Wednesday, October 19, 2005

Meu pai dizia e outras poesias

Meu Pai


Meu pai tu dizias.....
A vida só interrompe
Nunca finda.
E, a minha esta por interromper
..............para onde irei,
Estarás comigo
Não estarei sempre
O universo e eu somos um
Tu e o universo e um outro
Estarei em ti e tu estarás em mim
O ciclo esta por se fechar
E ao pó voltarei.....
A água em mim
Foi vapor
Já foi chuva,
Integrou vegetal
Tomou tarde de animais,
Estou na ponta de teus cabelos
Estarei como vapor no ar.
Como elemento químico na terra
Como lembrança na saudade
Como poeta nos escritos
Como pensador nas duvidas
Como amante na desilusão









NAMORADO da MORTE


Eu namorado da morte,
Dos meus medos, não atrevo
fazer poesias.
Empresto do poeta a taça fria
Para dizer de minha agonia...
E beber com ele o fim
Da minha infinda agonia.
Morte linda fêmea
Deita teu corpo junto ao meu
Levanta teu manto
E beija me com tua boca fria
Leva me ao orgasmo fatal
Para que eu deixe em teus cabelos
Meu ser mineral









Analogia


Meu doce, mel
Ricamente embrulhado
(elegante vestis).
Papel alumínio revestimento interno.
(Lingerie intima e transparente).
Visão de agradável estima
Faz salivar, abundante enzima.
Desembrulho cuidadosamente
(Tiro lhe as vestis).
Deixo a mostra à cobertura de chocolate.
Tua pele banco,
(chocolate lacta).
A auréola rosada de teu peito
Chocolate ao leite.
Tua calcinha acetinada
Ultima invólucro.
Amostra um bombom
Recheado de passa e leite de moça
Do recheio um néctar
A forma do bombom, majestosa, impar.
Mordo gentil e maliciosamente
Beijo tua boca
Lá o sabor com emoção
Dentro na camada mais profunda
Encontro mel e creme goiaba.
Tua gruta, a casa de chocolate
Maria de Joãozinho
E eu, Joãozinho de Maria.
O fadário a impossibilidade instantânea
Mas com Joãozinho e Maria
Venceremos a bruxa.
Água meus netinhos.
Azeite, senhora velha






Cara Senhora


Cara senhora,com foste cantada
em versos e trovas...
verso, que não soubeste existir.
por excelso medo do poeta


Como alçar sem perder a sustentação
como cantar uma deusa sem afrontar
como um amor terreno e entendido
uma deusa mulher poder excetuasse


do desejo carnal....incita
o poeta. E a Deusa?...
de pele monera e nua
mesmo de roupa translúcida vejo.


Cresse entender.....
que o verso estimular a deusa
e excitada gemo de desejo
sonha em versos o poeta

e no banque divino suplica
deixa te escrever versos
.........................
ascidiadas a deusa concorda

de imediato rogo inspiração
............................
............................
............................



Ao olhar mostras a singeleza,
fortaleza sutil e mansa
que debela minha alma.
Açoita meus desejos de macho



Pedi pra dizer de meus sentimentos
falar de tua importância e anseio,
permitisse ao poeta afoitar
ousadia de poeta é amar


Eu te amo
antes e depois de todos os acontecimentos.
Na profunda imensidão do vazio
e a cada lágrima dos meus pensamentos.

Inspiração Inicial



A atmosfera que te envolve,
atinge tais atmosferas,
que transforma muitas coisas
que te concerne ou cercam.


E, como as coisas, palavras...
impossíveis de poema:
exemplo à palavra conta
e até este poema senti.


É certo que tua pessoa
não me faz dormir, desperta,
desperto para um sonho e,
em sonho sempre a ti vejo


Sempre debruçada na seda
onde vejo tua silhueta,
e da fresta, a pálida lua
ilumina tua pele nua...


Não há contraste, tua pele
entre a prata luz do luar
e tua macia carne nua,
equilíbrio de cor e sedução.


É certo que a superfície
de tua pessoa externa
de tua pele e de tudo
isso que em si tateia.


Nada tem da superfície
luxuosa, falsa, acadêmica,
de uma superfície quando
se diz que ela é “uma seda”


Não é a ternura da pele
a doçura de teus lábios
que a perpetrar diferente,
mas a veracidade do ser


Mas em ti, em algum ponto,
talvez fora de ti mesma
talvez mesmo no ambiente
que ilumina quando chegas


Tua sedução dominante,
abraça o meu carente ser .
Descortina horizontes.
Faz-me brato tua existência.



o Amor sem metrica.



Esqueço métrica e rima
sigo o que instinto ensina
pra dizer de um sonho
Que foi real suponho...



Frente à multidão, eu só
e confuso braço agitado
deixei cair a mão
que repousou macia
entre tua macias pernas,
que desapercebida vinha,.
A confusão me entonteceu,
Devia desculpas,
pelo feliz desatino
não me desculpei
Acordado sonhei...
a maciez tua em mim
mesmo por acidente
pude sentir a intimidade
mesmo sem maldade
como desejei fosses minha.
De repente saio da realidade
para o sonho de tesão
volto-me, puxo-a, beijo-te
e sou beijado, um forte abraço
tua boca encontra a minha
teu corpo junto ao meu

loucura de desejo.
Em seguida logo vejo
você que elegante se afasta
só trombou em mim
e o desejo e sentimentos
foram somente meus.
Tardiamente, perdão senhora...
mas se assim procedo
É que só agora te conheço
mas a muito te espero
serás o beijo melhor de minha vida,
ou talvez o pior... Glória e tormento,
contigo à luz do firmamento subi,
contigo fui pela infernal descida
e do teu susto amargo me alimento
beijo extremo, meu prêmio, meu castigo
batismo e extrema-unção, naquele instante
por feliz eu não morri de castigo
incidente bendito e anseio delirante
perpetua saudade de instante.









Galope do sonhador



Ao olhar mostras a singeleza,
fortaleza sutil e mansa
que debela minha alma.
Açoita meus desejos de macho
égua me conduz a galopes
agarro tuas transas crinas
e tuas ancas em açoites.
Assim, atira-me no abismo,
caio de tua garupa.
A letargia que reprimi
fortalece e conflita
fortalece o homem
e conflita espera.





Crime e castigo de um sonhador



Escuta-me e assim saberás,
o que o amor exprime,
e ao meu desejo clama.
Amo-te e tocar-te é crime,
se não por ação,
mas por aspiração.
Sou criminoso.
És vítima indefesa
de um potencial criminoso,
por mais que tenha remorso
deixar o crime não posso.
Quanto mais te vejo
maior é o meu crime,
mais ardente meu desejo.
Desejo consumir teus beijos,
deitar minha mão sobre teus seios,
fazer-te minha,
entrar nas tuas entranhas....
....................................................
Tua ausência, meu castigo.
Perdoa meu delito,
aquieta-me no teu colo,
deixa que meu coração repouse
junto a teu peito.
Assusta o temor que me aniquila
sufoca minha boca
com tua boca.
Como castigo, mate-me,
mate-me de prazer
antes que eu morra de desejo.


IMENSO VAZIO


O Tempo desdobra mais uma espira
E o hoje que, que ontem era futuro.
Agora é presente....
A fantasia instigar a meditação
Asas da imaginação
No carrossel da translação
Iniciaremos mais uma viagem celeste
È só olhar pela vidraça
E,ver o transito de estrelas
Cometas asteróides e planetas,
Refletindo vejo lá fora
Mundo dos minerais
A vontade não existe
A autonomia neste ambiente não habita
Jaze a morte...
Onde o silencio mura..
A energia e a única dominante
A luz tem morada
Não reger.
A autoridade é das trevas..
A luz rompe o vazio
A nada, gente da transformação...
Ínvio em si mesmo,
Busca a vida...
Um só vegetal não existe
Só a energia que aproxima e enxota
Mantendo os corpos em equilibro
Saio da vidraça...
Vejo minha imagem refletida, homem!
Que evoluiu do vazio lá fora
Nasce mineral...
Cresci vegetal
Dorme animal....
Acordou HOMEM......







ETERNA SAUDADE


Vai pensamento ao passado
Mata a tristeza que me mata.
Mata morte, mata tristeza.
Matando a morte...
Matando a saudade..
Deixa que imaginando, veja
Quem, a muito, muito não via.
A via que resta ver e pensar.
Hei de via de pensamento...
Sufocar o sofrimento da saudade
Saudade de quem se foi...
Pra nunca volta
Por onde foste não vejo caminho,
Não posso te esperar
Então para um pouco onde estais,
Estende a mão e deixa que eu te siga
Onde quer que vais irei
Não reclamarei só que esta contigo
........ .......... Pai.



Sandra..........
Quando no cansaço,
Encontro teus braços,
Adormeço.
Quando eu choro,
Encontro o teu colo,
Envaideço.
Quando estou triste,
A tristeza não resiste,
Tua ternura.
Quando ti beijo,
Aumenta o desejo,
De ti doçura.
Quando ti abraço,
Esqueço o que faço,
Feliz ventura.
Quando desperto,
Vejo-te de perto,
Amo-te.
Quando estou feliz,
És tudo que eu quis,
Chamo-te.
Vem, doçura, candura desejos,
Enche-me e me cobre de beijos,
E me faz feliz




UM INSTANTE DE SAUDADES

Toda a lua e claridade
assim te quero, assim te vejo
e se te vejo o amor invade
meu corpo inteiro e o deixa aceso
e se te vejo o amor em mim
é um cheiro morno de jardim
A tua dor doendo em mim
é um rio latejando aceso
sou um cantareiro no jardim
do sonho em que te quero e vejo
primaveras de claridade
na primavera que me invade
Toda nua és um rio aceso
de primavera e claridade
mas quero mais do que o que vejo
sentindo a angústia que me invade
esse amor que doendo em mim
arde em silêncio no jardim
Extinta a angústia que me invade
te sinto perto e junto a mim
mais do que amar a claridade
amo teu cheiro de jardim
por isso à noite durmo aceso
no dia em que te sinto e vejo.
Teu coração é um jardim
tremulando na claridade
mesmo quando doendo em mim
também é a angústia que me invade
porque no dia em que te vejo
teu corpo dorme em mim aceso
No fundo dos teus olhos vejo
longe da angústia que me invade
como o amor doendo aceso
é uma trança de claridade
o coração dentro de mim
dorme abrasado em teu jardim.



CONCUPISCÊNCIA



Abri a ostra e encontrei a pérola
Um leve beijo com o toque da língua,
Fez ela morder o lábio e mergulhar
Arrepiada no oceano de fogo
E urna gigantesca onda de calor
Banhou seu tênue corpo salgado
o vento uivou desconcertante
Completamente alucinado
Por cima das nuvens de nácar
Comprimindo os sons
Com um aperto, um urro
E um puxão de cabelo
Fiquei tonto, totalmente inebriado
Com a beleza desta jóia
De valor inestimável
Continuando minha busca
De cultivar sempre
A beleza rara
E deliciosamente pronta a ser aberta
Da sensível ostra.




Amor Moleque

O amor
Este moleque
Que tanto faz
Traz junto ao prazer
A segurança do látex
Que a mim reveste
E só assim
Posso entregar
Meu corpo
Ao te moleque
Este amor
Que me dá tanto prazer
E assim não me contamino
E não te corrompo
Apenas
Meu amor
Se reveste sempre de látex
Com carinho
Naturalmente
Seguramente
Confortavelmente



Fala baixinho, podem escutar



Fala baixo, podem escutar,
Geme e xinga baixinho,
Pra não acordar o vizinho.
Cuidado, a cama está rangendo.
E deste jeito, gemendo,
Vai correr amanhã o boato
Que tu praticaste um ato
Eivado de desacato
À moralidade e ao Direito,
Aos bons costumes e ao respeito.

E a vizinha, com inveja
Da tua simples liberdade
Que ela não consegue ter,
Vai espalhar no condomínio
Que és um ser sem domínio,
Predestinada a morrer,
Que és uma gata perdida,
Por certo ganhas a vida,
Vendendo aos homens prazer,

Não vai ela entender nunca,
No vai e vem da sua vida.
Que a sua vida não é vida,
É obrigação de ser
Qualificada de esposa,
E neste estado ela não ousa
Amar e sentir prazer,
Pois, pela Religião,
Prazer é coisa do Cão,
É coisa pra não se ter,
Prazer é pecado mortal,
O prazer fere a moral,
E as virtudes do "Alto Ser".

A pobre vizinha escuta
Todos os dias no rádio
Que sentir prazer é pra puta,
Que esposa é mulher "séria"
É a féria com que sustenta
Sua vida e de seus rebentos,
Por certo não advém
de estar à disposição
De um homem que a sustém.

O sistema incutiu nela
Que a que está à disposição
De um só pelo seu tostão
Tem o "status" de esposa,
Não se iguala à mariposa,
Que troca o parceiro João
Pelo José ou o Romão,
Desde que lhe pague o pão.

Aprende, vizinha amiga,
Que a tua condição é a mesma,
Tendo até mais privilégio
A outra que está na zona,
Pois esta não tem quem tome
Dela satisfação,
Trabalha o dia que quer,
Ela é bem mais mulher
Na sua situação,
Que uma "esposa" qualquer
Debaixo de repressão.


Companheira Amiga...



Mulher companheira, amiga,
O que é o Casamento,
Se não ver teu sentimento
Menosprezado até o ponto
De transformá-lo em documento
Com efeito de sacramento?
Atenta pra encenação
desta imbecil instituição,
Que te põe na posição
De prostituta em açãO
como já falamos,
Em condições bem piores
Por não teres opção
De entregar teu sentimento
Pra quem ditar teu coração.

Este é o jogo do Sistema
No papel que dá à mulher,
Ou ela é Puta de Arena
Ou Puta de um só José.




Cegerira de amor

Dizem que o amor é cego,
não nego,
por isso te abro os olhos:
não tenho bens nem alqueires,
eu não sou flor que se cheire,
nem tão boa cozinheira,
(bem capaz que ainda me piches
por só comer sanduíches),
minha poesia é fuleira,
tenho idéias de jerico,
um cio meio impudico
como as cadelase as gatas,
às vezes me torno chato
por me opor ao que comtemplo,
sei que sou péssimo exemplo,
por pouca coisa me grilo,
talvez por mim percas quilos,
eu não sei se valho a pena,
iguais a mim, há centenas,
desejo te ser sincero
Mas no fundo o amor espera
que grudes qual carrapicho:
são tão grandes teu rabicho
e minha paixão por ti,
que não estão no gibi...
Ao te ver, viro pamonha,
sem ação, e sem vergonha
o meu ser inteiro goza.
Por isso, pra encurtar prosa,
do teu corpo, cada poro
eu adoro adoro adoro...


Mulher de sitio


Sentada na soleira do portado,
gozando a doce calma, estava a bela
com seu longo cabelo descuidado,
a saia recuada, a perna à vela.

O sol poente, viscoso e descarado,
pintou o fim da tarde em aguarela
e foi beijar-lhe a púbis, delicado,
qual brisa aflorando negra vela.

Cheio de tesão, ergui-me e avancei
feito a lançar a mão sobre o que olhei,
alinhavando umas desculpas toscas.

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