi realizada semanalmente a partir de abril de 1996. O ponto de colheita foi indicado pela mudança de coloração da casca do fruto, que passou de verde a verde-claro, com estrias ou faixas amareladas, partindo do ápice para o pedúnculo. Foram realizadas as pesagens e a contagem dos frutos de cada parcela, sendo posteriormente selecionados aleatoriamente 10% deles, com o propósito de avaliar o peso médio dos frutos, o número de frutos por planta, a produtividade de frutos e a percentagem de frutos carpelóides.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante o transcorrer do experimento, os meses que apresentaram menores valores de precipitação pluvial foram julho, agosto e setembro (Figura 1). No final e no início do ano, foram registradas precipitações elevadas, que, em janeiro de 1997, atingiram o índice de 566mm. O número de frutos por planta, o peso médio dos frutos e a produtividade de frutos não foram afetados significativamente pelos tratamentos avaliados (Figuras 2, 3 e 4).





FIGURA 1. Precipitação pluviométrica durante a execução do experimento.



O número de frutos por planta obtidos neste experimento foi superior ao obtido por Ramos et al. (1994), que obtiveram número médio, para a cultivar ‘Sunrise Solo’, de 16,5 frutos por planta e, para a cultivar ‘Baixinho de Santa Amália’, de 19 frutos; porém, concordam com Simão (1971), que verificou que a produção do primeiro ano varia de 40 a 60 frutos por planta.

Em relação ao peso médio dos frutos, os valores obtidos neste experimento foram inferiores aos obtidos por Marín (1994), que variaram de 425 a 625g; por Oliveira & Barros (1992), sobre condições de irrigação, de 475g, porém, foi superior aos resultados obtidos por Ramos et al. (1994), que obtiveram 290g para a cultivar ‘Baixinho de Santa Amália’, enquanto que, para a cultivar ‘Sunrise Solo’, foi de 300g.





Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas e minúsculas são iguais entre si pelo teste de F, a 5% de probabilidade.

FIGURA 2. Número de frutos por plantas em duas variedades de mamoeiro, Baixinho de Santa Amália (BDSA) e Improved Sunrise Solo line 72/12 (ISS), cultivadas em fila simples (FS) e fila dupla (FD) e irrigadas (IR) ou não irrigadas (NIR).

A produtividade obtida neste experimento, quando comparada com a obtida por Ramos et al. (1994), na região Sudoeste de Mato Grosso, foi superior, pois eles verificaram que as cultivares ‘Baixinho de Santa Amália’ e ‘Sunrise Solo’ produziram 10,8t/ha e 9,2t/ha, respectivamente. Também é superior aos reportados por Luna (1986) no estado da Bahia, que verificou produtividade de 10 a 12t/ha. Contudo, os valores são inferiores aos observados por Oliveira & Barros (1992), no agreste de Alagoas, que foi de 81,26t/ha.





Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas e minúsculas são semelhantes entre si pelo teste de F, a 5% de probabilidade.

FIGURA 3. Peso médio dos frutos (PMF) de duas variedades de mamoeiro, Baixinho de Santa Amália (BDSA) e Improved Sunrise Solo line 72/12 (ISS), cultivadas em fila simples (FS) e fila dupla (FD) e irrigadas (IR) ou não irrigadas (NIR).



Os resultados obtidos demonstram a aptidão da região para o plantio comercial do mamoeiro. O fato de não ter sido verificado efeito significativo da irrigação deve-se, possivelmente, ao fato de a irrigação aplicada ter sido insuficiente para evitar os efeitos adversos do estresse hídrico, sendo recomendável realizar outros estudos com maior número de níveis do fator irrigação.





Médias seguidas das mesmas letras maiúsculas e minúsculas são iguais entre si pelo teste de F, a 5% de probabilidade.

FIGURA 4. Produtividade de frutos em duas variedades de mamoeiro, Baixinho de Santa Amália (BDSA) e Improved Sunrise Solo line 72/12 (ISS), cultivadas em fila simples (FS) e fila dupla (FD) e irrigadas (IR) ou não irrigadas (NIR).



Os dados referentes aos frutos deformados, sem valor comercial, que são conhecidos por frutos pentândricos e carpelóide ("cara-de-gato"), variaram de 6,7% a 8,0% (Tabela 1). Estes resultados demonstram que a cultura tem boa adaptabilidade na região estudada, pois os índices são inferiores a 10%.

TABELA 1. Porcentagem de frutos carpelóides (PFC) de duas variedades de mamoeiro, plantadas em filas simples e dupla, com e sem irrigação.

Irrigado
Não irrigado

Fila simples
Fila dupla
Fila simples
Fila dupla

BDSA
ISS
BDSA
ISS
BDSA
ISS
BDSA
ISS

7,3
6,3
8,0
7,3
7,3
6,7
7,0
8,0


BDSA = ‘Baixinho de Santa Amália’; ISS = ‘Improved Sunrise Solo Line 72/12’.



CONCLUSÕES

Em nenhuma das duas variedades de mamoeiro, Improved Sunrise Solo line 72/12 e Baixinho de Santa Amália, verificou-se efeito significativo da irrigação e dos dois sistemas de plantio avaliados.

As duas variedades de mamoeiro apresentam potencial produtivo adequado nas condições edafoclimáticas da Baixada Cuiabana.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, J.A.C. Irrigação da cultura do mamão. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE A CULTURA DO MAMOEIRO, 2, 1988, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal SP: UNESP – FCAV, 1988. p.161-175.

LUNA, J.V.U. Variedade de mamoeiro. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.12, n.134, p.14-18, 1986.

MANICA, I. Fruticultura tropical: Mamão. São Paulo: Agronômica Ceres, 1982, 255p.

MARIN, S.L.D. A colheita e a qualidade do mamão do grupo Solo. International Symposium on Tropical Fruits. Vitoria, ES. 1993, 29p.

MARIN, S.L.D. Variação sazonal da produção de mamoeiro do grupo Solo na região norte do Estado do Espírito Santo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 13, 1994, Salvador. Anais... Cruz das Almas: SBF, 1994, v.3, p.662.

OLIVEIRA, Z.P. de; BARROS, L.C.G. Efeito da irrigação em diversas cultivares e linhagens de mamoeiro (Carica papaya) em Alagoas Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz da Almas, v.l4, n.2, p.153-156,1992.

RAMOS, M.J.M.; BELUTTO, F.A.; ABREU, J.G. de; et al. Comportamento de mamoeiros do grupo solo na região sudoeste do Estado de Mato Grosso. Revista Brasileira de Fruticultura, Cruz das Almas, v.16, n.3, p.57-62, 1994.

SIMÃO, S. Mamão. In: _____. Manual de fruticultura. São Paulo. Ceres, 1971, p.313-338.







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[1] Prof. Dr., Aposentado, Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso. Av. Fernando Corrêa da Costa, s/n, Cuiabá-MT, CEP. 78060-900. E-mail: hgaiva@bol.com.br

[2] Prof. Dr., Universidade Federal da Paraíba, Centro de Ciências Agrárias, Campus II, Areia, PB, CEP. 58397-000.

[3] Eng. Agr. Autônomo.


RESUMO – Questões relacionadas à biossegurança de organismos geneticamente modificados e à percepção pública destes têm levado as instituições envolvidas no desenvolvimento comercial de plantas transgênicas a abandonarem o uso de genes marcadores que conferem resistência a antibióticos. O desenvolvimento de mamoeiros (Carica papaya L.) transgênicos tem sido baseado, até o momento, no uso de um único gene marcador, o gene npt II, que confere resistência a antibióticos como canamicina e neomicina. O presente estudo objetivou avaliar os sistemas alternativos manA/ manose e bar/ PPT como sistemas gene marcador/ agente seletivo para a variedade ‘Sunrise’ de mamoeiro. O desenvolvimento de embriões somáticos secundários a partir de embriões primários foi avaliado em meio de indução de embriogênese suplementado com manose e/ou sacarose. Concentrações variando entre 0,1 e 120 g/l de manose foram testadas como única fonte de carbono, ou em combinação com sacarose. O desenvolvimento de embriões somáticos secundários a partir dos primários em meio suplementado com até 120 g.L-1 de manose, como única fonte de carbono, demonstrou que este sistema não é passível de uso no desenvolvimento de mamoeiros transgênicos. Quanto ao sistema bar/ PPT, avaliou-se o desenvolvimento de embriões somáticos primários e secundários em meio suplementado com concentrações de PPT variando de zero a 150 mM. Não foi observado desenvolvimento de embriões em meio suplementado com concentração igual ou superior a 125 mM, o que sugere o uso desta concentração para a seleção de embriões transgênicos de mamoeiro.
TERMOS ADICIONAIS PARA INDEXAÇÃO: glufosinato de amônio, PPT, manose, gene PMI, gene Bar e transformação genética.

ANALYSIS OF MARKER GENE/ SELECTIVE AGENT SYSTEMS ALTERNATIVES TO POSITIVE SELECTION OF TRANSGENIC PAPAYA (CARICA PAPAYA L.) SOMATIC EMBRYOS.

ABSTRACT – Questions relative to biosafety and public perception of genetically modified organisms have taken those involved on the development of transgenic plants to a phase out on the use of antibiotic resistance marker genes. The development of transgenic papayas (Carica papaya L.) has been based so far on the use of one only marker gene, the npt II gene, which confers resistance to antibiotics such as kanamycin and neomycin. The present study aimed to evaluate the systems manA/ mannose and bar/ PPT as alternatives marker gene/ selective agent systems to be used on the development of transgenic ‘Sunrise’ papayas. Therefore, the development of secondary somatic embryos from primary ones was evaluated on embryogenesis induction medium supplemented with mannose and/or sucrose. Mannose concentration ranging from 0.1 to 120 g.L-1 were tested as sole carbon source, or in conjunction with sucrose. The development of secondary somatic embryos on medium supplement with up to 120 g/l, as sole carbon source, demonstrated that this system is not applicable for the development of transgenic papayas. When evaluating the bar/ PPT system, the development of primary and secondary somatic embryos was checked for on medium supplement with zero to 150 mM of PPT. No somatic embryos developed on medium supplemented with PPT at 125 mM or more, what suggests the use of this concentration for the in vitro selection of transgenic papaya embryos.
ADDITIONAL INDEX TERMS: Phosphinothricin, PPT, mannose, PMI gene, Bar gene, and genetic transformation.





INTRODUÇÃO

O processo de desenvolvimento de organismos geneticamente modificados (OGM), também conhecidos como “transgênicos”, depende do uso de sistema gene marcador/ agente seletivo que permita a seleção positiva de células transformadas. Os sistemas baseados na utilização de genes que conferem resistência a antibióticos e/ou herbicidas têm sido utilizados no desenvolvimento de OGMs vegetais desde os primórdios da engenharia genética, sendo que todos os OGMs vegetais já liberados para comercialização no mundo, até o momento, apresentam um dos dois, ou os dois tipos de genes acima descritos. Porém, questões ligadas à biossegurança e à percepção pública dos OGMs, principalmente no que se refere ao uso de sistemas tipo gene de resistência a antibiótico/ antibiótico, têm sinalizado para a necessidade de se procurar sistemas alternativos a estes (FDA/CFSAN, 1998; Smith, 2000). Neste contexto, têm surgido não só sistemas gene marcador/ agente seletivo alternativos, como também sistemas que permitem a eliminação do gene marcador após a seleção (Ow, 2000; Zubko et al., 2000).

A produção de mamoeiros (Carica papaya L.) geneticamente modificados é uma realidade desde o início da década de 90, quando Fitch et al. (1992) produziram o primeiro mamoeiro transgênico resistente ao Papaya ringspot virus (PRSV), que foi denominado linha 55 - 1. Esta linha transgênica foi utilizada no desenvolvimento das variedades ‘Rainbow’ e ‘SunUp’, que foram os primeiros mamoeiros transgênicos liberados para comercialização no mundo, o que ocorreu em 1998 no Havaí (Gonsalves, 1998). A linha 55-1 apresenta o gene npt II [que codifica a enzima APH(3´)II – aminoglycoside 3'-phosphotransferase II, também conhecida como NPT II - neomycin phosphotransferase II] (Beck et al., 1982) e foi selecionada in vitro utilizando canamicina como agente seletivo. Desde então diversos mamoeiros transgênicos com resistência a vírus ou tolerância a herbicida foram desenvolvidos (Cabrera-Ponce et al., 1995; Cheng et al., 1996; Tennant, 1996; Cai et al., 1999; Souza Jr., 1999), sendo que todos utilizaram o sistema gene npt II/ canamicina na seleção.

O sistema que usa o gene manA (que codifica a enzima PMI - phosphomannose isomerase) de Escherichia coli (Miles e Guest, 1984), tendo a manose como agente seletivo, é um dos novos sistemas sugeridos como alternativos aos dois primeiros descritos acima (Joersbo et al., 1998; Ow, 2000). As espécies vegetais que não metabolizam manose sofrem severa inibição de crescimento quando esta é oferecida como única fonte de carbono em meio de cultura. Os efeitos adversos e inibitórios do uso da manose são conseqüências do acúmulo de manose 6-fosfato, produto da fosforilação da manose por uma hexoquinase. PMI promove a interconversão de manose 6-fosfato e frutose 6–fosfato, permitindo assim que a primeira possa ser catabolizada na via glicolítica (Ferguson e Street, 1958; Malca et al., 1967).

O gene bar (que codifica a enzima PAT – phosphinothricin-N-acetyltransferase) de Streptomyces hygroscopicus (Murakani et al., 1986), tendo o glufosinato de amônio (PPT) como agente seletivo, é, dentre os sistemas tipo gene de tolerância a herbicida/ herbicida, um dos mais amplamente empregados pela engenharia genética no desenvolvimento de OGMs vegetais. PAT inativa herbicidas que apresentam o PPT como composto ativo mediante detoxificação deste. A detoxificação, que é resultante da acetilação do grupamento amino livre presente no PPT, torna este incapaz de competir de forma inibitória com a glutamina sintetase (GS), possibilitando assim a remoção da amônia tóxica da célula vegetal pela conversão de glutamato em glutamina, reação esta catalizada pela GS (Lindsey, 1992).

O objetivo do presente estudo foi avaliar os sistemas manA/ manose e bar/ PPT no processo de transformação genética do mamoeiro ‘Sunrise’, uma das principais cultivares desta fruteira em nível mundial. Para tanto, a análise da indução e do desenvolvimento de embriões somáticos primários e/ou secundários, sob diferentes concentrações do agente seletivo, se fez necessária. Embriões somáticos primários e/ou secundários de mamoeiro são os explantes utilizados na transformação genética desta fruteira no nosso laboratório.



MATERIAL E MÉTODOS

Embriões zigóticos foram excisados a partir de frutos imaturos da cultivar ‘Sunrise’, coletados no campo com aproximadamente 90 a 110 dias da antese, e submetidos à indução de embriogênese somática conforme Souza Jr. (1999). Os embriões zigóticos e os somáticos submetidos aos diferentes tratamentos foram cultivados in vitro a 27 0C (+/-2 0C), no escuro, por um período médio de 45 dias.

Para a avaliação do sistema manA/ manose, embriões somáticos primários, obtidos por embriogênese direta a partir de embriões zigóticos imaturos, foram cultivados em meio de indução de embriogênese – PIM10 (Souza Jr., 1999) suplementado com diferentes concentrações de sacarose e/ou manose (Tabela 1). Cada tratamento teve entre quatro e cinco repetições (isto é, placas de petri), e a avaliação se deu pela presença ou total ausência de embriões somáticos secundários ao final do período de cultivo.








Para a avaliação do sistema Bar/ PPT, embriões zigóticos e somáticos primários foram cultivados em PIM10 suplementado com diferentes concentrações de PPT (Tabela 2). Cada tratamento com embriões zigóticos utilizou pelo menos 30 embriões, enquanto que cada tratamento com embriões somáticos teve pelo menos três repetições (placas de petri). A avaliação se deu para presença ou total ausência de embriões somáticos primários a partir dos zigóticos, ou somáticos secundários a partir dos primários, ao final do período de cultivo.








RESULTADOS E DISCUSSÃO

O sistema manA/ manose: Quando sacarose ou manose foram oferecidas como única fonte de carbono, em concentração igual ou inferior a três gramas por litro, não foi observado desenvolvimento de novos embriões somáticos de mamoeiro (Tabela 1). Os embriões somáticos primários, submetidos a estes tratamentos, adquiriram uma coloração marrom, contrastante com a coloração amarelo claro normalmente observada; e, além de não produzirem novos embriões, estes também cessaram o seu próprio desenvolvimento (Figura 1). As respostas similares, tanto para os tratamentos com sacarose quanto para os com manose, sugerem que a resposta observada nos tratamentos com manose resulta da falta de suficiente fonte de carbono, e não de nenhum efeito tóxico decorrente da presença deste açúcar.








O meio de indução de embriogênese somática em mamoeiro é normalmente suplementado com 60 g.L-1 de sacarose (Cai et al., 1999; Souza Jr, 1999). Nossos resultados (Tabela 1) mostram que quando esta concentração de sacarose foi utilizada, juntamente com manose em concentração igual ou inferior a três gramas por litro, não foi observado nenhum efeito adverso na produção de novos embriões somáticos. Não havia distinção de resposta entre o tratamento que utilizou somente sacarose (60 g.L-1) e os tratamentos que usaram sacarose (60 g/l) e manose (0,5 a 3,0 g.L-1). Joersbo et al. (1998) observaram uma interação entre sacarose e manose quando estes foram oferecidos como fonte de carbono em meio de cultura para formação de brotos de beterraba açucareira (Beta vulgaris L.). Esta interação se manifestou como redução na porcentagem de formação de brotos, a qual se acentuou com o aumento da concentração de manose para uma concentração específica de sacarose, ou com a diminuição da concentração de sacarose.

Quando oferecida como única fonte de carbono, sob concentração variando de 30 a 120 g.L-1, a manose não demonstrou efeito adverso ou inibidor no desenvolvimento de novos embriões somáticos de mamoeiro (Tabela 1), com esses embriões apresentando forma e coloração similar aos embriões obtidos em meio suplementado com sacarose (60 g.L-1) (Figura 1). Embora todos esses tratamentos possibilitaram o desenvolvimento de embriões somáticos secundários, observou-se uma redução na quantidade de novos embriões produzidos à medida que a concentração de manose aumentava. Esta redução na quantidade de novos embriões produzidos pode ser resultado de um efeito tóxico da manose, ou do potencial osmótico da solução com alta concentração deste açúcar no meio. Estes resultados sugerem que o mamoeiro esta entre as espécies vegetais capazes de metabolizar manose. Como conseqüência disso, o sistema manA/ manose não se mostra passível de uso no processo de seleção positiva de transformantes em programas de transformação genética de mamoeiro ‘Sunrise’.

O sistema bar/ PPT: A produção de embriões somáticos primários a partir de embriões zigóticos imaturos foi afetada somente nas maiores concentrações de PPT testadas; isto é, em concentração igual ou superior a 50 mM. Em concentração de PPT igual ou inferior a 25 mM, não foi observada diferença entre o controle negativo (sem PPT) e os tratamentos contendo PPT. O aparecimento de embriões somáticos a partir de zigóticos cessou completamente quando PPT foi suplementado nas concentrações 125 e 150 mM (Tabela 2).

A resposta do embrião zigótico foi considerada positiva quando dois ou mais embriões somáticos foram observados ao final do período de cultivo. Dentre os embriões com resposta positiva há uma variação na quantidade de embriões somáticos primários produzidos; este tipo de comportamento é o normalmente observado, independente da presença ou não do PPT suplementando o meio.

Quando avaliando a produção de embriões somáticos secundários a partir de embriões somáticos primários, em meio suplementado com diferentes concentrações de PPT, observou-se uma resposta bastante similar à observada quando usando embriões zigóticos. A produção de novos embriões foi afetada somente nas maiores concentrações de PPT testadas; só que neste caso, em concentração igual ou superior a 25 mM. Novamente, somente nas concentrações 125 e 150 mM de PPT foi observada a paralisação total no desenvolvimento de novos embriões (Tabela 2).

Cabrera-Ponce et al. (1995) é o único trabalho reportando o uso do sistema Bar/ PPT para a seleção de embriões transgênicos de mamoeiro até o momento. Porém, este sistema foi utilizando em conjunto com o sistema npt II/ canamicina, resultando uma eficiência de transformação igual a 1,42% para a variedade de mamoeiro ‘Maradol’.

Nossos resultados sugerem que, quando usando o sistema Bar/ PPT para a seleção de embriões transgênicos de mamoeiro ‘Sunrise’, independente do tipo de explante utilizado (embriões zigóticos ou somáticos), a seleção deve ser realizada em concentração igual ou superior a 125 mM de PPT. Esta concentração, que corresponde a aproximadamente 25 mg.L-1, é 6,25 vezes superior à utilizada por Cabrera-Ponce et al. (1995), que foi de 4 mg.L-1. A diferença na concentração de PPT necessária para a seleção de embriões transgênicos observada entre Cabrera-Ponte et al. (1995) e o presente trabalho podem ser decorrentes do uso de diferentes variedades (‘Sunrise’ x ‘Maradol’), ou devido ao uso do sistema Bar/ PPT sozinho, ou em combinação com o sistema npt II/ canamicina.



AGRADECIMENTOS

Ao Programa Avança Brasil - Inovação Tecnológica na Fruticultura Irrigada no Nordeste Brasileiro pelo suporte financeiro para execução desse estudo.


MAMÃO-PAPAIA


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Nome popular: mamoeiro; mamão-do-amazonas; mamãozinho
Nome científico: Carica papaya L.
Família botânica: Caricaceae
Origem: América Tropical





`'\lesta terra americana, para o prazer e para a saúde dos homens, Deus criou uma fruta que é a própria luz do sol
transformada em subo, polpa e doçura; porque não há melhor sensação ao paladar do que um naco de mamão fresco
quando se dissolve na boca e desliza pela garganta. Deus também a fez boa, porque em seu laboratório de infinita
sabedoria fez dela a mais perfeita medicina natural que, na forma de fruta, pode trazer benefícios ao ser humano."

FRUTAS DE AMÉRICA
Clara Inés Olaya



Características da planta: Árvore de caule verde com até 8 m de altura. Folhas grandes recortadas. Flores brancas ou amareladas. Látex leitoso.

Fruto: Alongado, liso, de tamanho variável. Polpa carnosa, de coloração vermelho-alaranjada com numerosas sementes pretas. A variedade mais consumida é o mamão - papaia, de formato periforme e de tamanho redizido, porém mais adocicado.

Cultivo: Exige climas quentes e úmidos, não tolerando o frio. O solo deve ser adubado ou fértil, humoso e bem drenado. Melhor forma de propagá-lo é por sementes.

A origem do mamoeiro se perde nos tempos. O que se pode dizer com segurança é que, quando os europeus aportaram no continente americano, essa planta já era conhecida e seus frutos, folhas, látex e sementes bastante utilizados pelos habitantes da terra.

Presume-se que o mamão tenha nascido na América tropical, onde, segundo Paulo Cavalcante, encontram-se ainda todas as espécies descritas para o gênero Carica, estando a maioria delas espalhadas ao pé dos Andes, na Colômbia, Equador e Peru. Dali, das encostas ensolaradas dos Andes, a fruta teria rapidamente se espalhado por todo o continente, devido a velocidade de seu ciclo vital, a facilidade com que a planta se propaga e se multiplica e a rapidez com que nascem seus frutos.

O mamoeiro cresce rápido e produz bastante, florescendo e frutificando muitas vezes ao mesmo tempo e durante o ano todo, de preferência em regiões de clima quente e úmido.

Atualmente, ele pode ser encontrado em praticamente todos os países tropicais do globo, sendo, ao lado da banana, uma das frutas tropicais mais largamente cultivadas, conhecidas e consumidas. No Brasil, não foge à regra: a maior produção e as melhores frutas são provenientes do Pará, no norte do pais; do Nordeste, especialmente das regiões irrigadas do Vale do São Francisco, nos Estados da Bahia e de Pernambuco; e do Espírito Santo.

Por aqui, no entanto, até 30 ou 40 anos atrás, o mamociro não passava de uma fruteira de quintal. Estava, porém, presente em quase todos os pomares e ajardinados domésticos.


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Fato marcante ocorreu há pouco mais de 20 anos atrás, quando foi introduzida no mercado uma nova variedade de mamão, menor e mais doce do que o mamão comum. Produzido, no principio, no Pará e conhecido no sul do pais como mamão-papaya, mamão-do-amazonas ou mamãozinho, a fruta tomou conta do mercado rapidamente em virtude de seu sabor, sempre doce, e pelo seu tamanho, ideal para o consumo individual. Atualmente, o mamãozinho é produzido em grande escala, tanto para exportação como para o abastecimento interno.

O mamoeiro é árvore de pequeno porte, que dura pouco e cujos sexos encontram-se em plantas separadas: mamoeiros- machos e mamociros-fêmeas, sua principal peculiaridade.

As flores nascidas dos mamoeiros-machos, embora não se transformem em frutos comestíveis, têm a importante função de fecundar as flores do mamoeiro- fêmea. Tais flores ficam dependuradas e distanciadas do caule da árvore, sendo o que permite identificar, com bastante facilidade, o sexo do mamoeiro. Às vezes nascem flores hermafroditas, dando origem a frutas atípicas - mamões-machos -, muito importantes no processo de fecundação dos mamoeiros.

A casca do mamão é bastante delicada: quando verde, sua cor é também verde; aos poucos, à medida que o fruto amadurece, ela vai se tingindo de manchas ou faixas de coloração amarela ou alaranjado-clara, até perder completamente o tom esverdeado.

Abrir e comer um mamão é sempre uma experiência única e surpreendente pois, embora não existam muitas variedades cultivadas comercialmente, nunca um mamão é igual ao outro, em cor, sabor e perfume. As sementes, que ficam ligadas por fibras à extremidade interna da polpa, ocorrem em grande quantidade. São pequenas, pretinhas e brilhantes e, apesar de serem geralmente desprezadas, são comestíveis e consta que teriam muitas utilidades medicinas, tais como atuar como vermífugos ou auxiliar no funcionamento da digestão.

O mamão é comumente retirado do pé ainda verde, para acabar de amadurecer depois. Muitas vezes, para antecipar esse processo e "tirar o seu amargor", costuma-se riscar a casca da fruta no sentido longitudinal, fazendo- lhe alguns sulcos, por onde escorre um látex esbranquiçado e pegajoso.

Esse látex é muito rico em uma substância chamada papaína e, por muito tempo, foi utilizado na medicina caseira com funções tão variadas como extirpar verrugus e amaciar carnes. Sabe-se hoje que a papaína - que se encontra espalhada por toda a planta, especialmente no fruto verde, e que vai sumindo à medida que a fruta amadurece - é uma substância de muitos usos medicinais e industriais.

Em países como Sri Lanka, Tanzânia e Uganda, explora- se o fruto verde do mamão em grandes plantações com finalidades industriais. Segundo Clara Inés Olaya, esse látex, 'convertido em pó branco, é enviado a laboratórios da Europa e da América do Norte, onde é refinado, transformado, engarrafado, patenteado, rotulado e comercializado em remédios para o tratamento de problemas gástricos, em pós para amaciar carnes, em loções para a pele, em produtos industriais para clarear cervejas, para amaciar couros e lãs."




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Mas, entre todas as qualidades do mamão, a principal ainda é a excitação do paladar.

Consumido maduro in natura ou na forma de doces, é sobremesa muito apreciada.

No Brasil, uma infinidade de receitas têm o mamão como ingrediente: pode-se utilizar o fruto maduro para o doce em calda, mas o doce de mamão verde é imbatível, tanto em calda como seco, cortado em forma de "fita". Aliás, a arte da doceira esmera-se na forma deste último, produzindo desenhos de flores ou de espirais com as longas "fitas do mamão verde.

Com o miolo do caule do mamoeiro também faz-se um doce exótico, que, segundo Gilberto Freyre, é um doce agreste que demonstra as "predileções telúricas" de seus apreciadores. Por fim, pode-se ainda utilizar o mamão verde como legume, cortado em pedacinhos e refogado, ou ainda em sopas e ensopados de carne.

"De Pernambuco veio à Bahia a semente de uma fruta, a que chamam mamões; os quais tem muito bom cheiro, quando são de
vez, que se fazem nas árvores, e em casa acabam de amadurecer ... Estas sementes se semearem na Bahia, e nasceram logo;
e tal agasalhado lhe fez a terra que no primeiro ano se fizeram as arvores mais altas que um homem, e ao segundo começaram
a dar fruto...Os seus ramos são as mesmas folhas arrumadas como as das palmeiras; e cria-se o fruto no tronco entre as folhas."

NOTÍCIA DO BRASIL
Gabriel Soares de Sousa ( 1587)




Irrigação localizada por microaspersão, onde a água é levada sobre pressão aos emissores através de tubos de polietileno, formando grandes linhas. Este tipo de irrigação é largamente empregada em projetos de fruticultura comercial, horticultura, jardins e estufas. Este tipo de sistema permite o uso mais racional da água e da energia, reduzindo também os custos de implantação e mão de obra de operação. Dada a possibilidade de automação e sua alta índice de eficiência (cerca de 90%) possibilita também a redução no consumo de insumos e principalmente de adubos.







Cultura de mamoeiros com irrigação localizada por gotejamento.

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